New Model Army encanta os fãs cariocas no Circo Voador

Banda trouxe ao Rio de Janeiro a tour do seu álbum mais recente, “Unbroken”, lançado em janeiro desse ano

Por Rodolfo Bragantini

Com uma pontualidade não muito britânica, o show do New Model Army começa com um pequeno atraso. Mas o que são 17 minutos, para quem esperou por 6 anos, da última vinda da icônica banda ao Brasil? A “família”, como são chamados os fãs da banda, marcou presença e encheu o circo voador no domingo, 09/06.

O show abre com a canção “Coming or Going”, do seu ótimo 16º álbum “Unbroken”. Na sequência “States Radio” do álbum “Today is a Good Day” de 2009 e “Long Goodbye” do álbum Strange Brotherhood de 1998, o último a ter Robert Heaton na bateria e, em seguida, mais duas do novo álbum, que contou com 5 músicas na apresentação.

O New Model Army, faz um som que não e fácil de rotular, suas influências folk, punk e pós-punk se misturam e moldam sua música com bastante energia e letras politizadas. Essa fórmula rendeu 44 anos de existência e, pelo que parece, ainda tem fôlego para muitos anos a mais. Em cerca de 1h40 de show, a “família” presenciou um show para cima, quente, com muito vigor, onde não faltaram as características da banda, o seu som folk pós-punk pesado, as guitarras distorcidas, os backing vocais alinhados e bem afinados, e a voz potente, ainda em dia do seu líder, Justin Sullivan.

O quarteto se completa com Dean White, outrora tecladista, que assumiu a guitarra após a pandemia, o baterista Michael Dean e o baixista Ceri Monger. Além do músico convidado, Nguyen Green, no teclado e percussão. Após “Winter”, faixa-título do álbum de 2016, Monger largou seu baixo e sentou a mão na percussão em “Stormclouds”, do álbum Between Dog and Wolf de 2013, que foi tocada sem o baixo. Outra música que Monger ataca a percussão, é “Idumea”, do novo álbum, dessa vez com Justin Sullivan assumindo o baixo.

A banda acabou deixando algumas músicas como “Vagabonds” de fora, que foi tocada no show de São Paulo, mas cobriu boa parte dos álbuns. É claro que não poderia faltar o seu maior hit, “51st State”, cantado a plenos pulmões, do ínicio ao fim, pelo público. Muitos se enganam ao achar que o New Model Army é uma “one hit band”. Eles têm uma legião de fãs devotos e ótimas canções bastante conhecidas lá fora.

Destaque para um grupo de “gringos” que estava presente, dançando à sua moda e cantando todas as músicas do início ao fim. Fizeram até uma pirâmide humana com um dos amigos que cantou e gesticulou como se estivesse no palco. Sem falar na roda punk que se formou, já na segunda metade, mais para o final do show.

Logo após “Wonderful Way to Go”, a banda deixa o palco, retornando cerca de 5 minutos depois para o bis. Michael Dean puxa a batida acelerada enquanto Justin Sullivan grita cada palavra do título de “Get Me Out” sendo respondido com vigor, pelo público. No show não poderia faltar, “The Hunt”, talvez, certamente uma das mais esperadas pelos fãs, que foi regravada pelo Sepultura. E, para encerrar, “I Love the World”, com Sullivan atacando de “front man” sem a guitarra. A banda deixa o palco ao som das microfonias e feedbacks dos seus instrumentos.

O público, que encheu o Circo Voador, pode conferir um show redondo. Foi um dos melhores shows do ano. Valeu muito para quem esteve lá.


Galeria de fotos do show (New Model Army/ RJ):



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