
Após anos sem fazer shows dedicados à sua carreira no Nightwish e também em terras tupiniquins, a cantora sueca Anette Olzon, responsável pelo sucesso dos excelentes álbuns Dark Passion Play (2007) e o conceitual Imaginaerum (2011), atualmente possui uma carreira versátil, participando de diversos projetos e mantendo uma sólida carreira solo. Com o objetivo de homenagear seu passado glorioso e, claro, agradar aos fãs de symphonic metal que tanto desejavam ver uma apresentação de músicas consagradas da banda finlandesa, Anette resolveu entrar em turnê com um setlist inteiramente dedicado aos dois discos que participou, e justamente a Cidade Maravilhosa foi a primeira escolhida para tal empreitada.
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Às 20h em ponto, os cariocas já gritavam seu nome a plenos pulmões, algo que se repetiria durante toda a noite. Aliás, vale ressaltar de imediato o carinho recíproco entre artista-plateia que ficou bem evidente no espetáculo em todas as canções apresentadas, somado ao respeito relacionado à banda de apoio que está acompanhando a artista nessa série de shows, composta por quatro talentosos brasileiros. “7 Days to the Wolves” abriu com seu ritmo cadenciado e arranjos épicos, quase como um aquecimento para o que estava por vir. Anette, sorridente e com seu carisma inegável, já tinha o público nas mãos logo de cara, que mesmo tendo a possibilidade de ficar sentado no teatro, quis ficar em pé para se aproximar ainda mais de sua diva.
A intro de teclado anunciava a poderosa “Storytime”, que provocou headbanging instantâneo por parte dos presentes, não à toa, já que é considerada uma das melhores de sua fase no Nightwish. É interessante observar como a voz de Anette é distinta da Tarja e Floor, tendo sua tonalidade preservada tanto em estúdio quanto ao vivo, sem buscar tanto o lado mais lírico, mas sim a voz de corpo, angelical e suave, algo que foi explorado de maneira eficiente em baladas. Por enquanto, o peso se mantém com “Ghost River”, antes da vocalista se dirigir ao público pela primeira vez, sendo muito bem recebida com palavras positivas. Querendo manter a energia em alta, o hit “Bye Bye Beautiful” provocou todo tipo de reação possível, e Anette soube utilizar muito bem tais momentos para interagir, em especial no refrão, que todos cantavam enquanto erguiam os punhos, juntos, como se fosse uma unidade musical.
Os músicos contratados para a turnê, segundo a própria Anette, se encontraram um pouco antes do início dos shows, o que surpreende pelo entrosamento e competência dos quatro. Sim, eles têm histórico de bandas cover de Nightwish, mas ainda assim se mostraram preparados para um repertório respeitável. A formação consiste em Sanzio Rocha na guitarra, Filipe Duarte no baixo/segunda voz, Vithor Moraes no teclado e Kiko Lopes na batera, todos oriundos de Belo Horizonte, cidade rica em talentos da cena rock. Com mais de 170 milhões de visualizações no YouTube, “Amaranth” veio na sequência para mostrar a qualidade da banda como um todo, que possui uma sinergia que será contemplada nos próximos dias pelo público de outras cidades.
Em “Rest Calm”, literalmente o momento de descansar um pouco a voz em notas mais tranquilas, versos cantados pelo baixista Filipe e o refrão pop, Anette se prepara para o que estava por vir após a instrumental “Last of the Wilds”, esta uma linda composição que, além de ter o lado folk aflorado, sendo perfeita para dançar, ainda evidencia a técnica dos integrantes. E, então, em um dos momentos mais marcantes da noite, a cantora volta ao palco, desta vez com todos sentados, conta um pouco de sua história e simplesmente executa com emoção a espetacular “Eva”, um dos destaques da apresentação. Em conjunto com “Turn Loose the Mermaids”, o que ficou óbvio é que baladas se encaixam como uma luva na voz de Anette, tornando tudo de fato mágico. Sensacional!

A quantidade de raridades que os fãs tiveram a honra de ouvir neste evento, como “Sahara”, é de deixar qualquer apreciador da boa música grato pela oportunidade de estar ali, de corpo e alma, participando de cada minuto, aproveitando o sabor de cada nota que era cantada com esmero por Anette. Os quase 14 minutos de duração de “The Poet and the Pendulum” quase pareceram 5 minutos de tanta beleza personificada na voz desta verdadeira artista, que se doou para alcançar tons difíceis e com uma gama de cores em seu timbre. Contudo, na humilde opinião deste que voz fala, o melhor estava por vir.
Ao anunciar que seria tocada uma composição gospel, enaltecendo a sua crença religiosa no cristianismo, “Meadows of Heaven”, acho que ninguém poderia imaginar a explosão de sentimentos causada por uma linha vocal belíssima e interpretada com maestria por Anette. Uau! Disparado o ápice de uma noite que já estava maravilhosa por si só. Teve até espaço para ela dedicar seu amor materno pelo filho mais velho, Seth, que a acompanha integralmente na turnê e foi apresentado para todos no palco. Para fechar esta celebração, “Last Ride of the Day”, que encaixou bem na proposta e empolgou cada um dos presentes. Após o final do show, Anette ainda brilhou ao ser solicita com fãs; conversou, tirou fotos e autografou materiais de sua carreira. Uma artista completa. Que volte mais vezes ao Brasil!
A turnê atual continua em outras cidades brasileiras com shows em Recife (19), Brasília (20), Curitiba (22), Porto Alegre (24), São Paulo (27) e Belo Horizonte (28). Garanta seu ingresso, pois é um show imperdível! Veja mais informações aqui.
Nossos agradecimentos a todos os responsáveis por tornarem o evento possível e, em especial, para a Acesso Music e Estética Torta pela parceria, confiança e credibilidade dada mais uma vez à equipe do Universo do Rock.
Veja a galeria de fotos do show (Anette Olzon/ RJ):













Foto do Setlist: Ian Dias
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