Por Flavia Carvalho
No último domingo, 26 de abril, rolou em São Paulo, o encerramento do Soundheart Festival, que passou, antes, pelo Rio de Janeiro. O festival contou com abertura da banda brasileira Aldo the Band, Junun – projeto do guitarrista do Radiohead, Jonny Greenwood e com o DJ Flying Lotus. O evento foi muito aguardado pelos fãs da banda inglesa Radiohead, que veio apenas duas vezes ao Brasil, sendo a primeira em 2009, mas ainda assim, não foi o suficiente para lotar a arena Allianz Parque, que comporta aproximadamente 45 mil pessoas, sendo que apenas 30 mil compareceram. Isso não foi prejudicial ao clima do show, no entanto.
Com poucos minutos de atraso, o Radiohead subiu ao palco do festival sob muitos aplausos e gritos ansiosos dos fãs que compareceram ao Allianz, na noite de domingo, para ver a banda de pertinho. Algo que não aconteceu como o esperado, uma vez que o palco tinha uma altura mais baixa do que o normal, o que dificultava a visão de quem estava na pista comum, lá no fundo. Outro pequeno problema para quem queria enxergar a banda foi o fato de o telão mostrar imagens sobrepostas na maior parte do tempo, isso quando não falhava – porque sim, em determinado momento do show, o telão direito deu erro e ficou na famosa “tela verde”. Restou ao público mais distante entrar no clima do show e curtir o show de luzes, porque enxergar mesmo, só quem estava perto.
Trazendo uma mistura de climas e sensações, a banda percorreu por diversos álbuns e épocas de sua discografia, dos hits antigos às músicas mais recentes, conceituais e intimistas, usando a configuração do palco, que mudava a cada música, para criar uma atmosfera intensa e impecável. No início do show, a já esperada “Daydreaming”, faixa do álbum mais recente da banda, “A moon shaped pool”, trouxe um clima mais íntimo e sensível, transformando o palco num céu todo estrelado.
Foi apenas em “Ful Stop” que os fãs puderam sentir a vibe de Thom Yorke, que estava ótima, por sinal. O excêntrico vocalista mostrou que tudo o que ele queria era se divertir, sem muito blá blá blá, sem muitas firulas, apenas curtir o momento. Como forma de agradecimento, em vez de fazer inúmeros discursos, Yorke sorria e reverenciava o público, vez em quando soltava um “obrigado”, meio abafado, mas que era o suficiente para agradar aos fãs. Se “Daydreaming” foi mais intimista, “15 step” foi revigorante e fez a galera dançar. Outra que agradou ao público foi a intensa “Weird Fishes/Arpeggi”. Alguns dos vários pontos altos foram as músicas “2 + 2 = 5”, “No Surprises” e “Exit Music (for a Film)” que fizeram os fãs cantarem junto, essa última com direito a luzes de celular e isqueiros para o alto.
O setlist foi uma das melhores coisas do festival, aliás, é uma das melhores coisas que a banda faz, porque sempre muda de show para show, de forma que a experiência de cada público dos locais por onde passa seja singular. É impossível dizer que você foi a dois shows iguais do Radiohead – que bom. Exemplo disso são as surpresinhas que os fãs recebem, no Rio de Janeiro, a galera pôde cantar “True Love Waits”, e, embora tenha deixado de lado “Karma Police”, a banda presenteou os fãs de São Paulo com “There There” e “Fake Plastic Trees”, que encerrou de forma majestosa essa que foi uma das noites mais emocionantes do ano, até aqui. O jeito é torcer para que o Radiohead não demore mais 9 anos para voltar.
Setlist do Radiohead no Soundheart Festival:
01. “Daydreaming”
02. “Ful Stop”
03. “15 Step”
04. “Myxomatosis”
05. “You and Whose Army?”
06. “All I Need”
07. “Pyramid Song”
08. “Everything in Its Right Place”
09. “Let Down”
10. “Bloom”
11. “The Numbers”
12. “My Iron Lung”
13. “The Gloaming”
14. “No Surprises”
15. “Weird Fishes/Arpeggi”
16. “2 + 2 = 5”
17. “Idioteque”
Bis:
18. “Exit Music (for a Film)”
19. “Nude”
20. “Identikit”
21. “There There”
22. “Lotus Flower”
23. “Bodysnatchers”
25
24. “Present Tense”
25. “Paranoid Android”
26. “Fake Plastic Trees”
VEJA GALERIA DE FOTOS DO SHOW:
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