Epica garante o cinturão de melhor show de metal sinfônico no Rio

Por Gustavo Maiato

Holandeses relembraram o clássico Design Your Universe que marcou a entrada do guitarrista Isaac Delahaye

Foto: Carolina Soares

Pouca gente fez mais pelo metal sinfônico do que o holandês Mark Jansen. Depois de compor e gravar dois discos com o After Forever, o guitarrista jogou tudo para o alto alegando diferenças criativas. Assim, surgiu o Sahara Dust, que balançaria as fundações do gênero e seria rebatizado mais tarde como Epica. Anos depois, a empreitada de Mark ganhou o mundo e, em 2009, o grande divisor de águas da banda foi lançado: Design Your Universe (DYU). O álbum marcou a entrada do outro guitarrista Isaac Delahaye na banda e a evolução foi nítida, com solos bem-desenvolvidos, um peso extra advindo da influência do death metal e Simone Simons pendendo perfeitamente a voz entre o agudo gótico dos primeiros discos e algo menos lírico que marcaria os registros mais recentes.

Ao passar pelo Rio de Janeiro celebrando o sucesso do DYU, o Epica comandou de cabo a rabo a apresentação, mesmo com Simone e Mark visivelmente abatidos por uma infecção alimentar que acometeu a dupla momentos antes de subir no palco. Os grandes destaques do álbum foram responsáveis por abrir rodas e fazer todos os fãs cantarem alto: “Unleashed”, “Martyr of the Free World” e a fenomenal “Kingdom of Heaven” foram das mais aclamadas. Esta última possivelmente a canção mais complexa da banda, que Mark Jansen já confessou ter um carinho especial. Outro acerto foi incluir sucessos de outros trabalhos no setlist, algo que deveria ser cláusula pétrea em turnês comemorativas. Afinal, o que seria de uma apresentação do Epica sem “Cry For The Moon’ ou “Consign To Oblivion”?

E o que falar da presença de palco do sexteto? Coen Janssen sabe muito bem que sob muitos aspectos, o visual chega a estar em primeiro plano em relação ao auditivo. Assim, não bastasse o teclado curvo que dá mobilidade ao tecladista, o músico pulava, cantava junto, falou em português e não economizou na simpatia. Simone, é bem verdade, poderia ter dado um pouco mais de si, mas precisamos dar os devidos descontos pela saúde da cantora estar debilitada. Um ponto negativo, também, foi a retirada da música “Sensorium”, mas a explicação pode ser devido a constante presença desse clássico do Phantom Agony (2003) no setlist da banda.

Foto: Carolina Soares

Por fim, o Epica garantiu o cinturão de melhor show de metal sinfônico e só não é a melhor banda do estilo pelo histórico que o Nightwish carrega. Atualmente, a trupe holandesa pode se orgulhar de entregar um show digno de sua história. Que venha o próximo disco e que Mark Jansen (e seus companheiros de banda, é claro) continue entregando músicas que revigorem o gênero. 

SETLIST EPICA

1 – Resign to Surrender
2 – Unleashed
3 – Martyr of the Free Word
4 – Our Destiny
5 – Kingdom of Heaven
6 – In All Conscience
7 – The Price of Freedom
8 – Burn to a Cinder
9 – Tides of Time
10 – Cry for the Moon
11 – Design Your Universe
BIS
12 – Sancta Terra
13 – Beyond the Matrix
14 – Consign to Oblivion

Confira a galeria de fotos do show:

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será divulgado.


*