Circuito Banco do Brasil no Rio: maratona de muito rock n’ roll na Praça da Apoteose

Por: Danielle Barbosa

Foto: Isabela Catão
Foto: Isabela Catão

A segunda edição do Circuito Banco do Brasil fez sua última parada no Rio de Janeiro no último sábado (8), após passar por BH, Brasília e São Paulo. O evento reúne importantes nomes do cenário do rock nacional e internacional, além de dar espaço para caras novas. No Rio, Pitty, Frejat, MGMT, Paramore e Kings Of Leon foram as atrações principais do evento, que também contou com a apresentação da banda Drenna, vencedora de um concurso realizado através da internet.

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Os portões foram abertos bem cedo para aqueles que queriam aproveitar uma maratona regada de muita música e uma pitada de esportes radicais. A última etapa da 2ª Copa Brasil de Skate Vertical, feita a partir de uma parceria com a confederação oficial da modalidade, animou o público com um show de manobras dos atletas. O paulista Léo Ruiz foi o vencedor geral da competição, somando 2.630 pontos.

A Praça da Apoteose, palco escolhido para os shows neste ano*, foi aos poucos sendo tomada por fãs (em sua maioria, bem jovens) de todos os artistas que se apresentariam ao longo do dia. Grande parte deles vestia uma camisa ou carregava um cartaz ou apetrecho em homenagem à sua banda e/ou artista favorito.

O festival transcorreu muito bem durante as 12h, sem problemas com organização, som, horário ou acesso ao público. A pontualidade de todas as apresentações chamou a atenção e, apesar da forte chuva que caiu pela noite, os fãs se mantiveram firmes e sem perder a empolgação.

Houve uma decepção, entretanto, com o público presente no festival. Esperava-se casa cheia em todos os setores e, ao invés disso, o que se viu foram espaços bem vazios nas arquibancadas e na Pista Premium. Melhor para os que ali estavam e puderam curtir mais à vontade e sem muito aperto.

Para compensar, a animação dos presentes foi 10x maior e ninguém voltou pra casa insatisfeito com o que viu e ouviu. Até o próximo ano, Circuito Banco do Brasil!

OS SHOWS:

Drenna:
Por volta das 16h, os primeiros a subir ao palco e responsáveis por abrir os trabalhos musicais do Circuito Banco do Brasil foram os cariocas da Drenna. Eles venceram o concurso“VOZPARATODOS”, promovido pelo festival nas redes sociais. Mesmo com uma apresentação com a casa ainda vazia, a banda fez uma abertura digna do festival e inclusive arriscou uma canção dos Beatles para agradar a plateia.

Pitty:
Logo a seguir, a roqueira Pitty tomou o palco. A baiana trouxe um setlist mesclando faixas de seu novo trabalho, o “Setevidas”, e clássicos da carreira, como “Na Sua Estante”, “Teto de Vidro”, “Memórias”, “Me Adora”, dentre outras. A cantora, sempre comunicativa e bastante agitada, colocou todos pra se mexer e cantar as letras que estavam na ponta da língua.

Frejat:
Ao cair da noite, às 18h30, Frejat teve a responsabilidade de fechar a participação do rock nacional no festival e abusou dos covers em sua performance. Clássicos de Tim Maia (“Não Quero Dinheiro – Só Quero Amar”), Jorge Ben Jor (“A Minha Menina”), Cássia Eller (“Malandragem”) e, é claro, Cazuza (“Exagerado”) compuseram a faixa de hits.

O músico não podia deixar de lado os sucessos que compôs em sua banda, o Barão Vermelho.“Por Você”, “Pro Dia Nascer Feliz”, “Puro Êxtase” e “Bete Balanço” embalou casais e amigos presentes na Apoteose. Foi uma aposta ousada, mas no fim inteligente de Frejat incluir covers de grandes sucessos em seu setlist, já que se tratava de uma plateia heterogênea e de diferentes gerações. Animação não faltou, não!

MGMT:

 

Foto: Isabela Catão
Foto: Isabela Catão

O MGMT, primeira atração internacional do lineup, atraiu aos amantes do indie rock. Com uma vibe meio psicodélica e letras carregadas, a banda trouxe uma atmosfera diferente e interessante do que havia passado pelo palco até então.

Os rapazes de Nova Iorque, apesar de terem ficado estáticos durante quase toda a apresentação e pouco se dirigirem à plateia, arrancaram gritos e animaram os fãs que se concentraram na grade. “Kids”, “Electric Feel” e “Time To Pretend”, todas do primeiro álbum de estúdio da banda (Oracular Spectacular, lançado em 2007) não faltaram no rápido e curto setlist da banda.

Ponto para Organização!

Uma pausa para reaquecer as turbinas, beber uma água ou comer algo. No vai-e-vem e troca-troca daqueles que já tinham assistido sua atração preferida e aqueles que queriam chegar mais próximo ao palco pra ficar mais pertinho da sua banda, vimos uma iniciativa interessante e (bastante!) confortável. Banquinhos de plástico e capas de chuva foram distribuídos para algumas pessoas (infelizmente apenas uma pequena parcela) da plateia. Porque cá pra nós, doze horas de pé é dureza, né?!

