Por: Beatriz Dias
O segundo dia de Lollapalooza Brasil começou com atrações brasileiras. Um dos representantes do rock nacional mais importantes nos anos 90, os caras do Raimundos competiram atenção com o papito Supla e seu irmão João, no Brothers of Brazil, que tocavam simultaneamente em outro palco do evento.
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A inglesa Ellie Goulding era a artista mais esperada da tarde quente. Com seu pop eletrônico e vários hits emplacados nas rádios mundiais ela sobe ao palco ao grito de seu público, que estava preocupado com seu desempenho devido a um problema em sua garganta, assim como Matthew Bellamy, vocalista do Muse.
Vestindo a camisa de nosso time de futebol, a cantora mostrou-se confortável com o calor e ficou impressionada com a recepção brasileira. “Vocês me dão esse sorriso que carrego no rosto, muito obrigada. Tão bom finalmente poder ver vocês”. Com suas batidas fortes na percussão, danças e voz inconfundível, Ellie extasiou o público do começo ao fim em sua apresentação cronometrada de 1h. “I Need Your Love”, “Burn”, “Anything Could Happen” e grandes outros hits embalaram o público que ainda teria um dia intenso de shows a seguir.
A próxima atração no palco Onix, era dos norte-americanos do Vampire Weekend que acalmaram o público com suas músicas mais lentas e conquistaram a simpatia com a declaração em português do vocalista Ezra Koenig: “New York é a melhor cidade da América do Norte. São Paulo é a melhor cidade da América do Sul. Tamos junto”. “Diane Young”, “Giving Up The Gun”, “Step” e “Walcott” foram algumas das músicas mais bem recebidas.
Os convidados seguintes no palco Perry eram os integrantes do trio de electro house,Krewella. Se não soubesse que o Lollapalooza era um festival de rock, facilmente via-se a tenda como uma rave.
O rock alternativo e nervoso do Pixies sobe ao palco Skol no cair do dia. Pareciam que queriam causar um impacto, ao pedirem para aumentar o som de seus instrumentos. Kim Deal, baixista original foi substituído pela argentina Paz Lechatin. “Bone Machine”, “Monkey Gone To Heaven” e “Where’s My Mind” não faltaram no setlist.
Em homenagem ao grunge de Seattle, sobem ao palco às 19 horas o Soundgarden. Um público ansioso levantava seus bastões de luz, criando um cenário inspirador para o que estava por vir. 30 anos de espera por Chris Cornell junto com sua banda em solo brasileiro.“Searching With My Good Eye Closed”, sucesso em 1991, fez com que tudo tivesse valido a pena. “Obrigada por terem nos esperado por tanto tempo”.
“Spoonman”, “Black Hole Sun”, “Like Suicide” foram alguns de seus grandes sucessos executados no palco para mais de 50 mil pessoas. Uma grande surpresa estava por vir: “Não podemos vir ao Brasil e não cantar essa música. Conversamos sobre isso no ensaio e vocês já esperaram por tanto tempo, precisam dessa” e começa a tocar “Jesus Christ Pose”, diz Chris Cornell.
A grande disputa no segundo dia de Lollapalooza nesse buffet musical veio com os dois últimos shows que disputavam o público: Arcade Fire e New Order.
Os canadenses do Arcade Fire subiram ao palco Skol e o público liberou o resto de energia que haviam depois de dois longos dias de música. “Reflektor” anunciou o início da festa seguida de“Flashbulb Eyes”. Tudo o que acontecia em cima do palco parecia estudado com maestria.
“Neighborhood” e “Rebellion (Lies)” foram o ponto alto do show. Win Butler, vocalista, juntamente com sua esposa e multi instrumentista Régine Chassagne roubaram as atenções com suas performances.
O país foi homenageado com versões de “Aquarela do Brasil”, de Ary Barroso e “Nine Out Of Ten” de Caetano Veloso. Luzes e movimento marcaram o show da banda.
Simultâneamente, no palco Interlagos o rock dos anos 80 foi representado pelos ingleses doNew Order, pouco espertos ao colocarem seus grandes hits como “Bizarre Love Triangle”,“Temptation” e “Blue Monday” somente ao final da apresentação, de quase 2h.
O vocalista ainda tentou apresentar uma música nova para o público já desanimado.“Singularity” foi tocada e foi necessário que Bernard Sumner lê-se a letra da música.
Mesmo com muitas caminhadas, sensação térmica de mais de 50ºC, poucas latas de lixo e certo tumulto entre a saída de um show e outro, o Lollapalooza conquistou novos admiradores para cada artista apresentado. Fãs de um segmento puderam conhecer o trabalho de outras bandas que certamente ficaram felizes, por mais uma vez, com a recepção dos brasileiros, que já é conhecida como uma das mais acolhedoras de todo o mundo.
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