Por Gustavo Franchini
Após vários adiamentos por conta de inúmeros fatores (como pandemia), finalmente os cariocas tiveram o privilégio de conferir o show do The Calling, uma das bandas que mais fez sucesso dentro do gênero pop rock no início dos anos 2000. Com vários hits e a voz emblemática de Alex Band, o que o público poderia esperar era pura nostalgia em clima de festa; e foi exatamente isso que conseguiram.
A abertura ficou por conta de dois artistas nacionais, Seu Cuca e Detonautas, que não só agitaram os presentes, mas também mostraram a força do pop rock no país. Foi emocionante ver o quão recíproca é a relação deles com uma plateia que cantava e dançava em todas as músicas. O Detonautas enfrentou alguns problemas técnicos (como o volume do microfone do vocalista que estava baixo em certas ocasiões), mas isso não abalou em nada toda a alegria estampada no rosto de cada um, fãs ou não, em especial nas músicas mais conhecidas, que pelo visto são ótimas ao vivo.
A grande atração da noite sobe ao palco e parece que tinha chegado a hora dos casais se abraçarem, já que era uma música mais romântica do que a outra. Pelo menos nos videoclipes e letras. Pois, na realidade, o frontman passou por muitas situações complicadas em sua vida pessoal ao longo dos anos; não à toa o hiato e uma nova formação na cozinha da banda. Após a estranheza de ver integrantes que o público ainda não conhecia, rapidamente todos estavam ali em prol de celebrar a vida: a grande mensagem que Alex passou durante toda a apresentação, regada de simpatia, otimismo e muito carinho por todos que estavam ali para conferir o evento.
O setlist priorizou as músicas dos álbuns de maior sucesso da carreira deles (Camino Palmero, de 2001, e Two, de 2004), como “Adrienne”, “Could It Be Any Harder”, “Anything”, “Things Will Go My Way” (esta em formato acústico em um dos mais belos momentos do show) e, claro, a premiada “Wherever You Will Go”, todas cantadas com muito entusiasmo, intercaladas com discursos positivos de Alex. Aliás, teve espaço também para música de sua carreira solo na ótima “Euphoria” e até cover com “Why Don’t You & I” (Santana). Inclusive, como era de se esperar, uma nova canção foi apresentada sob o nome de “Hold on Me”, que parece ter agradado, e “Stand up Now”, possível material para o próximo lançamento em estúdio.
Produção de palco não foi o fator determinante no espetáculo, que apesar de uma boa iluminação, de fato ofereceu algo mais simples e focado na música em si, que é uma fórmula que funciona com bandas como o The Calling que conquistaram o coração dos amantes da boa música na geração passada com músicas de qualidade em uma indústria tão competitiva nos dias atuais. Após uma série de excelentes shows em outras cidades na turnê por terras tupiniquins, agora nos resta aguardar pelo retorno deles com novo álbum, uma formação sólida e talvez a presença em festivais que reúnem outras bandas de peso para oferecer ao público uma experiência completa.
Nossos agradecimentos a todos os responsáveis por tornarem o evento possível e, em especial, para a Rider2 pela parceria, confiança e credibilidade dada à equipe do Universo do Rock.
Veja a galeria de fotos do show (The Calling no Rio de Janeiro/ RJ):
Veja a galeria de fotos da banda de abertura (Detonautas no Rio de Janeiro/ RJ):
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