Symphony X presenteia fãs paulistas com espetáculo progressivo

Show que celebra carreira da banda é um sucesso na capital paulista

Por Afonso Rezende

Foto: dgfotografia.show

Na constelação do metal progressivo, o Symphony X é um astro de grande porte, em torno do qual orbita uma legião de fãs. Após um eclipse de três anos de duração devido à pandemia de Covid-19, a banda finalmente voltou a brilhar nos palcos com a turnê comemorativa de seus mais de 25 anos de estrada. O Tokio Marine Hall, no dia 30 de julho em São Paulo, foi o terceiro destino da turnê em solo brasileiro.

Quando soaram as primeiras notas da ‘Intro’ após abertura em grande estilo por Opus V e Trend Kill Ghosts, a casa estava cheia e o ar carregado de expectativa. Os riffs poderosos de “Nevermore”, do álbum mais recente, cuidaram de agitar o público, que soou o primeiro coro da noite no cativante refrão da música. Em seguida, “Evolution (The Grand Design)” nos transporta para uma das melhores fases da banda (do álbum V: The New Mythology Suite)  e nos lembra do brilhantismo que marcou o nome da banda na história do metal progressivo e continua arrebatando os amantes do rock. Infelizmente, essa seria a única música do V, num setlist que privilegiou trabalhos de álbuns mais recente e deixou de fora clássicos absolutos como “Of Sins and Shadows” e “Smoke and Mirrors” que certamente teriam levado o público à loucura absoluta.

No que dependeu do vocalista Russel Allen, contudo, animação não faltou. Russel é um frontman no real sentido da palavra, encantando o público não apenas com o seu vocal impecável, agressivo e preciso, mas também com seu carisma e até com seu gingado, esbanjado em diversas dancinhas ao longo do espetáculo, que mostraram um Russel fanfarrão e divertido como de costume.

A noite seguiu com “Serpent’s Kiss”, do álbum Paradise Lost, seguida de “Sea of Lies”, um clássico do álbum The Divine Wings of Tragedy. As frases de baixo que dão início à música deixaram os fãs da banda divididos entre abrir uma roda em preparação ao que viria e contemplar o baixista Michael LePond, tímido sobre o palco, porém técnico e criativo. Na sequência, “Without You” (Underworld) e “When All is Lost” (Iconoclast) deram uma trégua na pancadaria para o deleite daqueles que apreciam os vocais de Allen em sua versão mais limpa e suave. 

Foto: dgfotografia.show

E vamos de mais bateção de cabeça! Duas músicas do mais recente álbum, “Kiss of Fire” e “Run With the Devil” aceleraram o ritmo do espetáculo dando espaço para o baterista Jason Rullo se destacar nas quebras de tempo com a precisão e competência costumeiras e ainda com direito a solo de teclado do virtuoso Michael Pinnella. “Set the World on Fire (The Lie of Lies)” fechou a primeira parte do espetáculo. A faixa reúne os melhores elementos do estilo do Symphony X: muito peso, riffs técnicos e expressivos de Michael Romeo na guitarra, muito punch e drive nos vocais, tudo isso com um ‘quê’ de dramaticidade e elementos clássicos.

O gran finale ficou por conta de “The Odyssey” (do álbum homônimo), uma das obras-primas da banda norte-americana. Em apenas 24 minutos, a música condensa os 10 anos que Odisseu levou para retonar à Ítaca. Brincadeiras à parte, não há melhor forma de celebrar a carreira do Symphony X do que testemunhar essa epopeia musical ao vivo, sem dúvida um privilégio que ficará marcado na memória deste fã da banda desde os idos dos anos 90.

SETLIST SYMPHONY X (SP)

1 – Overture/Nevermore
2 – Evolution (The Grand Design)
3 – Serpent’s Kiss
4 – Sea of Lies
5 – Without You
6 – When All is Lost
7 – Kiss of Fire
8 – Run With the Devil
9 – Set the World on Fire (The Lie of Lies
BIS
10 – The Odyssey

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será divulgado.


*