Festival Crossroads 2024: Uma Celebração Inesquecível no Dia Mundial do Rock

Mesmo sob chuva e frio, fãs celebraram o Dia Mundial do Rock com energia contagiante em um evento repleto de tributos, novas descobertas musicais e atividades inesquecíveis

Por Rodrigo Fernandes


No sábado (13) foi dia de celebrar o Dia Mundial do Rock – o que significa que também foi o dia do tradicional Festival Crossroads! Este ano, o evento, em sua sétima edição, tomou conta da icônica Pedreira Paulo Leminski a partir do meio-dia, transformando o local em um verdadeiro templo do rock com quatro palcos: Cross, DMR, Thunder e EcoRock. Com 30 atrações musicais, o festival ofereceu uma variedade incrível de atividades radicais, gastronomia diversificada, espaço kids, flash tattoos e muito mais. 

Apesar do clima frio e da chuva que insistiu em marcar presença nas primeiras horas, o público permaneceu vibrante e cheio de energia. Nada conseguiu abalar a animação dos fãs que, com capas de chuva e muito entusiasmo, aproveitaram cada minuto das performances. Foi um dia para reviver clássicos do rock, descobrir novas bandas e, principalmente, celebrar a música em todas as suas formas.

Com um line-up diversificado, que trouxe desde tributos a lendas do rock até performances de bandas contemporâneas, o Festival Crossroads reafirmou seu lugar no coração dos amantes da música. Foi um evento que, mesmo sob a garoa, brilhou intensamente, proporcionando momentos inesquecíveis e consolidando-se como um dos principais festivais de rock do país.

Para entender melhor o que tornou este dia tão especial, vamos agora mergulhar nas apresentações individuais de algumas das bandas que fizeram deste festival um marco. Cada uma com seu estilo único e energia própria, as performances variaram de tributos emocionantes a shows eletrizantes, cativando o público de maneiras diversas. Vamos conferir como foram as apresentações da Válvula Vapor, For You, Ao Ivo e a Cores, Baile Brasa, King Nothing, CWKnot, Os Caras do Charlie Brown, Backstage, Linkin Park Brasil Cover e TN/She!

Válvula Vapor

O palco DMR foi palco de uma performance eletrizante da Válvula Vapor, que atraiu um grande público com seu repertório variado. Eles começaram com hits nacionais como “Eva” da Banda Eva e “Anunciação” de Alceu Valença, que fizeram o público cantar e dançar desde o início. O setlist continuou com “Exagerado” de Cazuza e “Mulher de Fases” dos Raimundos, mantendo a energia alta e a interação constante.

A noite ficou ainda mais especial com a presença de Ricardo Di Roberto, o “Japinha”, ex-baterista do CPM 22. Conhecido por sua habilidade nas baquetas, Japinha surpreendeu a todos ao assumir os vocais e a guitarra, mostrando uma nova faceta de seu talento e arrancando aplausos entusiasmados da plateia.

Inovando com a inclusão de músicas fora de seu repertório habitual, como “All The Small Things” do Blink-182 e “Basket Case” do Green Day, a banda trouxe uma nova dinâmica ao show. A execução de “Highway to Hell” do AC/DC e “Blitzkrieg Bop” dos Ramones como encerramento foi uma escolha perfeita, elevando ainda mais a vibração da plateia.

A Válvula Vapor não apenas entregou um espetáculo musical, mas também evidenciou a maestria e o compromisso de cada membro da banda com a arte do rock. A habilidade do vocalista Vinicius Melo,  em transmitir emoção e energia através de sua performance foi notável, enquanto os instrumentistas mostraram um domínio técnico impressionante, com riffs marcantes de Alexandre Melo e uma base rítmica sólida de José Bilá e André Santos, que sustentou o show. A química entre os membros foi palpável, e a maneira como se complementaram no palco demonstrou um nível elevado de profissionalismo e paixão. Cada música foi executada com precisão e entusiasmo, criando uma experiência única que deixou um impacto duradouro no público e solidificou a reputação da banda como uma força dominante no cenário musical, fazendo deste show um dos mais impactantes do festival e consolidando-se como um dos destaques absolutos da noite.

