Por Flavia Carvalho
Aconteceu, no último domingo, 26 de setembro, o show da banda de metal sinfônico Apocalyptica, no Tropical Butantã, em São Paulo. A banda finlandesa, composta pelos violoncelistas, Eicca Toppinen, Paavo Lötjönen, Perttu Kivilaakso e o baterista Mikko Sirén trouxe ao brasil a turnê comemorativa de 20 anos de seu álbum de estreia, o Plays Metallica By Four Cellos que, como o próprio nome já diz, é um debut à banda Metallica. O show de comemoração contou também com o violoncelista Antero Manninen, ex integrante e um dos formadores da banda. Logo no começo do show, Eicca explicou aos desavisados que ali seria um show de comemoração do primeiro álbum, que é somente instrumental, e, portanto, quem deveria cantar era o público.
Com uma casa cheia dessas, não foi tarefa difícil se soltar no palco – Eicca e Perttu que o diga – ambos levantaram diversas vezes (em boa parte do tempo, o grupo toca sentado), brincaram uns com os outros, banguearam os cabelos e fizeram gracinhas, além de, sempre que possível, trocar elogios com o público. Antero, no entanto, serviu de contraste, sem levantar e interagir com o público praticamente nenhuma vez, o músico mostrou que nem só de gracinhas o show é feito e que tem talento de sobra pra poder ficar quieto, fazendo pose de “sério” sem ninguém poder questionar, a não ser o Eicca, que ainda brincou dizendo que o músico não deu uma risada o show inteiro – e é verdade.
Muito se ouve dizer que shows apenas “instrumentais” não agradam tanto o público, mas depois desse show, essa teoria foi por água abaixo. Não só a casa estava lotada, como o público estava 100% entregue ao momento. A cada música tocada, um corinho se formava. Pode-se dizer até que é por serem músicas do Metallica, mas a verdade é que o mérito mesmo foi da qualidade com a qual essas músicas foram tocadas – e qualidade não faltou. Era comum olhar para o lado e ver pessoas boquiabertas e de olhos atentos a cada movimento dos músicos. Vez ou outra, nos intervalos das músicas, alguns fãs gritavam elogios à banda.
O show foi dividido em “dois tempos”, o primeiro, que contou com músicas como Enter Sandman (que abriu o repertório), Master of Puppets e Sad But True, entre outras, apenas com os violoncelistas no palco. O primeiro tempo foi finalizado com Welcome Home (Sanitarium), onde os músicos anunciaram que fariam um breve intervalo e voltariam ao palco em minutos. Com Fade to Black, a banda retornou ao palco e iniciou o segundo tempo do show, dessa vez contando com o Mikko na bateria, trazendo assim um tom mais de show de rock de fato para a noite.
Essa não foi a primeira vez em que os finlandeses vieram ao Brasil. Em 2005, a Apocalyptica abriu o show do Megadeth e mostrou seu potencial aos brasileiros e, em 2012, a banda fez outra passagem por aqui. Agora, bem mais conhecidos, o grupo já se sentiu à vontade com o público brasileiro. Com tamanha interação banda vs público, não foi difícil gerar momentos inesquecíveis do show, como os corinhos levantados em The Unforgiven, Nothing Else Matters e a derradeira One. Com a promessa de voltar em breve e sob aplausos, a banda Apocalyptica finalizou seu quarto e último show dessa turnê pelo Brasil (a banda tocou antes em Porto Alegre, Belo Horizonte e Curitiba).
Setlist do Show
Enter Sandman
Master of Puppets
Harvester of Sorrow
The Unforgiven
Sad but True
Creeping Death
Wherever I May Roam
Welcome Home (Sanitarium)
Intervalo
Fade to Black
For Whom the Bell Tolls
Fight Fire With Fire
Until It Sleeps
Orion
Escape
Battery
Seek & Destroy
Refuse/Resist (cover de Sepultura)
Bis:
Nothing Else Matters
One
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