Som pesado do Ministry ecoa pela Cidade do Rock na primeira noite do metal

Por: Danielle Barbosa

Os americanos fizeram barulho em show de muita intensidade, mesmo apesar do pouco tempo.

Foto: Isabela Catão/Universodorock
Foto: Isabela Catão/Universodorock

Quem não conhecia o Ministry pode se surpreender ao saber que a banda, original de Chicago, Illinois, já tem mais de 20 anos de estrada, 13 álbuns de estúdio e que essa é a segunda aparição dos caras pelo Brasil. O sexteto americano foi o terceiro show do Palco Sunset, após uma tremenda apresentação do Angra. E o público estava presente em peso e cheio energia. Isso só comprova a tese de que não há fãs mais dedicados e fieis que os de metal. Quem já foi para um festival de cerca de 13h de tantas atrações em diferentes palcos sabe o quanto pode ser cansativo ficar se deslocando de um lado para o outro curtindo todos os shows, mas ainda assim não teve uma apresentação vazia no dia.

As rodinhas “punk” também não podiam faltar, é evidente. Os jovens, que em sua maiora haviam comprado um ingresso para assistir ao Metallica no fim do dia, saíram do chão com o som barulhento e ensurdecedor dos veteranos metaleiros. O vocalista da banda, Al Jorgensen, é conhecido por sua excentricidade e subiu ao palco de uma maneira bastante peculiar: com uma máscara de gás, o rosto coberto por piercings e dreads no cabelo, além de uma espécie de cajado com uma caveira na ponta. O cenário também era de assustar.

Foto: Isabela Catão/Universodorock
Foto: Isabela Catão/Universodorock

O grupo abriu o show com “Hail To His Majesty”, do “From Beer to Eternity”, último disco lançado pela banda, em 2013. O show contou ainda com mais duas faixas do novo álbum, que foram apresentadas logo na sequência, “Punch in the Face” e “PermaWar”. “Fairly Unbalaced”, “Waiting”, “Just One Fix” e “Worthless” também não foram esquecidas. Uma coisa é verdade: a banda não diminuiu o ritmo em nenhum momento, dando sequência à apresentação sem muitas falácias, mas sim muito rock pauleira na cabeça da galera.

Outra curiosidade é teor anarquista das canções, que vai contra a direita, o governo americano e faz duras críticas ao ex-presidente George W. Bush, inclusive em uma delas (“LiesLiesLies”), menciona o atentado ocorrido ao World Trade Center em 11 de setembro de 2001, questionando a história contada pelos governantes na época da tragédia. Em certo trecho da letra, o grupo deixa sua opinião bem explícita. “Os Estados Unidos foram sequestrados, não pela Al Qaeda, não por Bin Laden, mas por um grupo de tiranos, o que deveria ser de grande preocupação para todos os americanos”. Em vários outros singles e em CDs inteiros, eles mantém a mão pesada nas letras. Há, inclusive, um álbum inteiramente composto por faixas que iniciam com a letra “w”, uma “homenagem” à Bush, persona non-grata pela banda.

Já no fim, o frontman do Fear Factory, Burton Bell, se juntou ao Ministry para as duas últimas da noite, “Thieves” e “So What”, deixando o palco com a sensação de dever (bem) cumprido.

SETLIST:
Hail to His Majesty (Peasants)
Punch in the Face
PermaWar
Fairly Unbalanced
Rio Grande Blood
LiesLiesLies
Waiting
Worthless
N.W.O.
Just One Fix
Thieves
So What


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