Por: Danielle Barbosa
O vocalista Danny O’Donoghue não escondeu a emoção diante de 85 mil pessoas
A banda irlandesa de rock alternativo The Script, fundada em Dublin por Danny O’Donoghue (vocais), Mark Sheehan (guitarra) e Glen Power (bateria) foi a primeira atração internacional a pisar no Palco Mundo, na última sexta-feira (18). Essa também foi a primeira passagem do trio pelo país, em apresentação única. Curiosamente, a noite do dia 18 também marcou o fim da turnê “No Sound Without Silence”, que percorreu diversas cidades ao redor do mundo, com mais de 150 shows.
O show no Rio, que começou com um pequeno atraso de 12 minutos, durou pouco menos de uma hora e contemplou alguns dos grandes hits do grupo, como “Breakeven”, “For the First Time”, “The Man Who Can’t Be Moved” e “Hall of Fame”. A setlist, embora curta, conseguiu divulgar bem o novo álbum de estúdio da banda, já que dentre as dez músicas escolhidas para a noite, cinco compõem o disco “No Sound Without Silence”, lançado em 2014.
Logo de cara, o simpático vocalista do The Script apresentou a banda em português e já tentou empolgar o público, repetindo por diversas vezes a expressão “pula!”. Ainda durante a música “Paint the Town Green”, Danny desceu os degraus do palco e foi cantar no meio da galera, que ainda estava meio tímida – muitos inclusive não conheciam o som -, mas acompanharam o vocalista com palmas. Os fãs da banda, posicionados próximo à grade, fizeram uma surpresa para o The Script e levantaram balões de gás na cor verde durante a música. “Vamos fazer barulho!”, pediu o músico em português.
No Brasil, a banda ainda não é tão popular e isso ficou evidente na apresentação dos rapazes no Rock in Rio. Se na Europa os hits ganharam grande repercussão e tocam em quase todas as rádios, por aqui o barulho ainda é fraco. Para compensar, o que houve foi uma incrível energia por parte dos músicos em cima do palco e muito carisma. Em certo momento, Danny, que também é um dos atuais técnicos do The Voice UK, parecia não acreditar na quantidade de pessoas que assistiam ao show. “Isso é inacreditável. Eles disseram que seria bom, mas não tão bom assim”, derreteu-se o cantor.
De fato, é impossível para um artista ficar indiferente à um público de tal magnitude. Mas o The Script deixou a emoção transparecer mais que qualquer outra atração da noite. Dentre os momentos a se destacar da apresentação, dois chamaram a atenção: o primeiro foi quando Danny pegou a câmera de um dos cinegrafistas para filmar a plateia e adentrou a área do público, cantando e pulando com os jovens que o rodearam entre gritos. O segundo, mais pro fim do show, não estava previsto pela listagem de músicas oficiais, mas foi uma espécie de presente da banda para aqueles que acompanhavam o trabalho deles desde o início. No trecho de “We Cry”*, Danny O’Donoghue dividiu a plateia em duas partes, e fez uma competição para checar qual dos dois lados podia cantar mais alto, o que foi bem divertido.
Na sequência, talvez o maior sucesso da banda, a balada “For the First Time”, foi acompanhada em coro por todos que conheciam o hit. Ainda deu tempo de Danny fazer um discurso super bacana, que pregava o respeito entre as religiões e crenças, além de dizer que queria fazer desse Rock in Rio um “momento único”.
Uma coisa é fato: o show do Rock in Rio ficará marcado na memória dos irlandeses, que fizeram questão de fazer uma foto com o público, trajados com um camisa da Seleção brasileira de futebol. E, se a maior parte da Cidade do Rock permaneceu calada por não conhecer o som, é provável que tenha ficado satisfeita com a entrega da banda e tenha se divertido no esquenta para o Queen.
*O single “We Cry” foi a canção de estreia da banda no cenário mundial, lançado em abril de 2008.
Setlist:
1. Paint the Town Green
2. Hail Rain or Sunshine
3. Breakeven
4. You Won’t Feel a Thing
5. The Man Who Can’t Be Moved
6. Superheroes
7. For the First Time + Trecho We Cry
8. The Energy Never Dies
9. No Good in Goodbye
10. Hall of Fame
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