Por Di Olive
A cidade de São Paulo recebeu um dos maiores nomes do rock clássico em noite mágica
Muitos podem estranhar o nome Dire Straits Lagacy, mas trata-se de um grupo que presta tributo ao original Dire Straits, banda dos anos 70 que fabricou inúmeros hits e entrou para os grandes nomes do Rock mundial de sua época.
A banda atualmente conta com o vocalista Marco Caviglia e o tecladista Primiano Dibiase, que mesmo não sendo membros da banda original, mostram estar à altura dos grandes mestres. Alan Clark, o tecladista clássico do Dire Straits, ativo na banda no período de 1980 a 1985, toca junto de Phil Palmer, que também integrou o Dire Straits, de 1990 a 1992, e o grandíssimo Jack Sonni, que esteve presente de 1985 a 1988. Jack esteve na época do Brothers in Arms (1985) e também na turnê do mesmo. O exímio saxofonista Mel Collins foi membro de 1983 a 1985 e tocou no Twisting By The Pool (1983) e Alchemy Live Album (1984).
O Legacy ainda conta com Trevor Horn que, além de ter formado a banda The Buggles, sempre lembrados pelo grande sucesso “Video Killed the Radio Star”, foi responsável pela produção de diversos hits populares da década de 80, incluindo a “Owner of a Lonely Heart” do Yes e “The Power of Love”, outro clássico, desta vez da banda Frankie Goes to Hollywood. Steve Ferrone é o baterista, que chegou a tocar com Johnny Cash, Duran Duran, Eric Clapton, Bee Gees, dentre outros grandes nomes, e integrou o Tom Petty and the Heartbreakers, de 1994 a 2017. Ufa! Com um currículo desses fica impossível pensar que não haveria por vir um show incrível!
O público é do mais variado – senhores acima dos 50 anos, que acompanharam o lançamento dos álbuns na época, até jovens de 20 e poucos anos, apreciadores da velha fórmula de produzir rock -, homens e mulheres com emblemas de motoclube completam a variedades de fãs, que garantem a casa cheia. Por volta das 21h07, as luzes do palco se iluminam; tons de azul e roxo com nuvens de gelo seco e um som leve de fundo geram expectativa e animação durante exatos dez minutos e, então, os integrantes sobem no palco. Entre aplausos e assobios iniciam com “Solid Rock”, seguida do hit “Walk of Life”.
A plateia se agita e fica encantada com as imagens exibidas no fundo do palco, de paisagens, montanhas misturadas com cenas de futebol americano e corrida. O vocalista Marco Caviglia mostra sua alegria em tocar, arriscando um português bem ensaiado: “Boa noite! Estamos felizes em estar aqui!”. O show segue com “Setting Me Up”, onde o veterano Phil Palmer mostra sua habilidade incrível ao dedilhar as cordas da guitarra suavemente, enquanto sorri para todos e segue com “Private Investigations”, mostrando a intensidade de cada nota que o solo de Mel Collins produz, além dos teclados impecáveis de Alan Clark. O público aplaude e Marco mais uma vez diz “Obrigado”, entre palmas. Eles não interrompem o show de sensibilidade: “Tunnel of Love” e “Romeo & Juliet” vêm como uma homenagem aos casais presentes, misturado com as imagens caleidoscópicas da banda tocando ao fundo.
A perfeição de cada música é executada com êxito. “Down to the Waterline” é tocada acompanhada de um belíssimo solo de bateria de Steve Ferrone, e logo a seguir, a maestria de Mel Collins, que leva o público a loucura ao tocar “Your Latest Trick”. Todos erguem os braços e cantam juntos, muitos arriscam acender as luzes dos celulares para ampliar o clima saudosista causado pela música.
Alan Clark tomou o microfone e perguntou, em inglês, se alguém entende o que ele diz. Assim, inicia os devidos elogios aos seus companheiros de banda, apresentando cada um. Marco empunhou o modelo lendário da guitarra 1937 da National Style “O” Resonator, que estampa a capa de Brothers in Arms. Em seguida, Trevor Horn inesperadamente pega uma folha de papel e começa a ler em português palavras que anotou previamente: “Há muitos anos atrás, eu estava numa banda chamada Yes” e começam a tocar “Owner of a Lonely Heart”, fazendo o público dançar com o sucesso. “Telegraph Road” embala todos em um momento de encanto com seus nove minutos de duração. Sem deixar ninguém respirar, Marco diz “estamos muitos felizes de tocar para vocês!”, Trevor completa com “essa música foi nosso primeiro hit há 41 anos atrás” e vem o riff de “Sultans of Swing”, deixando o público estasiado e cantando a letra sem parar.
O Dire Straits Legacy sai do palco e faz aquela conhecida pausa para o grande “bis”. Em clima lento, tocam “Brothers in Arms”, conquistando o público mais uma vez ao destacar-se pela linda letra, apenas preparando todos para dançar na sequência, brindando a noite com um dos seus maiores sucessos: “Money for Nothing”, que tem um dos videoclipes mais marcantes da década de 80. Eis que, ao terminar esse clássico, eles nos surpreendem com “So Far Away”, gerando ecos e ecos das vozes ali presentes, enquanto o clima de despedida chega e de maneira triunfante o show é encerrado, com aquela vontade de escutar a rádio novamente.
SETLIST DIRE STRAITS LEGACY
1 – Solid Rock
2 – Walk of Life
3 – Setting Me Up
4 – Private Investigations
5 – Tunnel of Love
6 – Romeo and Juliet
7 – Down to the Waterline
8 – Your Latest Trick
9 – Owner of a Lonely Heart
10 – Telegraph Road
11 – Sultans of Swing
BIS
12 – Brothers in Arms
13 – Money for Nothing
14 – So Far Away
Confira a galeria de fotos do show:
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