Por: Paulo Schwinn
A cantora canadense radicada nos EUA Alanis Morissette fez mais um show no Brasil da‘Guardian Angel Tour’ no Citibank Hall, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do RJ. Em 1h e 30min de show, Alanis apresentou canções clássicas de seu repertório mescladas a novas faixas de seu novo álbum, o mediano ‘Havoc and Bright Lights’.
Às 8 da noite, a expectativa dos fãs já era grande do lado de fora do Citibank Hall. Os portões foram abertos apenas por volta das 21 horas, mas a entrada foi tranquila. A casa recebeu um bom público, mas não chegou a ficar lotada. E isso foi bom, pois quem compareceu teve conforto e pode curtir o show com tranqüilidade do início ao fim.
Às 22h25min, com apenas 10 minutos de atraso, a banda entra no palco e começa a tocar ‘I Remain’, do novo álbum. Alanis, ainda nos bastidores começa a cantar a letra à capela. A canção não é tocada inteira, outras partes dela aparecem durante o show, numa espécie de quebra-cabeças musical. Com Alanis já no palco, para delírio absoluto dos fãs, vem ‘Woman Down’, outra nova. E aí a cantoria em uníssono começa com ‘All I Really Want’, primeira música do clássico álbum ‘Jagged Little Pill’ (1995) a ser tocada na noite. Fica difícil para a cantora lançar novos álbuns tão bons quanto ‘Jagged Little Pill’. A carga emocional destas canções na memória afetiva dos fãs é muito grande. Quantas histórias foram vividas ao som dessas músicas? É difícil superar isso.
Como também é difícil resenhar um show que foi transmitido ao vivo para todo o Brasil por um dos mais populares canais da TV por assinatura. O que dá pra falar é das emoções sentidas pelos fãs à medida que cada música antiga ia sendo tocada. Uma menina chorava compulsivamente quando Alanis começou a cantar ‘You Learn’ (‘Essa canção é pra vocês’, dedicou a cantora).
Muitos cantavam o refrão (You Live / You Learn / You Scream / You Learn) como se estivessem falando para si próprios, como se esse refrão fosse parte da história de suas vidas. O show seguiu com ‘Guardian’, quando balões com o nome do filho da cantora (Ever) foram lançados ao ar. Em seguida, a primeira surpresa da noite. Uma das mais belas canções do repertório de Alanis, a balada ‘Flinch’, foi tocada, arrancando suspiros de deleite e satisfação do público. E aí a sessão nostalgia segue com ‘Right Through You’, cantada a plenos pulmões por todos, principalmente no refrão, com todo mundo pulando e batendo cabeça, numa farra maneiríssima.
‘Hands Clean’, do álbum ‘Under Rug Swept’ (2002), foi muito celebrada logo em seus primeiros acordes, dedilhados ao violão. ‘So Pure’, de ‘Supposed Former Infatuation Junkie’ (1998), foi outra em que todo mundo cantou e pulou, com muita empolgação. ‘Celebrity’, mais uma do disco mais recente, foi mais acompanhada do que celebrada, mas alguns já sabiam a letra e cantaram junto.
Em ‘Ironic’, gritos de celebração e canto em uníssono, com Alanis deixando só a galera cantar em boa parte da música. Na nova ‘Havoc’, uma introdução de piano inspirada em ‘Imagine’, de John Lennon, é o destaque da canção e emociona a todos. Já ‘Head Over Feet’ traz o mesmo solo de gaita, a La Dylan, da gravação original.
‘Lens’ vem a seguir, mais roqueira, com pula-pula no refrão e um belo cenário que lembra flocos de neve se movimentando em câmera lenta. ‘You Oughta Know’, prova que a potência vocal de Alanis continua intacta, apesar da canção não ter sido tocada com a mesma energia roqueira juvenil da gravação original. ‘Numb’, de inspiração eletrônica, encerra a primeira parte do show e é o começo do fim. No bis, ‘Hand In My Pocket’, com mais um solo de gaita tocado por Alanis a moda Bob Dylan e sua letra confessional, é mais uma a emocionar os fãs. ‘Uninvited’ é ovacionada e coloca Alanis pra girar sua cabeleira com vontade, deixando-a quase tonta. E o final, emblemático, vem com ‘Thank You’, deixando os fãs com saudades e querendo que o próximo show de Alanis Morissette no RJ não demore muito a acontecer.
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