Por: Luiz Romaniello
Após o lançamento dos questionáveis Load e Reload e do péssimo St. Anger a banda parecia cada vez mais perdida e perdia a credibilidade com seus fãs. Mas em Setembro de 2008 com o lançamento do ultimo álbum Death Magnetic tudo mudou. Palhetadas rápidas, muito peso e velocidade como não se via a tempos em um álbum do Metallica. O resultado disso? Fãs enlouquecidos com a volta do “velho” Metallica e com a posterior confirmação do show no Brasil.
Outro grande mistério em relação ao show era o setlist. O Metallica não mantém um setlist fixo e muda a maioria das faixas em todos os shows, deixando apenas alguns clássicos como músicas fixas. Às vezes entram no repertório músicas que não são tocadas há muito tempo, nesse caso a banda as ensaia as canções no próprio dia do show (fato mostrado no ultimo DVD).
No domingo pela manhã já era perceptível a invasão das camisas pretas ao redor do bairro do Morumbi. Pessoas de várias cidades e regiões do país além dos próprios paulistanos já aguardavam a apresentação de uma das maiores bandas de metal da história. Na noite anterior cerca de 60.000 pessoas assistiram o show, e muitas delas retornaram para também acompanhar o de domingo. O público de domingo beirou as 40.000 pessoas.
O Metallica já se apresentou em duas oportunidades no Brasil em 1989 durante a turnê Damaged Justice e em 1999. Chegaram a confirmar sua vinda em 2003, mas desistiram alegando estafa dos integrantes. A abertura em 1999 também ficou por conta do Sepultura que na época muito reclamou das suas condições de som no palco e chegou a falar de um possível boicote.
Por volta das 19:20 enquanto boa parte do público ainda adentrava o Morumbi, o Sepultura iniciava seu show mesclando faixas do ultimo lançamento A-lex e alguns clássicos. O grupo é formado atualmente por Derrick Green (vocal), Andreas Kisses (guitarra), Paulo Jr. (baixo) e Jean Dolabella (bateria). A receptividade do público foi a melhor possível, principalmente nos clássicos. Após a introdução iniciaram o set list com A-lex I e Moloko ambas do ultimo álbum, e em seguida veio Refuse/Resist, primeiro clássico da noite que fez o público abrir um grande mosh. Em seguida vieram Filthy Rot, What i Do, Convicted in Life e We´ve Lost You. O show se encontrava meio morno em certo momento, e o público desconhecia algumas das músicas, mas a seqüência matadora de Troops of Doom, Innerself, Sepulnation e Territory botou o público a agitar e pular como se a banda fosse a atração principal da noite. Finalizaram o set com a Arise (matadora), Conform e Roots Bloody Roots. O show foi ótimo, mas há quem diga que a volta da formação original do sepultura é uma questão de tempo, a banda está coesa mas o que vi, eu não chamaria de Sepultura.
Após uma longa espera hora do Metallica. O show começou com a introdução Ecstasy of Gold (um antigo tema de filmes de faroeste) e logo veio a primeira faixa: o clássico Creeping Death do álbum Ride The Lighting de 1984. A música pós o público em êxtase, tanto que cantava até os riffs executadas por Kirk Hammet e Cia. O grupo que ainda conta com Robert Trujillo (baixo), James Hetfield (vocal/guitarra)e Lars Ulrich (bateria) tocou em seguida mais uma porrada: Ride The Lighting .
A pirotecnia anunciava a primeira surpresa da noite, que ficou por conta de Fuel, ausente no dia anterior e uma das poucas que se salvam dentre os últimos álbuns. As explosões cativaram ainda mais o público que encontrava-se em um ritmo alucinantes seguindo todos os passos da banda. Dedicada ao Sepultura, veio Sad But True, além da competente execução das músicas, a empatia com o público foi uma coisa impressionante e marca registrada da banda durante todo o show. O dia 31 ficou sem Fade to Black, mas em seu lugar tivemos Unforgiven que também se mostrou uma ótima opção. That Was Just Your Life foi a primeira do último álbum Death Magnetic a ser executada e deu um ritmo mais veloz a apresentação.
O set seguiu com The End Of The Line e Welcome Home (Sanitarium) ( um dos pontos altos da noite). James Hetfield perguntou: “quem tem o álbum death magnetic? Nos precisamos de sua ajuda, São Paulo!”, e veio a execução de Cyanide. A faixa contou ainda mais com a participação do público que foi filmado durante toda a música, aparecendo homenagens ao falecido rei do pop Michael Jackson, era diversão pura e uma energia única. Em seguida veio My Apocalipse também do último álbum.
Com um show pirotécnico simulando explosões e tiros, veio umas das mais esperadas: One do álbum And Justice For All de 1988. Em seguida mais uma seqüência matadora composta por Master Of Puppets (um dos melhores riffs da história do heavy metal), Fight Fire With Fire (a melhor surpresa do setlist), Nothing Else Matters (balada obrigatória). Os four horseman mostraram muito energia em cima do palco, Robert Trujillo se mostrou eficiente sendo um pouco mais discreto que os outros integrantes, com exceção do fim do show na qual rodou o baixo no melhor estilo Zangief do Street Fighter. Enter Sandman fechou o set. Agora era só aguardar o bis.
O Metallica em seus shows sempre executa um cover, no show em Porto Alegre tivemos Die Die My Darling do Misfits, no show do dia 30/1 em SP, Stone Cold Crazy do Queen. Cada um apostava em sua música favorita. E a que foi executada foi Helpless do Diamond Head. Para fechar o show dois clássicos absolutos Hit The Lights e Seek and Destroy.
Em um show de mais de duas horas de duração com certeza todos que compareceram ficaram totalmente satisfeitos, claro que sempre falta uma música ou outra, ainda mais se tratando de Metallica. A produção e o público proporcionaram um espetáculo único e o evento fica com um dos candidatos a show do ano. E o Brasil vai aguardar o retorno de uma das maiores bandas de metal do mundo.
Setlist:
Creeping Death
Ride The Lightning
Fuel
Sad But True
The Unforgiven
That Was Just Your Life
The End Of The Line
Welcome Home (Sanitarium)
Cyanide
My Apocalypse
One
Master Of Puppets
Fight Fire With Fire
Nothing Else Matters
Enter Sandman
bis
Helpless
Hit The Lights
Seek and Destroy
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