Por: Patrícia Laroca
Colaboração: Adriana Camargo
O Black Sabbath está no Brasil, e desta vez com Ozzy Osbourne, o vocalista da sua formação original. Acompanhado pelo baixista Geezer Butler, Ozzy realizou uma entrevista coletiva na tarde da última terça-feira, 8, em um hotel no Rio de Janeiro. O guitarrista Tony Iommi, que faz tratamento para combater um linfoma, não se sentiu bem e ficou no quarto do hotel acompanhado por um médico. A turnê brasileira começa na quarta-feira, (9/10), em Porto Alegre, segue para São Paulo (11/10), Rio (13/10) e finaliza em Belo Horizonte (15/10).
Confira abaixo como foi a coletiva na íntegra:
1) Como está o estado do Tony Iommi e como é fazer uma turnê a essa altura da vida, sobre os cuidados médicos, Uti, o que existe em relação a isso? (Roberta – Estadão)
Ozzy – Já fizemos muitas turnês, desde 1979 e estamos felizes com novas músicas que os fãs podem ouvir.
Roberta insiste no estado de Tommy, mas a intérprete pediu para deixar para o final.
2) Vocês já estiveram no Brasil várias vezes, com várias formações. O que estão sentindo dessa vez com produção desse álbum, sendo que irão tocar para mais ou menos 150 mil pessoas? –(Almir)
Ozzy – A recepção está muito gratificante, ainda não tocamos no Brasil com essa formação, somente no Chile e na Argentina, mas foi excelente e estamos muito felizes!
3) Como é estar na estrada após 40 anos fazendo Rock n´Roll, o que é diferente além de vocês não estarem mais tão jovens quanto no final dos anos 60 e início dos 70. Como é estar no palco hoje em dia? – (Roger – Jornal Zero Hora)
Ozzy – 40 anos atrás eu era jovem, vivia uma vida de Rock Star, ‘Sexo, Drogas e Rock n´Roll’ e hoje em dia é chazinho, coca-cola e volta para o quarto após o show.
Geezer – É muito triste o Bill Ward não estar conosco, mas fizemos o que tinha que fazer, estamos muito felizes com a formação e não há porque não ser um sucesso como em outros lugares.
4) Nessa turnê do 2º semestre vocês tem feito o mesmo setlist todas as noites. Qual o critério para a escolha das músicas e qual a visão de não trocar esse set, tocar sempre as mesmas músicas? – (Guilherme da Rolling Stones)
Ozzy – Obviamente temos sempre que colocar as músicas mais famosas que já tocam há muito tempo e o que está dando gratificação são as quatro músicas novas .
5) Qual a chance de vocês voltarem ao Brasil para darem mais emoções a esse público fanático?(Guilherme – Kiss FM)
Ozzy – Não quero fazer nenhuma promessa, ainda estamos nessa turnê, dependemos da saúde do Tony, que está com câncer (linfoma). Estamos cruzando os dedos para que tudo dê certo e aguardando os resultados.
6) O Black Sabbath hoje é uma das poucas bandas que consegue lotar sozinha estádios, arenas, tocar para milhares de pessoas, é uma banda gigante, está muito tempo na estrada. Essas poucas bandas que podem fazer isso não tem muito tempo pela frente. Como vocês vêem o futuro, quem pode substituir? Vocês acompanham a nova geração do Rock, do heavy metal, se acham que o Rock vai acabar? (Daniel Dutra – Rodie Crew)
Ozzy – Obviamente estão falando no fim do Rock n´Roll há muitos anos e ele continua aí. Sempre irá ter fãs para diversos tipos de músicas. Enquanto tem fã, terá Rock!
7) Como foi o processo de elaboração do novo álbum em relação aos álbuns anteriores, das antigas colaborações com esta formação da banda em relação as inéditas? (Felipo – Almanaque Virtual)
Ozzy – A diferença é que antigamente estávamos todos drogados e hoje em dia não. Todos tiveram seu espaço para colaborar igualmente no novo álbum. Fizemos muita gravação ‘live’ (ao vivo) nos primeiros três álbuns. Incentivávamos a usar muitos instrumentos ao vivo sem nenhum tipo de tecnologia moderna.
