Texto, Revisão e Edição: Gustavo Franchini
Foto: Move Concerts
A noite era bastante chuvosa, chegando a alagar a rua do evento, mas mesmo assim fãs determinados a presenciar de perto Steve Harris (Iron Maiden), o baixista, líder e incontestável lenda do heavy metal mundial, de fato não encontraram tempo ruim para conferirem o British Lion, projeto paralelo do britânico. Com um time de qualidade, um ambiente favorável (Fabrique Club) e setlist com uma boa quantidade de músicas, pode-se dizer que para o público em geral valeu cada centavo do ingresso.
Por conta de atraso no transporte de viagem, trânsito e chuva torrencial, infelizmente não deu pra comparecer a tempo para o show do Tony Moore’s Awake, tecladista que já fez parte do Iron Maiden na década de 70, grande amigo de Harris e que já contribuiu em trabalhos bem relevantes na cena. Conferindo as duas últimas músicas, o que deu pra notar foi a reciprocidade do público em sua apresentação de quase 1 hora no total.
A pontualidade tradicional era esperada e assim que bateu o horário planejado, lá estavam Richard Taylor (vocal principal), Grahame Leslie e David Hawkins (guitarras), Simon Dawson (baterista que recentemente foi anunciado como substituto de Nicko McBrain nos shows ao vivo do Iron Maiden), Frank Diamond (teclado), além de, claro, o próprio Harris. E de cara dá pra ver a sintonia entre os integrantes, uma vibe muito boa, entrosamento instrumental e carisma do cantor que, por mais que não seja conhecido dos brasileiros, conquistou o carinho de todos desde a primeira vez que veio ao Brasil.
Foto: Move Concerts
A discografia da banda não é vasta, pois se iniciou em 2012 e Harris sempre se manteve ocupado com o Maiden, mas ainda assim lançaram dois ótimos álbuns, o homônimo no mesmo ano e The Burning (2020), ambos com relativo sucesso na Europa. O curioso é que as canções realmente parecem ter sido criadas para interagirem com o público, vide a quantidade de vezes que puxam coros da plateia e melodias com poucas notas, no intuito de serem pegajosas. “2000 Years” e “Us Against the World” remetem a um power metal melódico, enquanto outras como “The Burning” e “Lightning” tem uma levada mais NWOBHM, algo esperado de um compositor como Harris. “Legend” parece um bom e velho hard rock farofa dos anos 80!
Já a ótima e cadenciada “Spit Fire” começa com as notas graves de Harris, que inclusive ficava cantando empolgadíssimo as letras de todas as músicas; realmente ele parece gostar muito de ter a oportunidade de voltar a fazer shows em casas menores para apresentar um lado mais underground e intimista com seus fãs. “The Chosen Ones” é outro hardzão que tem uma linha de baixo bem Iron Maiden, o que nos faz pensar se era alguma ideia que ele resolveu usar em outra oportunidade. A parte acústica se fez presente em alguns momentos que Taylor pegou o violão por alguns minutos como em “Eyes of the Young”, sempre se conectando aos presentes. O grande destaque da noite ficou por conta da excelente “Us Against the World”, que com uma base bem construída e um refrão cativante funciona melhor ao vivo do que em estúdio. Que venham mais vezes!
Nossos agradecimentos a todos os responsáveis por tornarem o evento possível e, em especial, para a Midiorama e Move Concerts pela parceria, confiança e credibilidade dada à equipe do Universo do Rock.
Foto: Move Concerts
Veja a galeria de fotos do show (British Lion/ SP):
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