Por: Danielle Barbosa
O som de garagem da dupla britânica é interessante, mas não levantou a Cidade do Rock
O Royal Blood é uma banda bem recente, formada em 2013 pela dupla Mike Kerr (baixo e vocal) e Ben Thatcher (bateria) em Brighton, na Inglaterra. Vocês leram certo, o Royal Blood faz seu som somente com um baixo e uma bateria. E acreditem, o duo faz barulho e demonstrou qualidade e compassos bem marcados nas músicas, lembrando inclusive à uma banda de rock de garagem. Mesmo com apenas dois anos de existência, os rapazes já tem certa experiência em grandes festivais: já participaram dos tradicionais Glastonbury Festival, Reading Festival e Download Festival – no Reino Unido – e do festival SXSW, no Texas (EUA). Isso os credenciou para enfrentar uma plateia de mais de 80.000 pessoas admiradoras de metal pesado.
Mike e Ben se apresentaram no Palco Mundo na segunda noite do Rock in Rio 2015, mesmo dia dos roqueiros do Metallica. No início, houve quem rejeitasse a ideia da banda participar de uma noite tão pesada, por não acreditar que a banda teria uma sonoridade adequada para preceder duas bandas lendárias de metal. Ainda assim, as habilidades de Mike Kerr como baixista impressionaram e isso deu uma certa autoridade à banda. Com apenas um instrumento, o músico conseguiu tirar um som que se parecia com um riff de guitarra e o som clássico característico do baixo. O baterista Ben, por sua vez, não economizou na potência.
Não houve quem não tenha saído surpreso com as variações sonoras e improvisos que o Royal Blood fez com apenas duas pessoas no palco, enquanto uma banda de heavy metal é composta – em geral – por quatro ou cinco integrantes. O show, contudo, foi morno – muito devido ao desconhecimento dos sons dos músicos por quase que a totalidade da Cidade do Rock. O setlist foi composto, basicamente, por canções do álbum homônimo do duo, lançado em agosto de 2014, e de algumas faixas do EP “Out of the Black”.
Antes de concluir o show de cerca de uma hora, Ben Thatcher quis esquentar um pouco as coisas e mostrar o entusiasmo que os dois sentiam por fazer parte da história do Rock in Rio. Em “Iron Man”, do Black Sabbath, ele se jogou nos braços do público, enquanto Mike metia bronca no baixo. Este foi, talvez, o único momento de real agitação do público, que pôde cantar junto e interagir com a banda.
O que fica do Royal Blood é uma primeira boa impressão. O som agradou, mas não foi empolgante. Quem sabe num retorno e com mais repercussão do som dos caras por aqui, né?!
Setlist:
1. 99 Problems
2. Come on Over
3. You Can Be So Cruel
4. Figure It Out
5. Better Strangers
6. Little Monster
7. Blood Hands
8. One Trick Pony
9. Ten Tonne Skeleton
10. Loose Change
11. Out of the Black / Iron Man (Black Sabbath)
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