Pixies: Confira a cobertura do show no Rio de Janeiro

Banda referência do grunge para muitos artistas aclamados faz sua estreia na Cidade Maravilhosa

Por Gustavo Franchini


O Popload Gig presenteou os fãs do bom rock alternativo com uma surpresa inimaginável: a banda Pixies, referência absoluta no gênero para tantos artistas famosos, como Nirvana e Radiohead, depois de mais de 35 anos de existência, finalmente desembarca em solo carioca e leva os fãs à loucura! Os americanos se destacam por músicas originais que marcaram a juventude de muitos, em álbuns que se tornaram clássicos absolutos, e durante a sua turnê mundial lançaram mais um de inéditas, Doggerel, atraindo ainda mais a atenção para o quarteto.

A noite prometia, a ansiedade aumentava e o público se entregou por completo, de maneira impressionante. Grande parte dos presentes cantava todas as letras, pulava sem parar, felicidade plena no rosto e rodinhas sendo abertas freneticamente. Era difícil ver alguém assistindo o show parado, tamanha era a emoção de ver a banda finalmente por aqui. Foi lindo de ver o encontro de gerações, tanto adolescentes quanto adultos e idosos ali juntos, abraçados, sorrindo pela oportunidade de estar vendo aqueles artistas, depois de tanto tempo. Mesmo com todos os problemas técnicos que eram bem claros ali até a metade do show, principalmente no concerne à diferença de equalização sonora entre os instrumentos e voz, somado aos timbres de guitarra um pouco embolados, parece que todos relevaram as adversidades para curtir estar ali naquele momento, tão aguardado, tão especial.

Liderado pelo vocalista e guitarrista base Black Francis, além do excelente baterista David Lovering, o guitarrista Joey Santiago e Paz Lenchantin no baixo e backing vocal (substituindo a Kim Deal, baixista da formação original), os Pixies escolheram um setlist que percorreu nove álbuns e alguns covers, algo realmente impressionante de se ver. Considerando que as músicas são curtas e diretas, quase como o bom e velho punk rock, ainda assim é muito legal ver que um total de quase 40 músicas foram executadas, uma atrás da outra, praticamente sem intervalos, agradando a todos os gostos.

Contudo, há de se ressaltar os prós e contras de proporcionar um show tão recheado de canções: a banda praticamente não interagia com a plateia. Mesmo sabendo que era sua estreia na Cidade Maravilhosa, o frontman não se comunicava para tentar se conectar ou mesmo agradecer a todos que lotaram a casa, mesmo depois de tanta espera. Para se ter uma ideia, o vocalista sequer se movia da posição inicial do palco. Por conta disso, o show começou a se tornar um pouco cansativo em determinado momento, pois carecia de mais interrupções saudáveis para organizar o espetáculo, que por mais que não tivesse praticamente nenhuma produção de palco (apenas a iluminação traseira), ainda assim, pela energia distinta das músicas, a sequência vai consumindo a adrenalina do espectador lá pela metade do evento. Além disso, quem desconhecia a carreira dos americanos e foi pelo hype, encontrou ainda mais dificuldade para conseguir absorver a força de cada canção, sem se sentir sobrecarregado de melodias a todo momento.


Claro que a grande presença de petardos dos elogiados Surfer Rosa (1988) e Doolittle (1989), respectivamente os dois primeiros álbuns da banda, contribuiu e muito para o sucesso perante os fãs. Mais da metade das músicas de cada um foi tocada no show, ou seja, tivemos “Debaser”, “Here Comes Your Man”, “Monkey Gone to Heaven”, “Hey, “Gigantic”, “Where Is My Mind?”, “Cactus”, dentre os hits e também do novo álbum, representadas por “The Lord Has Come Back Today”, “There’s a Moon On”, “Who’s More Sorry Now?” e “Vault of Heaven”, ou seja, deixando o público ter a oportunidade de conferir pela primeira vez ao vivo. Não obstante, ainda vieram covers como “Head On” (The Jesus and Mary Chain), “Cecilia Ann” (The Surftones) e “Winterlong” (Neil Young). Realmente não tem como reclamar da variedade ali apresentada e se tem um ponto forte do show é de fato o repertório que fez o impossível: agradar a gregos e troianos.

Logo depois os Pixies se apresentaram no Popload Festival em São Paulo, tocando as músicas em ordem diferente das que foram tocadas aqui e ainda acrescentaram novas. Opção não falta! Agora nos resta aguardar pelo retorno não só no Brasil, mas novamente no Rio de Janeiro, visto que além de casa lotada, tivemos um público que demonstrou muito carinho e valorização por cada minuto entregue ali pela banda.


SETLIST PIXIES (RJ):
1 – Gouge Away
2 – Wave of Mutilation
3 – Broken Face
4 – Crackity Jones
5 – Isla de Encanta
6 – Something Against You
7 – Head On
8 – Monkey Gone to Heaven
9 – Human Crime
10 – Cecilia Ann
11 – Planet of Sound
12 – St. Nazaire
13 – Vault of Heaven
14 – Who’s More Sorry Now?
15 – The Lord Has Come Back Today
16 – There’s a Moon On
17 – Gigantic
18 – Bone Machine
19 – Cactus
20 – I’ve Been Tired
21 – Tame
22 – Debaser
23 – Hey
24 – Caribou
25 – All the Saints
26 – Death Horizon
27 – Here Comes Your Man
28 – Vamos
29 – Nimrod’s Son
30 – The Holiday Song
31 – Motorway to Roswell
32 – I Bleed
33 – River Euphrates
34 – Rock Music
35 – Velouria
36 – Wave of Mutilation
37 – Where Is My Mind?
38 – Winterlong


GALERIA DE FOTOS (PIXIES/ RJ):


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