Pato Fu faz show aclamado por fãs de várias idades no mítico Circo

Por: Paulo Schwinn

Foto: Paulo Schwinn
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Depois de 7 anos, a banda lançou um novo álbum de inéditas (Não Pare Pra Pensar), o que não acontecia desde 2007, com ‘Daqui Pro Futuro’. O projeto ‘Música de Brinquedo’, que gerou disco e show (2010), CD ao vivo e DVD (2011), foi composto apenas de releituras, inclusive de músicas da própria banda. E, depois de 10 anos, o Pato Fu voltou a tocar no Circo Voador, na Lapa, centro do RJ. Por isso, quando por volta de 1:30 da madrugada de sábado, Fernanda Takai (voz, guitarra, violão), John Ulhoa (voz, guitarra, vocais), Ricardo Koctus (baixo, voz, vocais), Lulu Camargo (teclados) e Glauco Mendes (bateria) subiram ao palco, a expectativa era grande. Os últimos shows do PF no RJ haviam acontecido no Centro Cultural da Caixa Econômica, pertinho do Circo, na Avenida Chile, em 2010, justamente na estréia do espetáculo ‘Música de Brinquedo’.

E só mesmo uma banda com 23 anos de estrada e fãs que a acompanham praticamente desde o início para começar um show com nada menos do que 4 canções do novo álbum, o ótimo ‘Não Pare Pra Pensar’(2014): a faixa-título, ‘Eu Era Feliz’, ‘Ninguém Mexe Com o Diabo’ e ‘Um Dia do Seu Sol’. Todas já cantadas pela maioria dos fãs, apesar do pouco tempo de lançamento. Fernanda logo deu seu boa noite ao público, lembrando que os fãs antigos já levam seus filhos às apresentações da banda e que isso começou porque muitos desses novos fãs foram pela primeira vez a um show quando assistiram à turnê do ‘Música de Brinquedo’ ao vivo. ‘O primeiro show que assisti foi o da Rita Lee na turnê ‘Saúde’, nos anos 80. Agora, o primeiro show do pessoal é do Pato Fu, o nível vai caindo…’ brincou Fernanda, no que os fãs logicamente discordaram, num momento de descontração total entre banda e platéia.

Foto: Paulo Schwinn
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O clima de cumplicidade entre o Pato Fu e seu público é algo que permite que Fernanda, a que mais fala durante o show, John, um pouco, e, eventualmente, Ricardo, conversem com a galera como se estivessem na sala de sua casa, ou numa mesa de café, de maneira completamente informal e divertida. Após ‘Ninguém Mexe Com o Diabo’, há um citação à ‘Capetão 66.6 FM’, um dos hits nos shows da banda, que era cantada por Takai com a voz distorcida. A vocalista brinca mais uma vez, dizendo que a mãe dela ficou anos reclamando de Fernanda por ela cantar essa canção tão ‘diabólica’, gerando risos do público. ‘A mãe do John até agora não reclamou dele por cantar só esse trecho!’, concluiu a vocalista em mais um momento divertido.

E, claro, não faltaram os sucessos do grupo, muitos oriundos da trilogia de discos ‘Televisão de Cachorro’ (1998), ‘Isopor’ (1999) e ‘Ruído Rosa’ (2001), produzidos por Dudu Marote e que levaram o Pato Fu várias vezes às paradas de sucesso, também pelos excelentes videoclipes que o grupo produzia e que tinham alta rotação na finada MTV Brasil. ‘Depois’, ‘Perdendo Dentes’, ‘Made In Japan’, ‘Canção Pra Você Viver Mais’, ‘Antes Que Seja Tarde’, ‘Eu’ e até a releitura de ‘Ando Meio Desligado’, dos Mutantes, foram algumas das canções dessa trilogia de álbuns que foram apresentadas e que empolgaram bastante o público.

O cenário do show é outra atração à parte. Mas não pela parafernália de som e luzes, e sim pela criatividade. Em cada música havia uma projeção diferente de imagens no telão que cobria toda a parte traseira do palco. Em ‘Ninguém Mexe Com o Diabo’, uma grande fogueira começa a queimar. Já em ‘Rotomusic de Liquidificapum/The Flintstones Theme’, destaque para os símbolos que compõem a capa do primeiro álbum do grupo, de mesmo nome, lançado em 1993. Em cada uma das laterais do palco, havia duas caixas de madeiras brancas, uma em cima da outra, em que eram projetadas imagens de amplificadores de guitarra, com a marca ‘Rotomusic’. Uma solução simples e criativa e que deu um visual muito interessante ao show.

Foto: Paulo Schwinn
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Mais canções do novo álbum foram tocadas. ‘You Have To Outgrow Rock ‘n’ Roll’, ironicamente bem roqueira, que John ofereceu ‘aos caras de meia-idade que tentam andar de skate mas se arrebentam e fazem a alegria dos hospitais e dos planos de saúde’, arrancando gargalhadas do público. ‘Pra Qualquer Bicho’, que fala sobre tolerância, trouxe a luxuosa participação de Ritchie, que também cantou no disco, em outro grande momento do show. A ótima versão de ‘Mesmo Que Seja Eu’, do repertório de Erasmo Carlos, foi apresentada por John como ‘a música de um cara sensacional’, sendo muito aplaudida. Já passava das 3 da manha quando o fim do show veio com ‘Eu’, outra releitura, dessa vez da banda gaúcha Graforréia Xilarmônica, e um remix de ‘Não Pare Pra Pensar’, com a banda se despedindo do público colocando óculos futuristas-espaciais, encerrando em alto astral um show empolgante e divertido.

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