Fotos (Válvula Vapor)


For You

No palco Thunder, a banda For You trouxe um repertório eclético que agradou desde crianças até adultos. Eles trouxeram clássicos como “Down Under” do Men at Work, um hit que animou a plateia logo de cara. A sequência incluiu “Yellow” do Coldplay e “Só os Loucos Sabem” do Charlie Brown Jr., mostrando a versatilidade da banda em conectar diferentes gerações. A execução de “Bete Balanço” do Barão Vermelho levou os mais nostálgicos a cantar junto, enquanto “Neon” de John Mayer proporcionou um momento mais intimista.

A presença do convidado especial Fábio Lima, violonista premiado internacionalmente, foi um ponto alto do show. Sua habilidade na guitarra adicionou um toque sofisticado à apresentação, especialmente quando ele interpretou “Smooth” de Santana para encerrar o set. Essa colaboração não só elevou a performance musicalmente, mas também trouxe um elemento surpresa que encantou o público presente, deixando todos com a sensação de terem assistido a algo verdadeiramente especial.

Fotos (For You)

Ao Ivo e a Cores

No palco DMR, a banda Ao Ivo e a Cores prestou um tributo comovente a Ivo Rodrigues, uma lenda da cultura local. Com uma qualidade técnica impecável, eles transportaram o público através da rica trajetória musical de Ivo Rodrigues.

Nascido em Porto Alegre e criado em Curitiba, Ivo se tornou vocalista da banda Blindagem em 1969, destacando-se no rock paranaense e colaborando com o poeta Paulo Leminski. Começou na música participando de programas de auditório e concursos, vencendo o “Troféu Barra Limpa” em 1966. Com a Blindagem, participou de eventos históricos, como o festival de Águas Claras e o “Rocky Horror Show” em 1982. 

A banda lançou seu primeiro disco em 1981, seguido por vários compactos e LPs, com reedições em CD. Em 2008, lançaram o DVD “Rock em Concerto” com a Orquestra Sinfônica do Paraná. O vocalista da banda Blindagem. Ivo Rodrigues Jr., morreu aos 61 anos em Abril de 2010, vítima de uma parada cardiorrespiratória.

Mesmo sob chuva intensa, a resposta do público foi calorosa, mostrando um profundo respeito e admiração pelo legado do artista homenageado. A performance foi marcada por momentos de intensa conexão entre banda e público, que cantava junto e aplaudia efusivamente. A banda soube capturar a essência das composições de Ivo Rodrigues, entregando uma apresentação emotiva e envolvente. No final do show, a plateia havia aumentado significativamente, com mais pessoas se juntando para vivenciar o tributo, comprovando o impacto duradouro de Ivo Rodrigues na cena musical local.

Fotos (Ao Ivo e a Cores)

Baile Brasa

No palco EcoRock, a Baila Brasa homenageou o icônico Tim Maia com um tributo que trouxe à tona toda a energia e a alma do “síndico”. O show foi enriquecido por instrumentos como trompete e saxofone, que deram um toque extra de sofisticação e beleza musical, realçando a qualidade das canções e criando uma atmosfera ainda mais envolvente.

A apresentação da animada “Sossego” fez a plateia dançar e vibrar imediatamente. A transição para clássicos românticos como “Primavera (Vai Chuva)” trouxe uma suavidade ao set, proporcionando momentos de reflexão e nostalgia.

O vocalista Thiago Ferraz, com sua presença de palco marcante e semelhança física com Tim Maia, fez com que o público se sentisse ainda mais conectado. A performance de “Você” foi um dos pontos altos, com muitos cantando junto emocionados. Uma surpresa agradável foi a inclusão de “Treasure” de Bruno Mars, que, embora fora do repertório de Tim Maia, encaixou-se perfeitamente no clima da apresentação. Com uma plateia predominantemente da velha guarda, a Baile Brasa conseguiu criar uma atmosfera de celebração e memória, cativando até os espectadores mais jovens.

