Por: Adriana Camargo
No último dia 8 de setembro, antes do show de lançamento oficial em São Paulo do DVD“Latitude, Longitude” do Rosa de Saron no Carioca Club, o cantor e produtor da bandaGuilherme de Sá, concedeu uma minientrevista super exclusiva ao Universo do Rock. Confira abaixo:
1. Universo do Rock: Como está sendo a receptividade ao novo DVD ‘Latitude Longitude’ do Rosa de Saron?
R: Para todo trabalho que a gente lança nós temos uma legião de bons amigos que acabam alavancando o produto. A gente já conseguiu uma informação extraoficial que a gravadora ainda não noticiou isso, mas como está saindo uma segunda tiragem do produto já dá para dizer que esse trabalho é disco de ouro! Essa venda a gente conseguiu praticamente antes da propaganda da Som Livre (gravadora). Então eles estavam felizes demais com essa resposta, porque é uma coisa de fã mesmo.
Praticamente todo disco que a gente lança nós conseguimos uma venda expressiva antes da propaganda sair no ar. É claro, na vida de todo artista no Brasil, acho que em geral, os três primeiros meses são os que mais vendem depois o produto (CD/DVD) acaba se mantendo naturalmente, mas com uma venda bem mais baixa. Nos três primeiros meses está na banca, mas no nosso caso o primeiro mês é avassalador! É ótimo! Isso é uma resposta do fã. Esse DVD, por exemplo, a gente começou a divulgar ele 40 dias antes. Se você fosse ver foi até um anti-marketing que a gente fez e a casa de shows acabou esgotando os ingressos quase 10 dias antes de terminar. Então, toda essa resposta vem da amizade deles com a gente. Por isso que temos um grande respeito pelo público que a gente tem.
2. Universo do Rock: Esse trabalho foi lançado no show de vocês na JMJ no Rio de Janeiro. Como foi a resposta do público lá?
R: Então, primeiro que não foi para um público carioca. Embora o Estado do Rio de Janeiro e do Espírito Santo incrivelmente tem agendado shows nossos já há pelo menos uns 25 meses. No ano passado a gente deve ter tocado umas 15 vezes só no Rio de Janeiro! Para um Estado desse tamanho é muita coisa. Mas na JMJ era um público realmente de fora, mas não foi só o primeiro show do “Latitude, Longitude” no Rio, como também foi o último show da outra turnê que estávamos trabalhando. Era uma pré-jornada JMJ então tinha gente da América do Sul, da Europa, cada um com suas bandeiras. Foi um show atípico.
O show dos Arcos da Lapa no Rio de Janeiro que nós fizemos de lançamento na JMJ também foi atípico. Tinham várias bandeiras levantadas. Tanto que jogaram um monte de bandeiras no palco e eu tenho essas bandeiras em casa ainda. Foi um show muito pra cima, primeiro que ele começou uma hora antes do previsto. Eu sou produtor do show também e tinha passado para eles as músicas (setlist) que a gente ia tocar faltando 10 dias antes dessa apresentação. Eu disse “tira aí depois a gente conversa”. A galera veio para cima e empurrou o show, podia ter sido um show frio, mas não foi por causa deles.
3. Universo do Rock: Guilherme, como foi se apresentar na JMJ para o Papa Francisco?
R: Foi maluco! Primeiro que se você me perguntasse como foi cantar para dois milhões e poucos de pessoas por dia? Eu diria que não tinha a visão do público, eu enxergava até 20 metros de distância, até a praia e não enxergava mais nada. Eu só fui enxergar a quantidade de gente que eu tinha cantado uns três ou quatro dias depois que terminou a jornada em algumas tomadas aéreas. E eu falei “Gente do Céu!” Eu não tinha essa noção. Mas no dia da missa, por exemplo, eu olhei para trás e estava a presidente Dilma, o Evo Morales e a Cristina Kirchner e na minha frente o Papa.
Quando a gente entrou nessa escala para tocar para o Papa, claro que era um sonho que íamos realizar, mas a gente não tinha noção do tamanho ou da dimensão.
Então a gente cantou ao total 16 músicas naquele palco como Rosa de Saron, mas cinco ou seis músicas na missa que eu cantei. Então, você ser escalado para um negócio desses é surreal, mas quando você está lá acaba pensando “já acabou?”. Uma vez eu fui num show do U2 na Europa e eu só saquei onde eu estava, porque perdi “With or Without You” circulando o estádio para pegar o metrô. Afinal, eu estava num show e em uma das minhas músicas favoritas estava circulando com a minha esposa fora do estádio e eu pensei, “olha onde eu estava”. Foi a mesma coisa que aconteceu comigo quando terminou a missa do Papa “olha onde eu estava”.
A gente é meio ‘vacinado’ com público grande, palco grande, público pequeno, palco pequeno, você já entra no automático com isso. Já faz 12 ou 13 anos que estou com o Rosa de Saron, a gente viaja demais, faz coisas legais demais, claro que o Papa seria um negócio absurdamente diferente. Quando chegou ao final eu falei “poxa vida essa eu vou poder contar para os meus netos!”.
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