Por: Patricia Laroca / Danielle Barbosa
Os britânicos da BMTH empolgaram os paulistas em duas noites seguidas (04 e 05 de março), satisfazendo às expectativas dos fãs.
Em turnê pela América Latina até meados de março com o show de divulgação do álbum “That’s The Spirit” – lançado em setembro de 2015 –, a banda britânica de metal Bring Me The Horizon não podia deixar o Brasil de fora da lista de países visitados, que também inclui México e Argentina. Nas terras tupiniquins, as apresentações ocorreram no último fim de semana, com dois shows em São Paulo (04 e 05/03, no Carioca Club) e um no Rio de Janeiro (06/03, no Circo Voador).
A última passagem do grupo pela capital paulista tinha sido em 2011, com apresentação única também no Carioca Club. Cinco anos se passaram desde então, dois álbuns de estúdio foram lançados – o “Sempiternal”, em 2013; e o “That’s the Spirit”, em 2015 – e já estava mais do que na hora do reencontro de Oliver Sykes (vocal), Lee Malia (guitarra), Matt Kean (baixo), Matthew Nicholls (bateria) e Jordan Fish (sintetizador/teclado) com o público brasileiro. A procura por ingressos foi tamanha que a Liberation, produtora dos shows da banda, teve de abrir uma data extra em São Paulo.
O curto, porém eficiente “esquenta” de abertura
Com casa cheia em ambas as apresentações, a abertura dos shows ficou por conta da jovem banda brasileira Nothing In Between, que – apesar de ser pouco conhecida da plateia – demonstrou bastante energia e satisfação em fazer parte daquele momento.
É importante registrar que os caras mandaram bem no hardcore e foram bem aceitos pelo público, que apoiou os artistas a todo instante e aproveitou o rápido show – de cerca de 30 minutos e seis canções na setlist – para fazer um grande mosh-pit. O único inconveniente ficou por conta do som, que estava baixo e com microfonias em alguns momentos. Mas isso não estragou a noite da Nothing In Between. Já no fim e visivelmente emocionado, o vocalista aproveitou para agradecer o convite e a honra de abrir o show para o Bring Me The Horizon.
Histeria e comoção. That’s the S-P-I-R-I-T!
Era a vez dos ingleses do BMTH subirem ao palco. Quase sem atrasos e debaixo de gritos e aplausos dos fãs, os rapazes de Sheffield abriram a noite com “Doomed”, som de abertura do disco “That’s the Spirit”. Essa seria a tônica da noite: das 14 canções dispostas no setlist da banda, metade fazia parte do novo álbum e a outra metade se dividia entre os outros quatro álbuns de estúdio do Bring Me The Horizon.
Na sequência, “Happy Song” – também do CD lançado em 2015 – e “Go to Hell, for Heaven’s Sake”, do “Sempiternal” incendiaram os fãs. A intensidade com que banda e público conduziram o show impressionou e só evidenciou o que já estava claro antes mesmo da apresentação: os brasileiros sentiram falta do Bring Me The Horizon! E não foi diferente com os britânicos, que se doaram 100% durante todo o show. O vocalista Oliver Sykes, o mais popular até entre as pessoas que não são fãs da banda, se esforçou para manter a energia lá em cima e agradar o público.
Em cerca de uma hora de show e de um passeio pela carreira dos ingleses, a palavra que define a apresentação é impecável. Para se ter uma ideia do nível de insanidade dentro do Carioca Club, rolou até canhões de fumaça durante o show – mas, dessa vez, quem brilhou mesmo foi a base fiel de fãs do Bring Me The Horizon – que literalmente suou suas camisas pretas e cantaram a plenos pulmões todas as músicas.
Não parou por aí. Em “Chelsea Smile”, a pedido de Oliver Sykes, todos na casa de show se abaixaram para pular o mais alto que conseguissem – um momento de puro êxtase coletivo! Ao olhar de fora da multidão, o cenário que se via era: quem estava próximo ao palco, aplaudiu, cantou e pulou sem esgotar os ânimos por um minuto, a galera do “fundão” abriu uma enorme roda-punk e quem estava no mezanino batia os pés no ritmo da bateria ao final de cada música.
O fim não podia ser menos triunfante. O bis veio com “Blessed With a Curse” e – a mais aguardada dentre as faixas do trabalho mais recente – “Drown”, que finalizou a noite com um gostinho de “quero mais”. E é isso que fica de positivo de mais uma passagem do Bring Me The Horizon pelo Brasil: a certeza de que se depender dos fãs daqui, os músicos irão sempre voltar para casa com a sensação de dever cumprido e com um sorriso no rosto.
Setlist – Bring Me The Horizon:
1. Doomed
2. Happy Song
3. Go to Hell, for Heaven’s Sake
4. The House of Wolves
5. Chelsea Smile
6. Throne
7. Shadow Moses
8. Sleepwalking
9. True Friends
10. Follow You
11. Can You Feel My Heart
12. Antivist
Bis
13. Blessed With A Curse
14. Drown
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