Fotos (Baile Brasa)


King Nothing

King Nothing no palco Cross foi uma viagem intensa para os fãs de Metallica. Abrindo com a potente “Fuel”, a banda estabeleceu um tom energético que não diminuiu durante toda a apresentação. A fidelidade à caracterização da banda original, desde a aparência do vocalista até o estilo das guitarras, fez com que os fãs se sentissem em um show autêntico do Metallica. 

Clássicos como “For Whom the Bell Tolls” e “Sad but True” foram executados com precisão, levando o público ao delírio. “Whiskey in the Jar” e “Creeping Death” mantiveram a adrenalina alta, com a plateia cantando e agitando junto. A habilidade da banda em replicar o som e a presença de palco do Metallica foi impressionante, transformando a noite em uma celebração vibrante do legado da banda homenageada.

CWKnot

No palco EcoRock, a CWKnot entregou uma performance que foi um deleite para os fãs de Slipknot. A caracterização meticulosa dos integrantes trouxe uma sensação de autenticidade que fez a plateia sentir como se estivesse assistindo à banda original. A execução precisa dos timbres dos instrumentos e a performance no palco foram notáveis, demonstrando um alto nível de organização e talento.

A forte interação do público durante músicas como “Before I Forget” mostrou o quanto a banda conseguiu capturar a essência do Slipknot. A energia foi palpável, com muitos fãs se envolvendo em mosh pits e cantando junto com fervor. A CWKnot conseguiu não apenas reproduzir as músicas, mas também a intensidade emocional e a energia crua que caracterizam os shows do Slipknot, resultando em uma apresentação memorável. 

A banda tem um público fiel que sempre lota os locais onde se apresenta. Considerando a demanda e a energia que trazem aos seus shows, seria adequado que eles se apresentassem em um palco de maior capacidade, como o DMR ou o Cross. Palcos maiores não só acomodariam melhor o público, mas também ofereceriam uma infraestrutura mais adequada para os mosh-pits que são comuns na apresentação do CWKnot. O palco EcoRock foi disposto na área  que geralmente é usada como camarote em shows internacionais da Pedreira e, no festival do ano passado, para a praça de alimentação. Sendo assim, possui degraus na sua estrutura que atrapalharam os fãs.

Fotos (CWKnot)

Os Caras do Charlie Brown

No palco DMR, Os Caras do Charlie Brown reviveram o espírito do Charlie Brown Jr. com uma performance que deixou o público extasiado. Com uma voz incrivelmente semelhante à de Chorão, o vocalista André Emer, conseguiu capturar a essência da banda homenageada. Hits como “Só os Loucos Sabem” e “Tudo que ela gosta de escutar” foram cantados em uníssono pela plateia, criando uma atmosfera de pura nostalgia e energia.

A interação entre a banda e o público foi um dos pontos altos, com a plateia respondendo entusiasticamente a cada música. A habilidade do vocalista com rimas e a presença de palco da banda como um todo mantiveram a apresentação dinâmica e envolvente. A forte conexão emocional com as músicas de Charlie Brown Jr foi evidente.

Fotos (Os Caras do Charlie Brown)

Backstage

Backstage, no palco Thunder, entregou um tributo emocionante a Queen e Bon Jovi, cativando um público diverso que se envolveu intensamente com cada canção. Hits como “Another One Bites the Dust” colocou todos em movimento, enquanto “Under Pressure” trouxe um momento de colaboração icônica que uniu ainda mais a plateia. 

O clímax da apresentação foi, sem dúvida, “Bohemian Rhapsody”, que gerou uma resposta avassaladora do público, com todos cantando e se emocionando junto. A presença de palco de Fabio Yamagami e a harmonia com a plateia transformaram o show em uma celebração dos clássicos do rock. Backstage conseguiu capturar a grandiosidade e o espírito das bandas homenageadas, proporcionando uma experiência inesquecível para todos os presentes.

