Por Gabriel Wood e Victória Heloise (revisão)
‘’Rock ‘n’ Roll não é só usar preto, é usar a consciência e fazer a diferença com atitudes’’. Esta citação de autoria desconhecida reflete o que aconteceu em 13 de Julho de 1985, quando inúmeros artistas como Queen, Paul McCartney, Elton John, U2, dentre outros, se uniram para arrecadar fundos a fim de acabar com a fome na Etiópia. Para não esquecer tal data, na Pedreira Paulo Leminski e no Ópera de Arame, em Curitiba, no sábado retrasado (15), comemorou-se o Festival Crossroads, contando com mais de 40 atrações musicais repletas de um repertório do bom e velho rock.
A estrutura contou com seis palcos espalhados entre a Pedreira e a Ópera, estando muito bem posicionados, não havendo interferência externa em palcos que estavam muito próximos, fazendo com que todos pudessem assistir o seu show sem se distrair com outro som. O festival também promoveu a área Skate Street que deu oportunidade para os espectadores arriscarem manobras de skate, tendo inclusive profissionais que estavam ministrando aulas.
Espaços para emoções radicais também não faltaram: a presença da tirolesa que atravessava a área principal da Pedreira, bem como os balanços “Skyfall” que atingiam a altura de 5 metros e também a escalada foram destaque. Para deixar a experiência ainda mais completa, um pequeno espaço para a moda também foi promovido pela organização do festival com a presença de alguns brechós locais. O festival também destinou um espaço para que crianças pudessem brincar, mas um ponto que merece ser destacado foi a presença mirim em todas as plateias, do rock clássico ao heavy metal.
Veja fotos de shows que rolaram no evento: Backstage | Black Pantera | Crackerjack Band | CWKnot | Hillbilly Rawhide | Icon of Sin | King of Nothing | Landfall | Lenhadores da Antártica | Linkin Park Brasil Cover | Marley In Concert | Pennyback | Pigs & Diamonds | Plebe Rude | Right Back | TN/She | Sinistra | Suicide Blonde | The Vedders | Válvula Vapor | Zion’z
Nesta edição, a banda Rockids abriu no Palco Bastards um repertório dedicado exclusivamente aos baixinhos, entregando um show digno para aproximar as crianças do gênero que atravessa gerações, chegando a incentivar quem estava presente para um concurso de Air Guitar (guitarra imaginária), deixando um ar de fofura e, até mesmo, de gargalhadas entre os participantes. Destaque para a vocalista Mirla Balerba que, mesmo com o frio curitibano, exibiu a barriga de gestante, entregando para todos uma grande performance. Um bom festival de música faz com que todas as crianças possam se divertir em todos os aspectos.
Outro ponto a ser destacado foi a presença da banda Marley in Concert que, destoando um pouco do rock, dedicou o seu repertório com os hits clássicos do Bob Marley, demonstrando que o festival também abre portas para outros estilos musicais, indo de encontro com a frase citada no início deste artigo. O reggae também é revolucionário por ser uma corrente de valorização cultural à consciência pan-africana, fortalecendo os laços com a identidade rastafari. A banda apresentou uma ótima sonoridade e energia, fazendo jus a tal proposta.
O festival contou também com a participação de bandas nacionais de metal, como o trio Black Pantera, cujo repertório aborda temas como política, racismo e discriminação na sociedade, no palco Lagunitas, puxando coros com a plateia presente. Inúmeras bandas covers espantaram o frio curitibano da tarde, fazendo com que a plateia fosse aquecida com as músicas e assim, deixando o clima das apresentações mais animado.
Os shows que tiveram a máxima lotação aconteceram, na maior parte, no Ópera de Arame, deixando nítido que tais bandas mereciam tocar em um espaço maior no festival. Lady Die e CPM 22 Cover Brasil já contavam com um grande público. Já para a banda Linkin Park Brasil Cover, para se ter noção o público formou uma fila que estava chegando próximo ao Palco Coca-Cola, na Pedreira. Quem tinha intenção de ver a banda, infelizmente, perdeu a oportunidade.
