Fall Out Boy faz show nostálgico, mas não explosivo, em primeira vez no Rio

Por: Danielle Barbosa
Foto: Wesley Allen/I Hate Flash

Grupo de rock de Chicago compõe setlist com clássicos, leva fãs de longa data às lágrimas, mas deixa sensação de que poderia ter feito mais. Pete Wentz é o destaque do show.

O Fall Out Boy foi o segundo nome a subir no Palco Mundo nesta quinta-feira, 21. A banda, formada por Patrick Stump (vocais), Pete Wentz (baixo), Joe Trohman (guitarra) e Andy Hurley (bateria), seguiu o cronograma conforme o acordado e já às 21h em ponto, levantava a galera ao som de “Sugar, We’re Going Down”, um de seus hits mais antigos e de maior sucesso, emendando logo em seguida com “Irresistible” e “The Phoenix”. No público, muitos estavam ali perto não para assistir ao FOB, e sim ansiosos pelos shows das duas lendas do hard rock, Def Leppard e Aerosmith, que viriam na sequência.

Foi a estreia do Fall Out Boy em solo carioca – e em grande estilo (!), diga-se de passagem. Apesar de todo o frisson e ansiedade que poderia permear os bastidores da primeira vez deles no Rock in Rio – e na Cidade Maravilhosa -, o que se notou foram quatro músicos bastante discretos desde que chegaram na cidade, tanto que não houve registros de fãs com nenhum deles no aeroporto ou no hotel em que estão hospedados. Para se ter um parâmetro sobre como dar uma aula de ser acessível, Steven Tyler – glorioso frontman do Aerosmith – passeou pela orla de Ipanema e dedicou um tempo aos seus inúmeros admiradores. Alguns sugeriram que foi uma atitude antissocial – e até antipática – da banda. Outros tentaram enxergar pelo lado profissional e de jet lag que eles provavelmente tiveram pós-desembarque. O fato é: o sumiço do Fall Out Boy não causou a melhor das impressões em seus fãs, que estavam ansiosos para ter um contato mais próximo e menos frio com eles.

O set foi composto por 15 músicas e muito bem planejado. Dentre as canções, os grandes sucessos, como “Dance, Dance”, “This Ain’t a Scene, It’s an Arms Race”, “I Don’t Care” e “Thnks Fr Th Mmrs” e a versão de “Beat It” (Michael Jackson), não ficaram de fora. Além disso, eles souberam encaixar composições que estarão no novo álbum de estúdio, “Mania”, com previsão de lançamento para janeiro. Estava tudo ensaiadinho e organizado de uma forma a criar uma explosão no Palco Mundo, mas não foi esse o resultado atingido. O que aconteceu, na verdade, foi um bom show – mas nada sensacional, no qual o destaque foi a quantidade de jovens emocionados e chorando na grade, muito em decorrência de terem um vínculo muito forte com a banda desde a adolescência.

O que deu “errado”, então?! Talvez a pouca interação e entusiasmo (ou será falta de vontade?) do vocalista Patrick Stump em se conectar com a plateia. Nas poucas vezes em que se dirigiu às pessoas, mal trocou duas palavras e tentou algumas vezes puxar palmas coordenadas. 80% do tempo, sem exageros, deixou a impressão de estar um pouco distante e fazendo apenas o seu trabalho, de entregar um show e comandar os vocais. O baixista Pete Wentz, por outro lado, foi o destaque absoluto do Fall Out Boy. Para ele, a apresentação foi divertida. Fez piada, conversou e rasgou elogios à cidade. “É nossa primeira vez no Rio. E é tão lindo aqui”, disse o artista, para alegria e gritos dos fãs.

Um contratempo logo no início do show também foi resolvido com bastante jogo de cintura por Pete. Um problema técnico e falha no piano fez com que a banda invertesse a ordem de “The Last of the Real Ones” e “This Ain’t a Scene, It’s an Arms Race”. “Estamos com problemas no piano”, avisou o astro antes de fazer a troca. “Agora essa droga de piano funcionou. Vamos tocar essa droga de canção de amor”, disse com bom humor quando o problema foi resolvido e a música do futuro disco, “Mania”, pôde ser apresentada.