Fotos (Backstage)


Linkin Park Brasil Cover

Encerrando as apresentações no palco Cross, a Linkin Park Brasil Cover fez jus ao legado do Linkin Park com um show enérgico e emocionante. Com uma carreira de 10 anos, a banda trouxe um repertório repleto de sucessos que fizeram a alegria do público jovem. Músicas como “In the End” e “Numb” foram recebidas com entusiasmo, com a plateia cantando junto e se conectando profundamente com cada verso.

A interação com a plateia foi um diferencial, especialmente durante os intervalos entre as músicas, o que manteve a energia alta e a conexão forte. O ponto alto foi “Leave Out All The Rest”, que emocionou a todos. O encerramento com “Faint” garantiu uma explosão de energia, fechando a noite com chave de ouro e deixando uma marca duradoura nos fãs.

Fotos (Linkin Park Brasil Cover)

TN/She

Pra fechar as apresentações do Festival CrossRoads, a banda TN/She ofereceu um tributo eletrizante ao AC/DC, destacando-se como a única banda do festival composta exclusivamente por mulheres. O nome da banda, inspirado no clássico “TNT”, já dava um indício do que estava por vir: uma explosão de energia e rock’n’roll.

O show foi repleto de momentos marcantes, começando com uma participação especial da violinista Carla Zago, que adicionou um toque inusitado e sofisticado à performance. A apresentação de “Highway to Hell”, levou a plateia ao delírio, e seguiu com sucessos como “Back in Black” e “Thunderstruck”. Durante a execução de “Thunderstruck”, Carol Kuskoski, convidada especial, tocou a música “Do Fundo da Grota” de Baitaca com uma gaita típica da região, homenageando o público paranaense de maneira única.

A presença de palco da TN/She foi magnética, com a baterista Karine Bueno, realizando um solo impressionante durante “TNT”, o ponto alto do show, que deixou a audiência extasiada. A banda também brilhou ao convidar a cantora de hip hop Kami para uma colaboração especial, adicionando uma camada extra de dinamismo à apresentação. 

Para fechar com chave de ouro, a banda entregou uma performance arrebatadora de “Shoot to Thrill”, garantindo que todos saíssem com a adrenalina a mil. A TN/She não só fez jus ao legado do AC/DC, mas também trouxe uma nova energia e frescor ao festival.

Fotos (TN/She)

Conclusão

Ao longo do festival, cada banda trouxe algo único e especial ao palco, proporcionando momentos memoráveis que ficarão gravados na memória de todos os presentes. Desde os clássicos atemporais que fizeram gerações cantarem juntas até as homenagens emocionantes que tocaram os corações mais sensíveis, as performances foram uma verdadeira celebração da música e da cultura. Cada apresentação não apenas exibiu o talento e a paixão dos músicos, mas também reforçou a conexão poderosa entre artistas e público. 

Este ano, tivemos menos atrações no evento em relação ao do ano passado, que contou com mais de 40 bandas, mas isso não diminuiu a qualidade das performances. A curadoria cuidadosa garantiu que cada show fosse memorável e digna do legado do festival, mostrando que, às vezes, menos é mais. A qualidade das bandas e a diversidade musical continuaram a encantar o público, mantendo o Festival Crossroads no topo dos eventos musicais de 2024.

Se você teve a sorte de estar presente, certamente vivenciou a mágica desses momentos inesquecíveis. E se você perdeu, já pode começar a se preparar para o próximo ano, porque este evento se consolidou como um dos mais aguardados e imperdíveis do calendário musical. Não há dúvida de que cada edição continuará a superar expectativas, unindo amantes da música em uma experiência única e extraordinária.

Nossos agradecimentos a todos os responsáveis por tornarem o evento possível e, em especial, para a TIPMIDIA pela parceria, confiança e credibilidade dada mais uma vez à equipe do Universo do Rock. Nos vemos em 2025!

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será divulgado.


*