Por: Daniela Baroni
Em comemoração dos seus 20 anos de carreira, a banda de Nu Metal Limp Bizkit traz sua turnê de aniversário para a América Latina, passando por Santiago e Buenos Aires, e faz a alegria dos paulistanos com apresentação única em São Paulo na quinta-feira de feriado (26) no Espaço das Américas.
Com a abertura dos portões, o público começou a entrar às pressas para garantir um bom lugar e, enquanto as luzes ainda estavam acesas, era possível ver a ansiedade latente nos rostos dos fãs. A última vez que a banda americana esteve em terras paulistas foi para o Monsters of Rock, em 2013, e muitos que não se interessavam pelo line-up do festival provavelmente perderam o show. Por isso, era importante se esforçar e ficar o mais próximo possível da grade para não perder nada do que estava por vir.
Às 19h30, Luka e Thiago DJ, da rádio 89FM, subiram ao palco para introduzir ao público os brasileiros do La Raza, banda responsável por abrir a noite. Embora o público estivesse ansioso pela grande atração que viria a seguir, foi difícil não sentir a casa se aquecer a cada segundo da cativante apresentação e do som urbano do La Raza. Com um estilo que mistura rapcore e nu metal, flertando com outros estilos, a banda conquistou a todos e impressionou os presentes ao convidar o rapper Xis ao palco para cantar “Chapa o Côco” e depois ao convidar Digão dos Raimundos para cantar “Esporrei na Manivela”.
Devidamente aquecidos, os fãs já não aguentavam mais esperar. Então, quando as luzes se apagaram e o vocalista do Limp Bizkit, Fred Durst, acompanhado do excêntrico Wes Borland (guitarra), Samuel Mpungu (baixo – substituindo Sam Rivers), John Otto (bateria) e o apoio de turnê responsável pela turntable, Dj Skeletor, subiram ao palco 10 minutos antes do previsto, toda a plateia perdeu a compostura e os gritos começaram. As caixas de som explodiram com o início de “Boiler” e ninguém conseguiu ficar parado. Com o fim da música, Durst cumprimenta, “Brazil in the house!” e agradece a todos pela calorosa recepção.
Quem é fã de nu metal sabe bem que a cena anda fraca e as poucas bandas internacionais que ainda fazem turnê raramente vêm ao Brasil. Portanto, uma turnê de aniversário do Limp Bizkit, um dos precursores do estilo, não poderia ter vindo em melhor hora, já que há espaço para mais músicas clássicas e cultuadas na setlist se a turnê não for de um álbum novo. Com isso, o show contou com músicas dos seis álbuns lançados pela banda, focando na nostalgia de grandes sucessos como “Livin’ it up”, “Eat you Alive”, “Nookie”, “My Way” e, claro, “Rollin’ (Air Raid Vehicle)”, que provou que, em show de rock, pode ter coreografia sim.
Na metade do show, Durst diz ao público, “I wanna party like it’s 1999!” e a banda inicia o clássico “My generation”, provocando gritos por toda a casa e fazendo com que uma roda de bate-cabeça abrisse bem no meio da pista. Mas o que foi mesmo surpreendente foi ver como os fãs tinham as letras rápidas das músicas completamente decoradas, inclusive o cover que a banda fez de “Faith” do George Michael, cantor que nunca imaginaria que uma enorme plateia com dreads, roupas pretas largas e meias nas canelas saberia cantar sua música de cor.
Com o fim da primeira parte do show, Fred Durst retorna do encore sozinho e canta “Behind Blue Eyes”, cover do The Who, feito para a trilha sonora do filme “Na Companhia do Medo” e que, embora não seja tão amado pelo público geral, deixou muitos dos marmanjos no show emocionados. Em seguida, a banda volta ao palco e inicia “Break Stuff”, o grande hino do dia ruim, e não havia um pé no Espaço das Américas que pudesse ficar no chão. A esperada trilha sonora de “Missão Impossível II”, “Take a Look Around”, foi a música escolhida para encerrar a noite e os fãs quiseram aproveitar cada segundo desse encerramento, fosse dançando, pulando ou correndo para uma roda.
O Limp Bizkit é uma banda conhecida por causar polêmicas de tempos em tempos; entretanto, foi uma agradável surpresa ver como toda a banda foi receptiva. Durst, embora normalmente seja um cara sério, brincava, convidava o público a dançar com ele, constantemente agradecia tanto em português quanto em inglês e, em certo momento, se declara aos fãs dizendo, “Eu amo vocês. Bons tempos, maus tempos. Vocês sabem que tive meus momentos. Obrigado”.
Foi interessante observar que DJ Skeletor não estava no show só para colaborar nas músicas com os sons da turntable, mas estava lá para discotecar durante pequenos interlúdios a cada 3 ou 4 músicas. Nesses interlúdios discotecados, a seleção passou por estilos musicais desde o rock, hip hop e eletrônico até o disco, refletindo a proposta do próprio Nu Metal, que é misturar estilos diferentes com o rock.
O próximo álbum da banda está para ser anunciado em breve e, sem dúvida nenhuma, todos os fãs que saíram do show do Limp Bizkit dessa quinta-feira de alma lavada estarão esperando ansiosamente as datas da próxima turnê. E que ela não demore.
Setlist
01. Boiler
02. 9 Teen 90 Nine
03. Hot Dog
04. Rollin’ (Air Raid Vehicle)
05. The Truth
06. Bring It Back
07. Thieves (Ministry cover)
08. Gold Cobra
09. My Generation
10. Livin’ it Up
11. Faith (George Michael cover)
12. Eat You Alive
13. My Way
14. Nookie
15. Full Nelson
Encore
16. Behind Blue Eyes (The Who cover)
17. Break Stuff
18. Take a Look Around
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