E não ficou por aí. O baixista, que geralmente não é tão comunicativo, se jogou – literalmente – neste Rock in Rio e roubou a cena. Em “Saturday”, última canção do set, ele largou o instrumento, pegou um microfone e subiu na grande para sentir o ‘feeling’ do festival por completo. Delírio completo por parte dos fãs, diversão para ele, que distribuiu até alguns ‘high fives’. Ao se despedir, Pete foi também o mais caloroso: acenou e foi fofo ao dizer – emocionado – que nunca se imaginava tocando no Rock in Rio e que isso era algo sensacional. Patrick, por sua vez, se ateve às despedidas clichês com um “Boa noite!” e sem mais delongas.

Ficou claro ao observar o Fall Out Boy no Palco Mundo que a banda tem mais potencial ao vivo do que mostrou. Não houve uma sintonia de astral entre os próprios membros da banda, já que a disparidade de comportamento e entrega entre eles foi notória. Para uns, foi – pura e simplesmente – mais um show e contrato cumprido. Protocolar. Com alto nível de profissionalismo. Mas pouco sentimento.

Setlist: 

1. Sugar, We’re Goin Down
2. Irresistible
3. The Phoenix
4. This Ain’t a Scene, It’s an Arms Race
5. The Last of the Real Ones (Piano)
6. Dance, Dance
7. Immortals
8. Beat It (Michael Jackson cover)
9. Uma Thurman
10. Champion
11. I Don’t Care
12. My Songs Know What You Did in the Dark (Light Em Up)
13. Thnks Fr Th Mmrs

Bis:
14. Centuries
15. Saturday

VEJA A GALERIA DE FOTOS DO SHOW:

rock in rio 2017

Fall Out Boy estreia no Rio cada vez mais longe do emo e vai de cover de Michael Jackson a trilha de desenho

Banda americana tocou no Palco Mundo nesta quinta-feira, com duas músicas do disco ‘Mania’, que só será lançado em janeiro.

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Fall Out Boy (Foto: Fabio Tito/G1) Fall Out Boy (Foto: Fabio Tito/G1)

Fall Out Boy (Foto: Fabio Tito/G1)

O Fall Out Boy demorou tanto para tocar no Rio que a estreia na cidade, nesta quinta-feira, foi quase como a de outra banda. De ícone do pop punk do início dos anos 2000, com clipes zoeira e refrões cantaroláveis, a banda virou isso aí. Séria demais. Com o som poluído demais. Rock eletrônico meio embolado.

Ao abrir com “Sugar we’re going down”, a banda americana até deu a entender que poderia fazer uma festa nostalgia para emos, o tal hardcore emotivo propagado no Brasil por gente como Fresno e NX Zero. Mas a gritaria melódica ficou mais nessa, em “Dance Dance”, “Saturday” e “Thnks Fr Th Mmrs”.

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Fall Out Boy abre show no Rock in Rio com 'Sugar'

Fall Out Boy abre show no Rock in Rio com ‘Sugar’

Problemas técnicos

Antes da quarta música, o baixista Pete Wentz ficou um tempinho enrolando… “É nossa primeira vez no Rio. E é tão lindo aqui. Caramba, tem uma tirolesa. É louco estar no mesmo palco de Def Leppard e Aerosmith. Estamos com problemas no piano. Vamos tocar uma velha então”, avisou. Era “This Ain’t a Scene, It’s an Arms Race”.

“Agora esta m… de piano funcionou. Vamos tocar essa m… de canção de amor”, anunciou Pete. Era “The Last of the Real Ones”, que estará no novo disco “Mania”, previsto para janeiro.

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Ao abrir com “Sugar we’re going down”, a banda americana até deu a entender que poderia fazer uma festa nostalgia para emos, o tal hardcore emotivo propagado no Brasil por gente como Fresno e NX Zero. Mas a gritaria melódica ficou mais nessa, em “Dance Dance”, “Saturday” e “Thnks Fr Th Mmrs”.

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“Agora esta m… de piano funcionou. Vamos tocar essa m… de canção de amor”, anunciou Pete. Era “The Last of the Real Ones”, que estará no novo disco “Mania”, previsto para janeiro.

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