The Pretty Reckless incendeia o Vivo Rio com show energético e som visceral

Por: Danielle Barbosa
Foto: Allan Barata/UDR

A banda de Nova Iorque levou à loucura a multidão de jovens

Bastante populares entre o público de faixa etária na casa dos 20 anos, a banda de metal alternativo The Pretty Reckless é sempre uma aposta certeira para um show empolgante e casa cheia. Não foi diferente o que aconteceu no Vivo Rio na última quinta-feira (9). Os fãs saíram cansados (ou não, quem sabe?) de tanto pular e soltar a voz na hora e meia de show que os norte-americanos estiveram no palco da tradicional e importante cenário de shows da noite carioca.

Liderados pela talentosa vocalista Taylor Momsen – que também ocupa as guitarras em determinados momentos –, com Ben Phillips no backing vocal e guitarra, Mark Damon no baixo e Jamie Perkins na bateria, o Pretty Reckless não vinha ao Brasil desde agosto de 2012. Isso explica um pouco a ansiedade da multidão em rever os músicos, que – em contrapartida – deixaram 110% de energia em cima do palco. Todos os holofotes, é claro, vão para a presença inconfundível de Taylor. A cantora sabe como colocar fogo em um show e não deixar o termômetro esfriar nem por um instante. A setlist, por sua vez, foi escolhida com muita inteligência pela banda e era bastante convidativa para os amantes de um som mais pesado.

De cara, o grupo subiu com a vigorosa “Follow Me Down”. Os vocais de Taylor alternaram entre berros precisos nos pontos sensíveis da música e suaves – e hipnotizantes – nas pontes que ligavam a canção com o refrão. A recepção dos fãs foi a mais calorosa possível, com histeria vindo de todos os cantos. Do outro lado, a resposta em forma do bom e velho rock ‘n roll – apimentado pelo frescor de uma banda ainda nova na indústria musical*. “Olá Rio, nós somos o Pretty Reckless”, apresentou-se a jovem loira, para mais gritos e aplausos da multidão.

Foto: Allan Barata/UDR

*O The Pretty Reckless surgiu em 2010 e, desde então, apenas Taylor faz parte da formação original.

A apresentação seguiu apostando na potência sonora das guitarras de Ben e Taylor com “Since You’re Gone”, “Oh My God” e “Hangman”. Sem intervalos e pausas para discursos e interação com as pessoas, eles logo emendaram com “Make Me Wanna Die”, primeiro single da banda – que alcançou o primeiro lugar na categoria ‘Rock’ no Reino Unido. As reações variavam entre balançar a cabeça, pular, gritos de “Taylor, eu te amo” ou tudo isso de uma vez.

Foi, sem dúvidas, o momento de maior “loucura” do show e de performance mais considerável da frontman do Pretty Reckless no palco. Ela girava com o microfone nas mãos, percorria todo o palco e seduzia os fãs com olhares e jogadas de cabelo. O frisson vindo da pista e do camarote era tão grande que a cantora se sentiu à vontade para deixar as pessoas cantarem trechos bem longos do hit. “Eu quero ouvir vocês gritando”, pediu e foi atendida imediatamente. “Eu amo vocês!”, retribuiu o carinho e dedicação da multidão logo ao fim da música.

Nem metade da setlist havia sido executada e a sensação de que o ingresso havia valido a pena era compartilhada por todos e isso pôde ser observado pelos rostos felizes e com um sorriso estampado de ponta a ponta na plateia. Mas a noite estava longe de ter acabado. Se dependesse do Pretty Reckless, o reencontro com os fãs no Rio marcaria a vida de cada uma daquelas pessoas que ali estava.

Foto: Allan Barata/UDR

Na sequência, “My Medicine” – também do “Light Me Up”, álbum de estreia – manteve o ritmo do show lá no alto e foi seguida por “Prisoner” e “Sweet Things”, singles provenientes dos outros dois discos lançados pelos músicos – o “Going To Hell” (2014) e “Who You Selling For” (2016). Em apenas seis anos e meio de estrada, três produções de estúdio bem sucedidas não está nada mal, certo? E é com base nos resultados favoráveis de crítica e audiência recebidos que os artistas montam o set que será tocado em cada show. Para a noite no Rio, houve uma mescla bem interessante entre os três trabalhos, com uma disputa saudável entre aqueles que preferem o “Light Me Up” e outros o “Going to Hell”.

Em “Who You Selling For” e “Zombie”, os ânimos baixaram um pouco e um clima mais intimista e de tranquilidade se instaurou no local. A segunda, inclusive, já vinha sido pedida pelos fãs há algum tempo e é uma das “queridinhas” dos brasileiros. A primeira, no entanto, é um belo demonstrativo da versatilidade de Taylor enquanto artista: a leveza melódica e delicadeza da voz da cantora contrastam com o som predominantemente visceral e estilo mais sombrio das composições do Pretty Reckless.

Mas estes foram os únicos momentos de ‘calmaria’ da apresentação. “Just Tonight” e “Heaven Knows” logo colocaram o modo “insano” no show. O gás parecia não ter fim e foi quando “Going To Hell” incendiou de vez a galera, que foi incitada por Taylor a cada refrão a cantar mais alto. “Vocês podem fazer melhor do que isso”, provocava a vocalista. Ali, pode-se ver a sintonia entre fã x ídolo atingir o auge.

Pra encerrar a – pros fãs, memorável – noite do Pretty Reckless na cidade e agradar ao público que clamava por “Going Down” desde o início, os norte-americanos contrariaram todas as probabilidades de setlist previamente divulgadas e atenderam aos pedidos dos cariocas. Aliás, a troca de “Fucked Up World” por “Going Down” foi exclusividade do show do Rio.

Uma coisa é certa:
Se for valer da intensidade com que o público do Rio, São Paulo e Belo Horizonte recebeu a banda, o Pretty Reckless volta em breve pro Brasil!

Setlist:
1. Follow Me Down
2. Since You’re Gone
3. Oh My God
4. Hangman
5. Make Me Wanna Die
6. My Medicine
7. Prisoner
8. Sweet Things
9. Light Me Up
10. Who You Selling For
11. Just Tonight
12. Zombie
13. Heaven Knows
14. Going to Hell
15. Take Me Down
BIS:
16. Goin’ Down (a pedidos do público)


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