Por Cacau Ribeiro
Com 5 datas marcadas pelo Brasil, após passar por Rio de Janeiro (04/11- Engenhão) e Brasília (07/11 – Arena BRB Mané Garrincha) chegou a vez dos californianos do Red Hot Chili Peppers arrastar uma multidão de fãs para São Paulo, no Morumbi. Por aproximadamente 1h40 de duração, o Estádio Cicero Pompeu de Toledo recebeu Anthony Kiedis (Vocal), Flea (Baixo), Chad Smith (Bateria) e John Frusciante (Guitarra e backing vocals), que subiram ao palco trazendo um misto de sucessos da carreira e músicas mais recentes.
A banda responsável por aquecer o público paulistano foi a Irontom. O grupo formado por Harry Hayes (vocalista), Dylan Williams (baterista) e Zach Irons (guitarrista), além do filho do ex-baterista do Red Hot, Jack Irons. Irontom é um grupo formado em 2012 com estilo voltado para o funk rock, post-punk e rock psicodélico. O vocalista Harry Hayes mostrou que fez a lição de casa e arriscou algumas palavras em português para interagir com o público e demonstrar sua gratidão por estarem sendo responsáveis por esse momento tão importante para a banda. Fizeram questão de reforçar o carinho e felicidade que estavam sentindo não só durante os atos de abertura por onde tem passado, como também através de um tweet antes mesmo dos shows acontecerem, ao anunciar sua passagem com RHCP pela América Latina.
Chegou a hora da tão aguardada entrada dos headliners, em uma jam eletrizante (“Intro Jam”), acompanhada dos primeiros acordes de “Can’t Stop” que tomaram conta do estádio e provocou gritos eufóricos da plateia. Ao ouvir Anthony Kiedis cantar um dos maiores clássicos do álbum By the Way, você sente que não é para qualquer um a oportunidade de ver a sintonia e energia que a banda entrega no palco. Mesmo com o frontman usando bota ortopédica (por um momento você até esquece que ele está lesionado), não deixou de entregar suas famosas danças e pulos durante sua performance.
O calor do público se mostrou bem intenso quando “The Zephyr Song” e “Snow (Hey Oh)” vieram logo em seguida, dando a entender o espetáculo que estava por vir. A turnê ficou marcada pela volta de Frusciante que, após 21 anos longe ‘de casa’, retornou aos palcos na melhor forma ao apresentar um solo emocionante onde cantou “Terrapin”, cover de Syd Barrett. Um coro alucinado da multidão ovacionando “Frusciante, Frusciante” envolveu cada centímetro do espaço e fãs levantaram cartazes, demonstrando sua animação em ver o guitarrista novamente.
Após 3 hits do começo dos anos 2000 e na sequência o acréscimo de “Here Ever After”, faixa do álbum lançado no ano passado, Unlimited Love, os paulistanos puderam presenciar não só uma combinação entre músicas lançadas recentemente, bem como percorrer o sentimento de nostalgia que algumas faixas carregam por si só.
Um show que por conta dos improvisos musicais, torna-se único e mesmo com pouca interação com o público (pra não dizer nula), o fato de ter a banda em sua formação original fez com que, em alguns momentos de química tão forte entre Flea e John, quem olhava de fora poderia jurar que eles se comunicavam através de uma língua que só eles mesmos poderiam entender. Musicalmente falando, há uma conexão entre todos eles no palco, dispensando qualquer necessidade de efeito visual, pirotécnico etc.
Não dá para agradar a todos, certo? Ao mesmo tempo que o repertório varia de um show para outro, podendo ou não ter a sua música favorita, São Paulo contou com outros sucessos como “Don’t Forget Me” e “Parallel Universe”; já os hinos “Dani California”, “Scar Tissue”, “Wet Sand” e “Otherside” infelizmente ficaram de fora do setlist na cidade. Encerrando a noite com “Under the Bridge” e “Give It Away”, os fãs fazem suas apostas e mesclam entre as músicas já apresentadas nos últimos shows para montarem seu show dos sonhos para as próximas apresentações.
Foto Página Inicial: MRossi (@MRossifoto)
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