Lendas do heavy metal em apresentação histórica no Rio de Janeiro

Por: Gustavo Franchini

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É raro ver duas bandas tão consagradas e de tamanha qualidade reunidas em um só palco. Foi o caso dos alemães do Accept e os britânicos do Judas Priest, ambas bandas com mais de 40 anos de carreira e uma discografia de gigantesco impacto no cenário heavy metal. Difícil definir qual iria ser o destaque da noite, mas ao fim das apresentações, o que ficou claro é que o sorriso dos fãs brilhou a todo momento.

Pela primeira vez em terras cariocas, o Accept veio com a turnê do mais recente álbum, Blind Rage (2014), contando com novidades na guitarra (Uwe Lulis) e bateria (Christopher Williams). Todavia, a grande atração ficou por conta dos membros originais, o simpático/carismático guitarrista Wolf Hoffmann, o baixista Peter Baltes e, principalmente, o excelente vocalista Mark Tornillo, que se juntou a banda em 2009. A presença marcante de Tornillo, com sua voz e energia implacáveis, levou o Accept de volta ao topo, com grandiosos álbuns lançados desde 2010, o magnífico Blood of the Nations (2010) e o igualmente notável Stalingrad (2012), sucessos de crítica.

A animação do público com as músicas do Accept era visível, com apaixonados por heavy metal de todas as idades pulando e agitando com cada riff, coro e interação da banda. Era uma cena linda de se ver, simbolizando o verdadeiro espírito do estilo, com todos reunidos em prol da música, felizes em estar ali e com motivo para tal, já que o Accept deu uma aula de como se apresentar no palco. Sensacional!

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Os metal gods do Judas Priest entraram logo em seguida, com uma produção melhor (visto que eram a atração principal do evento) e demonstrando por que são um dos maiores nomes da cena musical, percorrendo a maioria dos álbuns clássicos da banda (o que não é uma tarefa fácil, afinal, são 17 álbuns de estúdio), em um setlist arrebatador. Impressionante ver o mestre Rob Halford, mesmo com canções abaixo do tom original, esbanjando notas altíssimas e nível superior em toda sua performance. Muitas das músicas do Judas Priest são extremamente difíceis de cantar, seja pela complexidade de técnicas apresentadas, seja pelo alcance invejável de Halford, que é um show à parte. Só a sua presença ali vale o preço do ingresso. É uma lenda viva.

Contando ainda com Ian Hill no baixo e Glenn Tipton na guitarra, da formação clássica, além de Scott Travis nas baquetas (apesar de não ser membro original, está com a banda desde 1989), a grata novidade veio com Richie Faulkner, guitarrista que substituiu o exímio K. K. Downing em 2011 e vem sendo uma bela adição aos veteranos do Judas Priest, com sua jovialidade e garra em todas as músicas. A impressão que fica é que ele está realmente feliz por estar na banda, um sonho realizado, transmitindo toda essa alegria para os fãs, que agradecem com aplausos, pulos e gritos de “Priest, Priest, Priest!”, intensificando ainda mais a beleza da noite.

Com datas marcadas para o festival Monsters of Rock, nos dias 25 e 26 de Abril, na Arena Anhembi, em São Paulo, o Judas Priest (very special guest, tocando nos dois dias) e o Accept (no segundo dia) já deram aos fãs um gostinho do que os espera por lá. Voltem sempre, monstros lendários do heavy metal!

SETLIST ACCEPT
1 – Intro
2 – Stampede
3 – Stalingrad
4 – Restless and Wild
5 – Losers and Winners
6 – Final Journey
7 – Princess of the Dawn
8 – Pandemic
9 – Fast as a Shark
10 – Metal Heart
11 – Teutonic Terror
12 – Balls to the Wall

SETLIST JUDAS PRIEST
1 – War Pigs/Battle Cry (introdução)
2 – Dragonaut
3 – Metal Gods
4 – Devil´s Child
5 – Victim of Changes
6 – Halls of Valhalla
7 – Love Bites
8 – March of the Damned
9 – Turbo Lover
10 – Redeemer of Souls
11 – Beyond the Realms of Death
12 – Jawbreaker
13 – Breaking the Law
14 – Hell Bent for Leather
BIS
15 – The Hellion/Electric Eye
16 – You´ve Got Another Thing Comin´
BIS 2
17 – Painkiller
18 – Living After Midnight

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