Por: Bre Helvetia
Depois de muitos anos o Paradise Lost retorna ao Rio de Janeiro e agora acompanhado dos conterrâneos do Anathema que se apresentavam pela primeira vez por aqui. A cidade recebia os ingleses com uma chuva bem melancólica, porém com muito calor por parte dos presentes no excelente evento realizado pela Overload Produções.
O Paradise Lost subiu ao palco pontualmente às 20h30 como anunciado pela produção. Começaram o set com “The Enemy”, com um público bem empolgado, seguiram com “No Hope in Sight” do novo álbum “The Plague Within” (cujo era o tema da arte do imenso backdrop) que teve uma ótima recepção do público. Nick Holmes executou perfeitamente a junção do vocal gutural com o limpo como apresentado no excelente novo disco remetendo ao início da banda. Em seguida veio o primeiro clássico da noite a faixa título do álbum “Gothic” levando os presentes ao delírio mais intenso até então.
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O show seguiu com “Tragic Idol”, “Erased”, “Enchantment” e outras, mas sempre apresentando uma distribuição muito boa de toda a discografia. Ponto positivo do show que equilibrou clássicos com músicas do meio da discografia até álbuns mais recentes. O show inteiro decorreu sem problemas técnicos graves, só tiveram pequenos vazios, aparentemente não programados pela banda, entre algumas das músicas em decorrência de problemas com os samples. Nick explicou que estavam sem tecladista, então o instrumento bem como outras vinhetas eram emulados através desses samples que eram disparados pelo baterista, Waltteri Väyrynen, a demais nenhum outro problema perceptível.
O público não se irritou com a pequena adversidade e no meio do vazio deixado entre uma canção e outra começou a bater palma e gritar “PARADISE, PARADISE…” deixando a banda mais tranquila no palco que aparentemente estava um pouco desconfortável com o problema. A execução das músicas foi impecável durante todo o set, destaque absoluto para o guitarrista Gregor Mackintosh que se sobressai por seus solos e fraseados únicos dentro do estilo. Chegando ao final do show executaram “One Second” saindo ovacionados. Rapidamente voltaram para o encore que contou com os últimos três sons do set: “An Eternity Of Lies”, “As I Die” e “Say Just Words”.
O maior destaque do final ficou por conta do penúltimo som do set, “As I Die”, onde Nick levou a música com guturais, coisa que não fazia há muito tempo, tendo um ótimo retorno do público que cantou junto e teve grande participação durante a música. No geral foi um excelente show, acredito que a maioria dos fãs saíram satisfeitos com a performance da banda que só teve como baixa a pouca comunicação com o público, mas quem já está acostumado a ver o Paradise Lost em ação sabe que eles são de poucas palavras.
O Anathema já foi o oposto em termos de comunicação com o público, falavam o tempo todo entre uma música e outra, pedindo para todos cantarem e interagiram de diversas formas durante toda a apresentação. Tiveram o público na mão, que foi muito intenso na retribuição, e essa foi a principal diferença. Notei que o público deu uma diminuída, poderíamos atribuir isso a vários fatores como, horário elevado, por ser terça-feira, pela chuva, ou mesmo pode-se dizer que as bandas hoje em dia possuem públicos diferentes, enquanto o Paradise Lost retornou ao Doom Metal o Anathema já está numa vibe mais atmospheric progressive rock.
Ao término do show do Paradise Lost logo em seguida os roadies e alguns membros do Anathema capitaneados pelo baixista Jamie Cavanagh, fizeram toda organização do palco que levou cerca de 30 minutos para ficar pronto. Com tudo em ordem Vincent Cavanagh e companhia subiram ao palco e dava para ver a satisfação estampada no rosto dos músicos e do público. Abriram o set com “Anathema” seguindo com “Untouchable, Part 1” e “Untouchable, Part 2” e já nos primeiros acordes provaram que vieram com tudo tendo uma performance muito energética e cheia de feeling. O público, mesmo um pouco menor, cantava em uníssono as canções e se fez muito mais presente em comparação a participação no Paradise Lost.
O guitarrista Danny Cavanagh foi bem comunicativo e mostrou-se algumas vezes mais frontman que o irmão Vincent. O set seguiu com “Thin Air” e com “A Simple Mistake”. Durante toda apresentação muitas pessoas choraram e se surpreenderam indo ao delírio com a execução de “Deep” já pelo meio do show. O ponto baixo foi que tocaram apenas sons mais recentes, entendo que a banda faz isso já há bastante tempo mas recentemente fizeram uma tour comemorativa com o vocal original Darren White e dado o sucesso da mesma, esperava pelo menos músicas do disco “The Silent Enigma” onde Vincent já era o vocalista principal.
O set foi chegando ao fim com “The Beginning and the End” e “Universal”. Até que por fim executaram “Closer” e deixaram o palco com “Firelight” ecoando nos falantes. Assim que terminada voltaram para o encore com “Distant Satellites” e em seguida executaram “A Natural Disaster” com uma performance muito inspirada e acima da média da vocalista Lee Douglas que cantou esbanjando emoção e foi muito aplaudida tanto pelo público bem como pelos companheiros de banda em cima do palco. Por fim veio a última música e o ápice do show quando executaram o clássico “Fragile Dreams” com a participação de nada mais nada menos que Nick Holmes no vocal. Momento histórico para os presentes.
Muito sorridente durante toda a execução da música, ele entrou no palco já falando em tom de brincadeira: “Não filmem isso”, onde obteve efeito contrário, pois prontamente vários celulares se ergueram para registrar a cena histórica! Muito ovacionado o Anathema se despediu do público já falando do desejo de voltar.
Saldo extremamente positivo na noite de terça-feira que com um bom público presente obteve de uma vez só o grandioso show de duas lendas do Metal/Rock internacional, que passaram por terras brasileiras esbanjando um mistura infindável de sentimentos e emoções já deixando saudades. Esperamos revê-los em breve Paradise Lost e Anathema!
Setlists:
ANATHEMA:
Anathema
Untouchable, Part 1
Untouchable, Part 2
The Lost Song, Part 1
Thin Air
A Simple Mistake
Deep
The Beginning and the End
Universal
Closer
Encore:
Firelight
Distant Satellites
A Natural Disaster
Fragile Dreams (with Nick Holmes)
PARADISE LOST:
The Enemy
No Hope in Sight
Gothic
Tragic Idol
Erased
Enchantment
Pity the Sadness
Victim of the Past
Hallowed Land
Faith Divides Us – Death Unites Us
Isolate
Terminal
One Second
Encore:
An Eternity of Lies
As I Die
Say Just Words
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