Por Carolina Soares
A cantora executou, dentre outros hits, a música “My Lover´s Gone” exclusivamente para o público brasileiro; a composição foi sucesso na novela ‘O Clone’, de Glória Perez
Um fã acalorado não se contém entre um hit e outro e dispara eufórico do meio da plateia: “Diva!”. O elogio tinha endereço certo: a cantora britânica Dido, que finalmente estreava em terras cariocas, passados vinte anos desde que foi alçada ao sucesso por aqui (como uma das protagonistas da trilha da novela global O Clone). Quem nunca se emocionou ao ouvir “My Lover´s Gone”, tema do casal Mel e Xande? A cantora, muito simpática, responde: “Você me chamou de diva? Será que eu sou uma diva então? É, talvez eu seja”.
Mesmo com um pouco de atraso, o Km de Vantagens Hall testemunhava sorrisos sinceros de fãs de várias idades que esperaram tanto para ver Dido de pertinho. A plateia com cadeiras deixava todo mundo enfileirado e sentado, mas em sucessos mais dançantes o protocolo era deixado de lado e os fãs se aglomeravam no gargarejo para curtir de maneira mais espontânea. Os sucessos mais esperados foram “Thank You” e a derradeira “White Flag”, mas outros números chamaram a atenção também. Foi o caso da emocionante “Sitting On The Roof Of The World”, que ela explicou que fora seu irmão e também produtor Rollo Armstrong que compusera. Dido, aliás, começou a despontar na música acompanhada de Rollo em uma banda de dance music chamada Faithless. É notável a influência desse tipo de batida mais pulsante em algumas de suas composições, já como carreira solo.
A banda de apoio da cantora era um espetáculo a parte. Jimmy Sims, o baixista (e também tecladista em certos momentos), a toda hora pedia palmas, andava de um lado para o outro no palco e funcionava quase como um animador do público. Na parte rítmica, a função era dividida entre a percussionista Jody Linscott, dona de diversos timbres de tambores e o baterista Adam Falkner, que era o outro lado da moeda, mais sólido. Grandes cortinas foram colocadas no palco e funcionavam como telões verticais. O efeito era uma faca de dois gumes, pois se de um lado era visualmente muito bonito, por outro acabava escondendo alguns dos músicos da banda.
Por fim, Dido fez valer os longos anos em que esteve em falta com o público brasileiro e rolou até promessa de voltar em breve. Motivos não faltam: até mesmo o fã clube da cantora inovou e trouxe balões iluminados pela lanterna do celular durante a música “Quiet Times”, que rendeu elogios por parte da artista britânica. A sensação, no final das contas, foi a de ter visto um espetáculo digno, banhado de simpatia, afinação e musicalidade.
SETLIST DIDO
1 – Hurricanes
2 – Hell After This
3 – Life for Rent
4 – Hunter
5 – No Freedom
6 – Grafton Street
7 – Sand in My Shoes
8 – Give You Up
9 – Thank You
10 – Friends
11 – Sitting on the Roof of the World
12 – Quiet Times
13 – My Lover’s Gone
14 – Here With Me
15 – See You When You’re 40
16 – My Boy
17 – Mad Love
18 – Don’t Leave Home
19 – Take My Hand
BIS
20 – White Flag
Confira a galeria de fotos do show:
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