Por: Yasmin Aguiar Amaral
A coletiva de imprensa de um dos principais ícones do rock progressivo, guitarrista, vocalista e uma das mentes por trás do Pink Floyd, David Gilmour, foi realizada no Allianz Parque, mesmo local onde ocorrerão seus dois shows em São Paulo, sexta e sábado.
O evento gerou muita expectativa entre jornalistas e fotógrafos, o início estava previsto para as 10:30 da manhã, última quinta-feira, dia 10/12. Primeiramente na sala de imprensa do Allianz foram recebidos os jornalistas, enquanto todos os fotógrafos aguardavam pelo credenciamento, pois receberam a informação de que seriam poucos minutos com o artista e que não poderiam acompanhar a coletiva.
Os redatores se acomodaram nas cadeiras e haviam somente algumas câmeras de meios como SBT e Globo. Às 11:10 quando foi anunciada a entrada de David Gilmour, Polly Samsom (esposa do artista), João de Macedo (saxofonista brasileiro) e Phil Manzanera (co-produtor do dois últimos álbuns de Gilmour). Os fotógrafos tiveram uma janela de cinco minutos para fotografarem os entrevistados e recebemos a informação de que qualquer foto feita durante a coletiva, mesmo que por celulares, poderia acarretar no encerramento do evento, exigência esta do próprio Gilmour.
Terminados os flashes começa a entrevista. Questionado sobre como o músico brasileiro veio a integrar sua banda, David respondeu que João e ele possuíam alguns amigos em comum e que se sentia muito sortudo por ter o brasileiro em sua banda. Durante a gravação do álbum eles sentiram a necessidade de um saxofonista e como mágica (e por uma indicação) João estava lá.
Na pergunta sobre a demora para que fosse feita sua primeira turnê em solo sul-americano, Gilmour foi simpático, respondendo que as turnês são agendadas por empresas e companhias agenciadoras, que muito pouco da decisão recai de fato sobre ele. Ainda disse que antes de ser consultado sobre os locais da turnê a aprovação ainda passa por seu agente particular.
Também se recordou de sua participação em um show de Roger Waters recentemente, tocando a música Confortably Numb (Pink Floyd), contra dizendo a versão de Roger, que diz que a participação teria sido sugerida após uma piada onde David haveria dito: “O que as pessoas diriam se eu subisse ao palco para tocar apenas uma música?”, Gilmour rebate: “Na verdade, em minha memória não começou como uma piada, mas a memória é algo engraçado” disse em meio a risos, e continuou “na verdade esta participação surgiu porque pedi a Roger para que tocasse comigo uma música em um evento de caridade no Paquistão, ele aceitou fazer a participação, desde que eu o retribuísse aparecendo em um de seus concertos”.
A esposa de Gilmour e também parceira de composição das letras Polly Samsom respondeu nossa pergunta a respeito das ocupações nas escolas de São Paulo, fazendo um paralelo com a letra da música “Rattle That Lock”, Samsom falou que a letra diz respeito de lutar a favor de algo em que você acredita e que mesmo que esta coisa dê errado, você se sentirá melhor por ter feito algo a respeito ao invés de ter ficado calado.
Polly que também é uma autora renomada de romances, questionada sobre a diferença entre se escrever um livro e uma letra para seu marido, disse que a principal delas reside no fato de que quando ela inicia o trabalho de uma letra, a mesma já possui uma música para recebê-la, dessa forma ela inicia um trabalho já inspirada pelo sentimento que a parte instrumental da música carrega consigo.
Os entrevistados esbanjaram simpatia e bom humor durante toda a conversa, mesmo após um longo voo de Londres para São Paulo e uma noite em claro, a coletiva durou cerca de 35 minutos que foram suficientes para atender à todos, alguns até mais de uma vez, em uma enriquecedora conversa.
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