Por: Juliane Assis
“Em time que está vencendo não se mexe” como já dizia o ditado. O último álbum da banda de nu metal norte-americana se encaixa muito bem nesse dito popular, lançado no dia 21 de outubro deste ano e produzido pelo renomado Nick Raskulinecz, ganhador do Grammy Award e que já trabalhou com bandas como Foo Fighters, Marilyn Manson e Deftones.
O décimo-segundo disco contou com o talento do ilustrador contemporâneo Ron English na capa, seus tons de cores fortes em neon se complementam ao traço marcado e combinam perfeitamente com a sonoridade pesada do álbum, que segundo o guitarrista Brian Welch, é “o material mais pesado dos últimos anos”.
O grupo formado em 1993 é um dos precursores do estilo nu metal e continuam fazendo sucesso até hoje, seus integrantes Jonathan Davis (vocal), James “Munky” Shaffer (guitarra), Reginald “Fieldy” Arvizu (baixo), Brian “Head” Welch (guitarra) e Ray Luzier (bateria), exploraram um lado muito mais pesado neste álbum porém com a mesma fórmula de sempre.
No disco são encontrados fatores característicos que caminham junto ao grupo ao longo dos seus mais de 20 anos de carreira, guitarras pesadas, elementos eletrônicos, mudanças no ritmo, entre outros. “Insane”, música que abre o disco, possui uma construção muito pesada em sua maioria, até aparecendo alguns guturais, no entanto no refrão o ritmo muda totalmente acompanhando o vocal, elementos eletrônicos, um órgão, vocal distorcido e ecoado dão um plano de fundo aos rifss e batidas brutais da faixa.
Em “Rotting in Vain” uma guitarra em escalas sombrias e incertas introduz um riff pesado junto a uma batida monstruosamente rápida, que no refrão diminuem de tom para acompanhar os versos cantados, enquanto a guitarra de inicio volta ocasionalmente, e por fim, a música é encerrada com um gutural Inteligível e brutal. “Black is the Soul” terceira música do disco, finalmente traz a tona o baixo de Reginald Arvizu que acompanhado do fatídico riff pesado e piano ao fundo constituem talvez o melhor instrumental do cd que conversam perfeitamente com os versos melódicos cantados pelo vocalista.
Já em “The Hating” as palhetadas distorcidas das guitarras formam um riff grandiosamente pesado que tomam o brilho da música somente para elas. Em “A Different World” vários elementos divergentes entre si foram colocados juntos e a tornaram a faixa um tanto especial, além da presença do vocalista do Slipknot/Stone Sour, Corey Taylor, que da um tom diferente ao vocal e acrescenta muito a proposta da composição.
“Take me” conta com uma pegada mais melódica e não tão pesada quanto suas anteriores, mas que segue muito bem no contexto do disco. Agora quanto a “Everything Falls Apart” os músicos exploraram o lado das mudanças nos compassos tanto vocais quanto instrumentais, que dão corpo a faixa, que oscila nas escalas, se construindo numa sonoridade única.
“Die Yet Another Thing” traz vocais de fundo que conversam com a letra revoltante muito bem interpretada na voz de Jonathan Davis, mudando de tons na escala conforme os instrumentos se desenvolvem dentro da música, estes que seguem os vocais e se mantem no mesmo padrão, se contrapondo a mixagem eletrônica e aos riffs distorcidos.
Já a romântica e sombria “When You’re Not There” demonstra as habilidades vocais de interpretação do vocalista, além da linha do baixo que segue o ritmo da música numa melodia que não pode ser considerada tão boa quanto as outras, porém gruda na cabeça. “Next in Line” mostra variações intermináveis de mudanças de tons, do vocal e dos instrumentos, que se contrapõem a discotecagem de fundo, e ao gutural em algumas partes acompanhando as batidas de bateria e riffs monstruosos.
Na melódica “Please Come For Me” as facetas variadas das habilidades dos músicos em criar algo nu metal grovy e comercial ao mesmo tempo, são claramente exploradas. Com riffs pesados, guturais em algumas partes, e batidas fortes que acompanham a escala do vocal, a música conquista, mas não inova, como a maior parte do álbum.
O “The Serenity Of Suffering” traz variações do Korn até então desconhecidas, que agrada a maior parte de seu público e conquista mais alguns, porém não o grupo não se reinventa, não traz nada novo e surpreendente, é o bom e velho Korn que sempre fez sucesso, mas muito bem produzido em todas as suas facetas.
Tacklist:
01. Insane
02. Rotting In Vain
03. Black Is The Soul
04. The Hating
05. A Different World (feat. Corey Taylor)
06. Take Me
07. Everything Falls Apart
08. Die Yet Another Night
09. When You’re Not There
10. Next In Line
11. Please Come For Me
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