Veja fotos de shows que rolaram no evento: Backstage | Black Pantera | Crackerjack Band | CWKnot | Hillbilly Rawhide | Icon of Sin | King of Nothing | Landfall | Lenhadores da Antártica | Linkin Park Brasil Cover | Marley In Concert | Pennyback | Pigs & Diamonds | Plebe Rude | Right Back | TN/She | Sinistra | Suicide Blonde | The Vedders | Válvula Vapor | Zion’z
O evento também marcou a despedida emocionante da vocalista Marina Costa da banda Suicide Blonde. A loira passou o bastão para a sua sucessora que provou estar pronta para tal missão. O empoderamento feminino foi, senão o maior, o ponto alto da noite com a banda TN/She com um repertório da banda AC/DC, lotando o palco Lagunitas, espantando todo o frio e fazendo a plateia agitar. Por fim, encerrando a noite no Palco Coca-cola, a banda Pigs and Diamonds performou os clássicos do álbum Dark Side Of the Moon do Pink Floyd que recentemente completou 50 anos de seu lançamento.
No entanto, ao passo que o festival cumpre a finalidade de apresentar rock, o conforto deixou a desejar no que diz respeito às inúmeras filas que poderiam ser muito bem distribuídas, principalmente se tratando do banheiro feminino, cuja falta de organização da produção fez com que as mulheres ficassem mais de uma hora esperando.
A praça de alimentação também foi um ponto crítico a ser discutido, tinha inúmeros ‘’caixas’’ – pessoas com plaquinhas e as maquininhas de cartão em mãos – que não possuíam identificação. Alguns caixas eram exclusivos para bebidas, outros para comidas, e o público ficava desprendendo tempo para descobrir qual era qual, além de fazer filas desnecessárias. Mas, no geral, o festival foi bem proveitoso para quem curte um bom e velho rock ‘n’ roll, e se todos estiverem dispostos, ano que vem promete vir mais.
O Festival Crossroads vem tomando proporções muito grandes, e agora encontra-se em dois dos maiores cartões postais da cidade. Tal estrutura prova que a fórmula de combinar estilos e tribos vem sendo um acerto no evento e que, definitivamente, tem potencial para ser uma referência de grandes festivais do Sul do país. Afinal, o rock transcende gerações, causa revoluções, o rock é arte, o rock é apartidário, o rock é libertário.
Veja fotos de shows que rolaram no evento: Backstage | Black Pantera | Crackerjack Band | CWKnot | Hillbilly Rawhide | Icon of Sin | King of Nothing | Landfall | Lenhadores da Antártica | Linkin Park Brasil Cover | Marley In Concert | Pennyback | Pigs & Diamonds | Plebe Rude | Right Back | TN/She | Sinistra | Suicide Blonde | The Vedders | Válvula Vapor | Zion’z
Veja fotos da estrutura do evento:
Line-Up do evento:
Palco Thunderstruck/Coca-Cola
13h – Mumbai Express
14h10 – Hillbilly Rawhide
15h20– Marley in Concert
16h40 – Zion’z
17h50 – Radiophonics
19h – Suicide Blonde
20h20 – Syd Vinicius
21h40 – Vivo Trio
23h – Pigs & Diamonds
Palco Bastards
13h – Rockids
14h20 – Crackerjack Band
15h40– Pennyback
17h – Right Back
18h20 – The Vedders
19h40 – Lenhadores da Antártida
21h – República Pine
22h20 – Backstage
23h40 – Válvula Vapor
Palco Cross
14h40 – The Elder
15h50 – Icon of Sin
17h – Meinteil
18h10 – Macumbazilla
19h20 – D.F.C
20h30 – CWKnot
21h50 – King Nothing
23h10 – Gangrena Gasosa
Palco DMR Lagunitas
15h30 – Clash Bulldogs
16h50 – Sinistra
18h10 – F4T
19h30 – Black Pantera
20h50 – TN/She
22h10 – Plebe Rude
23h30 – Iron Clan
Palco Ópera Rock
18h30 – Landfall
19h40 – Lady Die
20h50 – CPM 22 Cover Brasil
22h – Raimundera CWB
23h20 – Linkin Park Brasil Cover
00h40 – Sulround
2h – Afoostic
Palco Crosshouse
18h30 – MCO+ Bab’s (Hip-Hop, Boom Rap e R&B);
19h45 – Fefo + Ohnyjah (Hip-Hop, House e Funk);
21h – Soundman Pako (House e Techno);
22h20 – Scabeni (Organic House);
00h – Double (House);
1h40 – Wesley Razzy (house e Techno);
3h20 – Foletto (Progressive House)
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