Por: André Dias
“Unto the Locust” é o sétimo álbum do Machine Head, banda que transita entre o thrash e o groove, e que vem aprimorando seu estilo, especialmente nos últimos 3 trabalhos. É impressionante a evolução de Robb Flynn, não apenas como músico e vocalista, mas principalmente como compositor e letrista; com quase 30 anos de carreira, participou de duas bandas relevantes nos anos 80 e 90, o Vio-Lence e o Forbidden; ao fundar o Machine Head, muitos fãs puristas não viram a mudança com bons olhos, pelo caráter moderno dos novos arranjos.
Machine Head é um exemplo de amadurecimento de uma banda, e da recompensa pela manutenção das convicções artísticas de Flynn. Agora muito mais polida, a banda colhe reconhecimento de público e de crítica, e segue surpreendendo. Já na faixa de abertura, “I Am Hell”, vemos que estamos diante de um trabalho diferenciado, com três partes distintas e coerentes. Livre dos limites pré-estabelecidos do metal, Flynn usa timbres e construções pouco comuns, melodias vocais fáceis de decorar, e conta com a participação ativa dos outros membros.
Com um trabalho muito eficiente da cozinha e ótima produção, Flynn entrega mais uma obra longe da acomodação que os anos normalmente trazem, com um alto grau de elaboração e uma intensidade digna de uma banda de garotos. Esses fatores, aliados à experiência e o apuro técnico, resultam em um álbum de rara qualidade no mainstream. Destaque para as variações rítmicas em “Pearls Before the Swine”, os riffs em “Be Still and Know” e o inusitado coro infantil usado em “Who We Are”, um autêntico tratado de atitude e comprometimento com a integridade musical. Compre de olhos fechados!
Track Listings:
01. I Am Hell (Sonata in C#)
02. Be Still and Know
03. Locust
04. This is the End
05. Darkness Within
06. Pearls for Swine
07. Who We Are
08. The Sentinel (Judas Priest Cover)
09. Witch Hunt (Rush Cover)
10. Darkness Within
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