Call the Police relembra os sucessos da banda originária em show memorável no Rio

Os hits do The Police foram celebrados com maestria em palco carioca

Por Rodolfo Bragantini e Daniel Croce


Para o imaginário popular, como se deve batizar uma banda que possui algum membro original, sendo completada por outros músicos de tarimba, mas não participaram da era de ouro? Banda cover de luxo? Banda tributo sancionada?

A alma e o dono “de facto” do Dire Straits atende por Mark Knopfler, então como se explica o Dire Straits Legacy, que volta e meia possui line ups compostos por músicos “clássicos” de quando estavam no topo das execuções de rádio e da MTV (aah… Os anos 80), tais como Phil Palmer, Alan Clark, Mel Collins, e ainda sendo completados por personagens de renome como Steve Ferrone na bateria, ou um Trevor Horn no baixo (aquele que cantou no disco DRAMA do Yes e, poucos anos depois, foi o produtor do aclamado 90125). Timaço né? Mas o que os “patrões” acham disso?

Reza a lenda que o Australian Pink Floyd tem total sanção de David Gilmour e Roger Waters, apesar de ambos seguirem muito bem obrigado em suas carreiras solos, tocando… Pink Floyd.

Um trio é uma coisa compacta e de fácil lembrança dos nomes que estão ali. Inegável que na única formação possível do The Police, Gordon Sumner, AKA Sting, foi o principal compositor. Mas sem o estilo particular de arranjos de bateria de Stewart Copeland, sem as camadas de guitarra com tamanha classe e sutileza de Andy Summers, aquela banda não teria sido possível. O problema é que Sting, gênio criativo que é, há umas boas três décadas possui agenda própria, e o citado guitarrista no fundo nunca quis parar com sua banda mais famosa.

O The Police, foi uma das bandas mais ativas nos anos 80 e tem sucessos que perduram até hoje nas nossas memórias. No sábado, 04 de março, o trio Call the Police, formado por ninguém menos do que Andy Summers, lendário guitarrista e integrante original do The Police, João Barone, baterista dos Paralamas do Sucesso e Rodrigo Santos, ex-Barão Vermelho, no baixo e vocal, se apresentou no palco do Qualistage. Summers não teria encontrado músicos melhores para esse projeto.


Na visão de nós brasileiros – em especial cariocas – Rodrigo Santos e João Barone provaram e provam até agora serem substitutos à altura dos originais. Se a gente fechar o olho, talvez até acreditemos que estamos ouvindo Sting cantar e atacar seu Fender Precision ali na época da “Ghost in the Machine”, quando já não era tão garoto e maturou a voz. Barone e os Paralamas nunca negaram a influência do The Police mesmo. A bateria é Tama e os pratos são Paiste, está tudo em casa até mesmo no ‘hardware’ da coisa. No ‘software’, que é a expertise baterística, toca solto, afinal, já deve ter feito muitos ‘air drums‘ daquilo desde a adolescência.

O show começou com “Synchronicity II” e foi recheado de sucessos da carreira da histórica banda. Rodrigo Santos, artista experiente como é, sabe se comunicar com a plateia. Em “Walking on the Moon” puxou o coro e o ótimo público que encheu a casa acompanhou bem animado. Logo após um dos primeiros sucessos da banda, “De Do Do Do, De Da Da Da”, Andy Summers bateu um papo falando que estava feliz por enfim voltar aos concertos, depois de um longo período parado por causa da pandemia. E também lembrou da partida, poucos dias antes, do lendário saxofonista, Wayne Shorter.

“Can’t Stand Losing You” teve a trilha incidental de “Regatta de Blanc” e o público, que já estava mais do que animado, não se conteve e ficou de pé para aplaudir quando Rodrigo Santos anunciou o “nosso guitar hero” Andy Summers. Daí em diante todos continuaram de pé, dançando e cantando “Roxanne” e os sucessos “Every Breath You Take” e “Message in a Bottle”, que encerraram a primeira parte do show.

Com pouco tempo de espera, o trio voltou para o bis com “So Lonely” e “Every Little Thing She Does Is Magic” e quem já estava de pé se aproximou do palco. Foi um grande espetáculo e uma ótima oportunidade para os fãs do The Police matarem a saudade de ouvirem, ao vivo, os sucessos que marcaram a história da música, com ao menos, um de seus integrantes no palco.


SETLIST CALL THE POLICE (RJ):

1 – Synchronicity II
2 – Driven to Tears
3 – Spirits in the Material World
4 – Walking on the Moon
5 – De Do Do Do, De Da Da Da
6 – Invisible Sun
7 – Tea in the Sahara
8 – The Bed’s Too Big Without You
9 – King of Pain
10 – Can’t Stand Losing You
11 – Roxanne
12 – Every Breath You Take
13 – Message in a Bottle
BIS
14 – So Lonely
15 – Every Little Thing She Does is Magic


GALERIA DE FOTOS (CALL THE POLICE/ RJ):


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