Por: Michelle Gonçalves
No último sábado, 14 de março, a Praça da Apoteose foi tomada por um espetáculo de som, luz e magia. A lua timidamente se escondia atrás de algumas nuvens. A atração da noite era outra, venerada por um fiel e incansável público de 22 mil pessoas. No ar, a sensação de que o Rio de Janeiro voltava a ser a cidade do rock, da época em que o Rock in Rio era, de fato, carioca. Uma cidade maravilhosa perdida somewhere back in time, ressurgindo na magia de uma noite de heavy metal, na singularidade de um show do Iron Maiden, uma das maiores bandas de todos os tempos.
A última passagem do sexteto britânico pelo Rio havia sido há cinco anos, durante a Dance of Death Tour. Cinco anos que mais pareceram vinte, tamanha era a saudade e a vontade do público carioca de rever a dama de ferro. A volta não podia ter sido melhor. A Somewhere Back in Time Tour trouxe os grandes clássicos dos anos 80 executados com a experiência adquirida em 3 décadas de estrada, além de fogos de artifício e duas versões de Eddie, um show fascinante conduzido com maestria por Bruce Dickinson, Steve Harris, Janick Gers, Dave Murray, Adrian Smith e Nicko McBrain.
Aces High e o célebre discurso de Churchill abriram o setlist. Captain Dickinson se desculpou por não terem tocado no Rio ano passado, quando se apresentaram em outras três cidades brasileiras: Porto Alegre, Curitiba e São Paulo. O público chegou a ensaiar uma vaia, mas logo abstraiu. O importante era estar ali, curtindo o tão sonhado momento de ouvir e cantar clássicos como Wrathchild, 2 Minutes To Midnight, Children Of The Damned, Phantom Of The Opera, The Trooper e Wasted Years.
O Iron Maiden parece seguir o lema “we should never surrender”, do primeiro-ministro britânico na segunda guerra mundial. Os ícones do metal não se rendem nem a limitações de idade nem a outros tipos de desgaste que toda banda enfrenta; continuam com impecável sintonia no palco, contagiando gerações em todo o mundo. Na épica Rime of the Ancient Mariner, Bruce parecia hipnotizar a plateia com sua interpretação teatral. A performance do frontman na canção de 13 minutos é de arrepiar.
Powerslave, Run To The Hills, Fear Of The Dark, Hallowed Be Thy Name e Iron Maiden formaram a sequência perfeita. Os fãs vibraram ainda mais quando a versão mumificada de Eddie surgiu atrás da bateria de McBrain. Antes da despedida, o vocalista avisou “se quiserem nos ver de novo, vamos voltar em 2011 com um set de inéditas”. É claro que desde então muitos cariocas já sonham com a volta do Maiden. The Number Of The Beast, The Evil That Men Do – em que Eddie reapareceu majestoso na versão cyborg – e Sanctuary, fecharam a apresentação histórica.
Setlist
Aces High
Wrathchild
2 Minutes to Midnight
Children of the Damned
Phantom of the Opera
The Trooper
Wasted Years
The Rime of the Ancient Mariner
Powerslave
Run to the Hills
Fear of the Dark
Hallowed Be Thy Name
Iron Maiden
Bis
The Number of the Beast
The Evil That Men Do
Sanctuary
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