8) Vocês esperavam depois de quase 40 anos ter um disco emplacado em dezenas de países em 1º lugar? Me parece que é a 1ª vez que a banda consegue esse feito. (Fernando – Ozzy Brasil)
Ozzy – Estamos absolutamente entusiasmados e sem palavras com a reação do público sobre o álbum. Se o novo álbum está em 1º lugar em mais de dez países, mostra como está o futuro do Rock n´Roll!
9) De quem foi a ideia de chamar o Rick Rubin para produção do álbum? (Richie – Wikimetal)
Geezer – Somos amigos do Rick (Rubin) de longa data e ele já tinha dito que o dia que quiséssemos gravar um novo álbum ele gostaria de produzí-lo. Levamos o material novo, ele adorou e foi um processo natural.
10) Vocês causaram polêmica com a igreja com a música ‘God is Dead’. Houve alguma represália por conta disso ou ainda não? (Patricia Laroca – Universo do Rock)
Ozzy – Não seria o Black Sabbath se não tivesse. Tinha mais repercussões antigamente, hoje em dia não tem mais.
11) Sabbath Bloody Sabbath está completando 40 anos. Quais as lembranças que vocês tem desse disco, se o consideram o melhor álbum da banda? E se perceberam algo na hora da confusão com as bandeiras no show da Argentina? (Ricardo Scott – Jornal O Dia)
Ozzy – Alguém jogou uma bandeira do Peru no palco. Eu não me lembro de ter visto se era brasileira. Foi um acidente, mas não tem barreiras mundiais com a música. Um fã jogou a bandeira e eu simplesmente coloquei nas costas e foi um erro mundial. Foi uma ótima lembrança a gravação, muitas drogas, não me lembro de mais nada.
12) Quando o Bill Ward não aceitou participar da turnê e do disco, como que foi a diferença com o Brad e o Tommy, se deram algum tipo de orientação ao som que queria?(Monica Loureiro – Vírgula)
Geezer – O Tommy já tinha trabalhado com o Ozzy, já tinham uma relação boa de trabalho e eu já tinha trabalhado com o Brad, sugeri ele na bateria e foi uma ótima incorporação para gravação do álbum.
13) Vocês são uma lenda do Rock há 40 anos. Como vocês imaginam a música daqui há 40 anos? (Hugo – Universo Kaos)
Ozzy – Daqui há 40 anos não estaremos lá, mas da mesma maneira estamos até hoje fazendo sucesso e estou muito feliz com esse sucesso contínuo.
14) Sobre lançamento de DVD, porque vocês escolheram a Austrália? Como foi a organização do setlist e se pretendem gravar algo no Brasil? (Gustavo – Cult Magazine)
Geezer – Não pretendemos gravar no Brasil porque o processo é muito longo. Escolhemos a Austrália porque era o início da turnê e queríamos garantir ter algo gravado nesse início e o set list incluímos as quatro músicas novas junto com a seleção de canções famosas.
15) Ozzy, você que fez uma autobiografia muito sincera contando sobre drogas. Existe no Brasil um movimento de cantores populares favoráveis a autorização prévia das biografias. O que você acha disso e o que pretendem fazer no tempo livre no país? (João – Destak)
Ozzy – A minha experiência em fazer a autobiografia com um Gosth Rider – escritor anônimo, foi muito boa. Ele relatou toda minha vida artística. Obviamente existe muita biografia não autorizada, mas não é o meu caso, eu fiz com colaboração.
16) Qual foi o melhor e o pior momento que vocês viveram no Black Sabbath? (Roger)
Ozzy – A minha melhor experiência foi quando eu descobri o LSD e a pior foi quando eu usei!
Seja o primeiro a comentar