Paramore:

Foto: Isabela Catão
Foto: Isabela Catão

Os fãs morriam de saudade deles. Eles vieram para o CBB em sua quarta passagem pelo país (a última havia sido em 2013). Mais maduros, com uma formação diferente do início da carreira, mas a mesma pegada musical e paixão dos fãs. Era a vez do Paramore se apresentar no Circuito Banco do Brasil! Hayley, Jeremy e Taylor abriram o show com “Still Into You”, single baladinha do álbum homônimo da banda lançado no ano passado. Neste momento, já caía uma chuva que só apertou no restante da noite. Desânimo? Que nada!

A banda apostou em um combo de hits “matadores”, com “That”s What You Get” e “For a Pessimist, I’m Pretty Optimistic” (ambas do Riot!, álbum vitrine da banda), “Ignorance”e“Pressure”. De fato, uma sequência acompanhada por muitos pulos e berros dos fãs. Mas não foi só isso: teve espaço inclusive para uma trilha mais romântica embalar os casais. (a faixa“The Only Exception”, do álbum “Brand New Eyes”).

A noite foi de muita música e um domínio de palco e público de dar inveja a muitos de Hayley Williams**. A ruiva é conhecida por saber dosar brincadeiras, muito carisma e boa música quando se trata de uma performance ao vivo: uma verdadeira frontgirl de banda de rock! A receptividade da multidão, é claro, foi das melhores. Hits cantados ao pé da letra, alguns fãs choravam e outros eram puro êxtase!

Uma das fãs que segurava um cartaz curioso na plateia, a estudante Thaís Boyago, conseguiu ir além e foi chamada por Hayley ao palco em “Misery Business”. A menina, visivelmente emocionada, mostrou todo o seu rock n’ roll e tomou o palco com uma explosão contagiante. A empolgação foi tanta que ela escorregou e acabou levando um tombo no palco. Constrangimento? Nada disso! O Paramore acompanhou Thaís e sentou no chão para cantar os versos finais da música. Yeah! Boa, Thaís! Boa, Paramore!

Kings of Leon:

Foto: Isabela Catão
Foto: Isabela Catão

Para fechar o festival com chave de ouro, nada mais, nada menos que Kings Of Leon! A banda americana de Nashville voltou ao país para a turnê do álbum “Mechanical Bull”, lançado em 2013. Eles já tinham pisado em solo tupiniquim nos anos de 2005, 2010 e 2012.

Já era quase meia-noite quando os irmãos Followill subiram ao palco e a chuva não dava trégua. Muitos daqueles que já estavam cansados ou tinham ido para acompanhar o show do Paramore foram embora, deixando a Apoteose ainda mais vazia. Podia ser mais um banho d’água fria pros integrantes do KoL ver a plateia bem vazia e com os seguidores mais fieis presentes na área vip do show? Sim. Mas, bem ao contrário disso, os meninos fizeram um belo espetáculo, talvez o melhor da noite musicalmente.

Violões nas trilhas mais acústicas, riffs de guitarras poderosos, um pouco de tudo. O Kings Of Leon mostrou diversidade no cardápio de músicas escolhido para a noite. Apesar de menos ‘popular’ ou com um som para um público mais específico (talvez mais maduro e cult) que o Paramore, até aqueles que somente conheciam os um ou dois hits da banda parecem ter gostado do espetáculo. As músicas “Don’t Matter” e “Temple” (do álbum que dá nome a turnê) são bons exemplos de como a banda evoluiu e incorporou novos elementos em seu som durante os anos.

A plateia aqueceu e dançou conforme o ritmo dos sulistas do Tennessee em “Closer”, “Pyro”e“Notion”, faixas presentes nos discos mais antigos. Mas foi nas aclamadas “Use Somebody”e“Sex On Fire” que o público veio abaixo. Os tradicionais coros de “ooooh ooooh” regendo“Use Somebody” fez até quem não conhecia bem a banda participar e cantar juntinho de Caleb e cia. Um belo momento a ser registrado e que não podia faltar nessa edição do Circuito Banco do Brasil.

Já no bis, a banda voltou com “Sex On Fire”. De fato, um fim de festival em grande estilo. Caleb agradeceu a oportunidade e a recepção tão acalorada do público brasileiro e prometeu voltar outras vezes. Sim, eles devem voltar!

* Em 2013, o CBB foi realizado na ‘Cidade do Rock’, mesmo local onde é realizado o ‘Rock in Rio’.
** Ah! Importante dizer nessa notinha: Paramore não é só Hayley Williams, como a própria disse. A cantora, em tom de brincadeira, reclamou do cinegrafista e do telão que só acompanhavam a vocalista (sem muito sucesso, mas….)

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