Por: Carla Maio
Passava das 13h quando a galera começou a chegar ao Carioca Club na última sexta-feira (8) e logo já era possível ver uma jovem turma de cabeludos, meninos e meninas, homens e mulheres com sorriso no rosto, prontos para uma verdadeira aula de heavy metal, ansiosos por colar na grade e rever uma das bandas mais emblemáticas do cenário, o Accept, que volta ao Brasil para a turnê Blind Rage 2016. Nessa ocasião, além dos shows de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, o Accept se apresenta também em Manaus e Curitiba.
Cantor brilhante e grande frontman, Mark Tornilo, os incríveis guitarristas Wolf Hoffmann e Uwe Lulis, o baixista Peter Baltes e o baterista Christopher Williams tocam os maiores clássicos da banda dos anos 1980 a 1990, além de músicas dos mais recentes trabalhos como Blood Nation, de 2010, e Blind Rage, de 2014.
Com calorosa recepção dos fãs, o Accept sobe ao palco às 19 horas e abre o show no Carioca com “Stampede”, ponta pé inicial para levar todos à loucura com os poderosos solos de Wolf Hoffmann. Em “Stalingrad”, Hoffmann esbanja bastante empatia com o público, e não desperdiça oportunidade de interagir e duelar com Lulis. A banda é acompanhada pelo público em muitas de suas composições, gente que sabe as letras do Accept na ponta da língua e que numa sincope alucinógena vibra em “Hellfire” como quem vê mil dragões soprando fogo sobre nossas cabeças. Os fãs estão realmente muito emocionados.
“Boa noite São Paulo, é muito bom estar de volta ao Brasil, cara, vocês levam isso muito a sério não levam? Nós adoramos isso”, cumprimenta o carismático Tornilo.
Punhos cerrados, pulos, gritos. Os fãs vibram em “London lethearboys”, diante dos inacreditáveis solos de Hoffmann e do baixista Peter Baltes. A aula continua com extrema técnica e perfeição sonoras, e são apreciadas nessa dinâmica, que ganha em “Living for tonight” (Metal Heart, 1985) ares de diversão suja, características dos rock stars que vivem pela e para a noite.
Ao ritmo frenético de “Restless and wild”, é hora dos cabeludos e cabeludas chacoalharem suas cabeças, e mesmo aqueles que não têm farta cabeleira entram nessa vibe gostosa de se entregar ao desconhecido. De repente, poucos acordes já denunciam “Midnight mover” (Metal Heart, 1985) e culminam com “Dying breed”.
A linha melódica do baixo de Baltes dão peso e garantem a viagem em “Final journey”. Solos perdidamente emocionantes também embalam “Shadow soldier” e preparam a galera para a luz das estrelas em “Starlight”.
Uma pancada em cima da outra promovem um passeio pela brilhante carreira do Accept, com sucessos como “Bulletproof” (Objection Overruled, 1993) “No shelter” e “Pandemic” (Blood of the Nations, 2010), “Princess of the down” e “Fast as a Shark” (Restless and Wild, 1982) e “Dark side of my heart” (Blind Rage, 2014).
Mal deu tempo de recuperar o fôlego e o Accept já está de volta ao palco para o encore cheio de surpresas. A banda alonga “Metal heart” e Hoffmann brinca com um belo solo de Für Elise, de Beethoven. E vocês se lembram daquela moçada colada na grade? A essa altura, depois de mais de duas horas de show, eles já se deram conta que a noite inesquecível chegou ao fim, o jeito é ir para casa arriscando nos vocais os riffs de “Teutonic terror” e “Son of a bitch”. É claro, não existe uma regra geral para isso, mas é de muito bom tom finalizar grandes espetáculos com o que a banda tem de melhor, e foi isso que o Accept fez com a clássica “Balls to the wall”, sem dúvida uma porrada para ficar martelando na memória até que os alemães decidam voltar e nos agraciar com mais um espetáculo memorável.
SETLIST:
1. Stampede
2. Stalingrad
3. Hellfire
4. London lethearboys
5. Living for tonight
6. Restless and wild
7. Midnight mover
8. Dying breed
9. Final journey
10. Shadow soldier
11. Starlight
12. Bulletproof
13. No shelter
14. Princess
15. Dark slide
16. Pandemic
17. Shark
18. Metal heart Fur Elise
19. Teutonic terror
20. Son of a bitch
21. Balls
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Parabéns pela Resenha e fotos, trabalho muito bem feito, aguardando os próximos.