Por Danielle Barbosa
Grupo britânico liderado por Luke Pritchard retornou ao Brasil com o show da turnê ‘The Best Of… So Far’, com os principais clássicos no repertório e muita entrega no palco.
O The Kooks é uma das bandas queridinhas do cenário indie rock, dando peso ao time de britânicos que tem o Arctic Monkeys como uma das mais experientes e, dentre a nova geração, The 1975 e Kasabian. Com clássicos como “Bad Habit”, “Naive” e “She Moves in her Own Way”, “Ooh La” e outras, os ingleses Luke Pritchard (vocais), Hugh Harris (guitarra), Peter Denton (baixo) e Alexis Núñez (bateria) fizeram um passeio por mais de uma década de trajetória na música ao retornar ao Brasil após quase dois anos de ausência – já que vieram ao país em outubro de 2016.
O nome da turnê, ‘The Best Of’, já induz bem o que o repertório abrange: o melhor do The Kooks. E, se a proposta é apresentar os melhores momentos da carreira, o set é recheado de hits e o show, com bom público tanto em São Paulo, no Espaço das Américas (12) quanto no Rio, Vivo Rio (13). A montagem do repertório, inclusive, teve a ajuda dos fãs: as dez canções mais ouvidas dos artistas no Spotify fariam parte do set, segundo os meninos em ação promocional poucos dias antecedendo a apresentação. É o sonho de qualquer fã se envolver no set, não é mesmo?
No Rio, o receio da casa não encher ainda foi maior, especialmente por três fatores: 1) era um domingo; 2) em uma data comemorativa, o Dia das Mães e; 3) Começava às 20h30. Se o show lotaria a casa era uma incógnita para todos além da produção do espetáculo, já que qualquer um dos fatores poderia implicar negativamente nas vendas. Mas, definitivamente, não foi isso o que aconteceu. Apesar de não ter sido sold out, o The Kooks levou uma boa quantidade de público – e algumas pessoas realmente muito fãs, trajando camisas oficiais do merch da banda e cantando todas as músicas na ponta da língua.
É bem verdade, no entanto, que a apresentação foi evoluindo e esquentando com o decorrer das músicas. Em grande parte, porque o público foi chegando em blocos de tempos em tempos, mas uma parcela também pela bela divisão de etapas do setlist do grupo. Como bons britânicos – bem pontuais – os músicos subiram ao palco com rigidez ao horário religiosa. Luke Pritchard, que é sempre muito simpático e espirituoso, levou a galera – e principalmente as meninas – à loucura com as seis primeiras músicas tocadas: “Eddie’s Gun”, “Sofa Song”, “Be Who You Are”, “Ooh La”, “Bad Habit” e “She Moves in Her Own Way”. Sempre que pôde, o vocalista incitou palmas e coros de ‘ooooh’, como na ponte que antecede o refrão de “Bad Habit”.
Além de ter presença e disposição no palco, o timbre suave e rosto angelical de Luke compõe a perfeita figura do príncipe encantado britânico para as fãs – um pouco desajeitado e desengonçado nas dancinhas e pulinhos no palco, é fato – mas encantador na naturalidade com que conduz e retribui o carinho e gritos histéricos das meninas. Uma chuva de ‘eu te amos’ e ‘obrigados’ com um sotaque super marcante e sorrisinhos pontuais.
Foto: Tuiki Borges/Divulgação.
No segundo e terceiro terços do show, três gratas surpresas para o público carioca. “See Me Now”, canção de 2014, que foi apresentada de uma forma bastante delicada e emocionada por Luke, ao teclado. O single é uma homenagem ao falecido pai do cantor, por isso a atmosfera intimista e de nostalgia foi facilmente instaurada no ambiente. Mas não parou aí. Além disso, os novos singles da banda em primeira mão, “All the Time” e “No Pressure”, integraram o repertório. As duas músicas foram as primeiras a serem lançadas ao público do novo álbum, “Let’s Go Sunshine”, que foi anunciado na última quinta, 17, e com previsão de lançamento para 31 de agosto.
Mesmo sem saber cantar, os fãs acompanharam, vibraram e foram ao êxtase com a presença dos rapazes de Brighton, na Inglaterra, como foi durante a 1 hora e meia de show. A presença, participação e entrega tanto dos fãs como dos ídolos mostra toda sinergia e sintonia construída nesses cerca de quinze anos de estrada. E cá pra nós, ter a certeza que seu público fará bonito e não deixará o evento ‘flopar’, apesar da crise financeira, é para poucos.
Não podem ficar sem ser mencionadas como pontos altos do show os hits “Sway”, “Shine On” e “Junk Of the Heart”, ainda antes do bis. Nesse momento, já era um set de dezenove músicas e fãs enlouquecidos e berrando o nome dos músicos, para agradecimentos em português de Luke. Não sei nem quantas vezes ele disse “obrigado” à plateia, mas o sentimento pareceu genuíno. Ele realmente estava agradecido de estar ali e por tanto carinho gratuito dos fãs.
Após serem chamados de volta ao palco após o frisson das pessoas, três emblemáticos hits para encerrar: a curta em duração, mas cheia de feelings “Seaside”, com Luke fazendo uma performance solo acústica, “Always Where I Need to Be”, que já fez parte de trilhas sonoras de jogos de console e séries famosas, e, “Naïve”, que tem quase 60 milhões de visualizações no Youtube. O que ainda faltava para um show de sucesso? Ah, é verdade, reverenciar o público no fim e deixar no ar a promessa de que, em breve, o quarteto britânico retorna ao nosso país.
Hits não faltam. Público, muito menos.
Setlist:
Eddie’s Gun
Sofa Song
Be Who You Are
Ooh La
Bad Habit
She Moves in Her Own Way
Westside
Do You Wanna
See Me Now
All The Time
You Don’t Love Me
Matchbox
Is It Me?
Watching the Ships Roll In
Sway
Shine On
Around Town
No Pressure
Junk of the Heart (Happy)
Bis:
Seaside
Always Where I Need to Be
Naïve
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