Millencolin emana amor aos paulistanos no Tropical Butantã, mas faz show sem novidades

Por Daniela Baroni

Para quem é fã de hardcore e punk rock, o fim do ano em São Paulo é um prato cheio. Apesar de rolar alguns shows em um festival ou outro, é nos últimos três meses do ano que a coisa fica boa. E 2017 não foi diferente: mal começou outubro e o Millencolin já deu as caras por aqui, fazendo a primeira de três apresentações no Brasil nesta última sexta-feira (06/10).

A banda sueca não é nenhuma estranha em terras brasileiras; antes de 2017, já havia passado por aqui cinco vezes, sendo a última em novembro de 2015, com a turnê do álbum “True Brew”. O fato de que a passagem mais recente do grupo em São Paulo ainda seja parte da mesma turnê já era um indicativo de que nada de novo podia ser esperado pelo público que se dirigia ao Butantã na sexta. E a confirmação disso veio com o próprio show.

De casa lotada, 15 minutos de atraso e sem banda de abertura, o Millencolin entrou no palco com tudo ao som de um de seus maiores sucessos “No Cigar”. A escolha da música inicial talvez tenha sido a única coisa inesperada da noite e pegou o público tão de surpresa que o caos se instaurou por alguns minutos na parte da frente da pista. As rodas abriram abruptamente, levando junto quem quer que estivesse no caminho, começou um empurra-empurra violento e copos de cerveja voavam para todos os lados.

Os suecos do Millencolin transbordavam amor por São Paulo. A cada duas ou três músicas, paravam para dizer o quanto amavam a cidade e o como o público paulistano está entre os melhores do mundo. Até o Tropical Butantã os caras elogiaram. Apesar disso, a apresentação da banda não é das mais energéticas, mesmo com o ritmo acelerado das músicas. O vocalista Nikola Sarcevic, que por algum milagre não estava sem voz (como sempre está quando vem ao Brasil), tem um costume de diminuir o compasso das músicas quando canta e talvez seja para facilitar o sing-along da plateia, mas isso só deixa as músicas estranhas.

No geral, o setlist da noite foi muito próximo do de 2015, mudando uma ou outra música e a apresentação foi também praticamente a mesma. Dentre as músicas que mais causaram fervor estavam “Ray”, “Twenty-two”, “Bullion” e “Fox”, sons mais do que consagrados da banda, bem como a triste “The Ballad”, que sempre emociona. Contudo, embora menos conhecidas, as músicas do ótimo álbum “True Brew” também foram extremamente bem recebidas.

Com mais ou menos 50 minutos de show, Nikola anunciou o fim do primeiro ato do show, que foi encerrado com Mr. Clean, e retornou com a banda para um encore de seis músicas que culminou na famosa “Black Eye”, e que também encerrou a noite, totalizando apenas 1h15 de apresentação. Alguns saíram da casa satisfeitos, outros nem tanto e outros saíram querendo mais, mas uma coisa é fato para todos: perder shows do Millencolin no futuro está fora de cogitação, e se a turnê for de aniversário ou de um novo álbum, melhor.

Setlist
1. No Cigar
2. Sense & Sensibility
3. Ray
4. Olympic
5. Penguins & Polarbears
6. Fazil’s Friend
7. Bring me Home
8. True Brew
9. Autopilot Mode
10. The Ballad
11. Twenty Two
12. Cash or Clash
13. Lozin’ Must
14. Kemp
15. Pepper
16. Mr. Clean
Encore
17. Egocentric Man
18. Fox
19. Bullion
20. Duckpond
21. Battery Check
22. Black Eye


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Fotos: Nicollas Loos

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