Fãs embarcam na máquina do tempo e celebram adolescência em show do Arctic Monkeys no Rio

Britânicos lotam a casa e levam fãs à loucura; Interpol foi a banda de abertura

Por Carolina Soares


Os milhares de fãs do Arctic Monkeys que praticamente lotaram a Jeunesse Arena saíram de casa com a promessa de reviver hits da adolescência que embalaram baladinhas de rock e as primeiras paixões desses que hoje já viveram entre 25-35 anos. Na chegada, entretanto, os mais desavisados estranharam o fato de a pista premium não ser o tradicional local no gargarejo – pertinho do palco, e sim a totalidade da pista. Estranhezas de lado, o cenário estava montado para essa máquina do tempo sonora entrar em ação.

Antes da atração principal, os americanos do Interpol desfilaram com seu pós-punk um tanto quanto atmosférico e arrancaram aplausos gritos moderados, mas sinceros. Embora não se movimentem muito no palco, o jogo de luzes para lá de elaborado tornava o aspecto visual bastante rico, com o rosto do vocalista Paul Banks sendo iluminado apenas de um lado de maneira alternada – no melhor estilo ‘Duas Caras’. Hits como “Obstacle 1” e “PDA” aqueceram os presentes e provaram que a escolha dos norte-americanos para abrir caiu muito bem.

Palco montado. Luzes apagadas. Gritos ensurdecedores na plateia anunciavam que o Arctic Monkeys iniciava seu espetáculo. Para início de conversa, a novata (e lenta) “There’d Better Be a Mirrorball” apenas esquentou o pavio para que “Brainstorm” – na sequência – incendiasse de vez os fãs. Destaque total para o frontman Alex Turner, que não podia nem mexer nos óculos escuros sem o retumbante (e brega) grito “Lindo, tesão, bonito e gostosão” que surgiu diversas vezes. O setlist alternou hits do recente álbum The Car, que são muito lentos e não funcionaram tão bem assim, com clássicos absolutos como “Snap Out of It” e “Why’d You Only Call Me When You’re High?”.

Talvez o principal ponto negativo foi a praticamente total falta de conexão da banda para com os fãs. Apenas um “Obrigado, Rio de Janeiro” aqui e ali foi escutado e 99% do tempo de show foi apenas com a execução das músicas – faltou um pouco de calor por parte dos ingleses. Em um dos maiores rompantes de energia de Banks, na música “Pretty Visitors”, o músico se ajoelhou para cantar e o púbico respondeu com mais gritos e cartazes do tipo “Eu Te Amo”.


Então, a banda deixou o palco para o bis e, no retorno, destaque para o encerramento com “R U Mine”, que fez surgir até mesmo rodinhas de mosh em meio aos super arrumados e bem vestidos fãs. Por fim, o Arctic Monkeys mostrou que não é preciso muito para transportar sonoramente um tempo que ficou para trás ao presente. Sem precisar inventar a roda, os ingleses acertaram no setlist e deram ao povo o que eles mais queriam.

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SETLIST ARCTIC MONKEYS (RJ):
1 – There’d Better Be a Mirrorball
2 – Brianstorm
3 – Snap Out of It
4 – Crying Lightning
5 – Don’t Sit Down ‘Cause I’ve Moved Your Chair
6 – Why’d You Only Call Me When You’re High?
7 – Body Paint
8 – Four Out of Five
9 – Arabella
10 – I Ain’t Quite Where I Think I Am
11 – That’s Where You’re Wrong
12 – Cornerstone
13 – Do I Wanna Know?
14 – Tranquility Base Hotel + Casino
15 – Pretty Visitors
16 – Do Me a Favour
17 – From the Ritz to the Rubble
18 – 505
BIS
19 – Sculptures of Anything Goes
20 – I Bet You Look Good on the Dancefloor
21 – R U Mine?


SETLIST INTERPOL (RJ):
1 – Toni
2 – Evil
3 – Fables
4 – C’mere
5 – Narc
6 – Passenger
7 – All the Rage Back Home
8 – Rest My Chemistry
9 – Obstacle 1
10 – PDA


GALERIA DE FOTOS (ARCTIC MONKEYS/RJ):


GALERIA DE FOTOS (INTERPOL/RJ):


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