Michael Bublé conquista o público carioca com voz e carisma irresistíveis

Em um espetáculo de cores e emoções, o músico brinda a alegria de viver com performance memorável

Por Gustavo Franchini


O premiado cantor canadense Michael Bublé está no Brasil para sua superturnê mundial An Evening With Michael Bublé, adiada anteriormente por conta da pandemia. A primeira parada foi no Rio de Janeiro, em uma casa cheia de fãs ávidos pela boa música, de todas as idades, encontro este que de fato enriqueceu o clima tão intimista e mágico da noite. Acompanhado por uma orquestra completa (de cordas, sopro, piano, guitarra, baixo e backing vocals), além de uma produção de palco de altíssimo nível, o show prometia e… cumpriu!

Com um acerto atraso devido ao trânsito na cidade, eis que as luzes se apagaram e era possível ouvir a introdução da famosa música escrita pelos compositores ingleses Anthony Newley e Leslie Bricusse para o musical The Roar of the Greasepaint – The Smell of the Crowd, apresentada pela primeira vez no palco em 1964 por Cy Grant em sua turnê pelo Reino Unido e por Gilbert Price em 1965 com o elenco original da Broadway, no mesmo ano em que ficou eternizada na voz de Nina Simone (versão que Bublé se baseou para o seu cover), o hit “Feeling Good”. Logo em seguida, o cantor surgiu descendo as escadas do seu ‘pedestal’ de luzes e, após os primeiros versos, um show pirotécnico envolveu sua figura majestosa.

A partir dali, a apresentação adentraria os corações de todos, pois não só as músicas foram muito bem selecionadas para o repertório da noite; o carinho ímpar do músico com a plateia demonstrou que, independente da fama, o artista jamais deveria perder a humildade, conexão com os fãs e respeito mútuo. E foi isso basicamente que ocorreu durante as quase 2 horas de show. Bublé andava na passarela, descia para as cadeiras próximas e despejava simpatia, sem distinção de gênero, abraçando homens e mulheres com palavras amorosas, interagindo de várias maneiras, tendo o público nas mãos a todo momento. Pra completar, seu senso de humor realmente era contagiante, sendo possível observar como reação um sorriso no rosto de cada um dos milhares que estavam ali para não só prestigiar o cantor, mas formar uma aliança com ele, na qual juntos todos os sentimentos negativos são esvaídos e, no lugar, toma conta uma genuína alegria que poucas vezes tive o prazer de presenciar em shows de tamanha grandiosidade.

É importante ressaltar que, somado à técnica e feeling, todos os músicos da orquestra (alguns até brasileiros) e banda pareciam estar muito confortáveis no palco, em movimentos coordenados que remetem ao ballet. A coreografia perfeita para um show que as cadeiras eram apenas acessórios, pois grande parte do tempo o público estava em pé, aplaudindo, dançando, gritando, cantarolando as letras de clássicos eternos em um swing de emoções.


Para que tudo isso fosse possível, um setlist à altura se fez necessário, seja com covers de grandes nomes da era de ouro da música internacional, seja com músicas autorais que traçavam um paralelo ao tom ‘jazzístico’, o que trouxe versatilidade e ritmo à apresentação. Músicas sensacionais como “To Love Somebody” (Bee Gees), “You’re the First, the Last My Everything’ (Barry White), “Bring It On Home to Me”, se juntam ao momento todo especial da belíssima “Smile” (Charlie Chaplin) e o medley “One Night”, “All Shook Up” e “Can’t Help Falling in Love” (Elvis Presley) para deixar claro toda a influência que exerceram na carreira de Bublé, que curiosamente possui composições mais pop, como seu hit “Home”, assim como “I’ll Never Not Love You” e “It’s a Beautiful Day”, todas excelentes e com brilho único. Incrível a energia que cada uma das músicas possui, talvez pela maneira em que foram tocadas ou pela voz inconfundível do frontman que conduzia cada um dos passos como um verdadeiro teatro dos sonhos.

Se depender das palavras de Michael Bublé, que prometeu voltar o quanto antes (ao invés dos 8 anos de espera da outra vez) e da cumplicidade do público, provavelmente o cantor deve voltar para cá na próxima turnê, o que já deve ser um alívio para os poucos que, por algum motivo, não puderam comparecer a um dos melhores shows do ano. Nas palavras do próprio: ‘Quando você está sorrindo, o mundo inteiro sorri com você’!

Sobre Michael Bublé

Michael Bublé vendeu mais de 60 milhões de álbuns em todo o mundo ao longo de sua extraordinária carreira, teve inúmeros singles no topo das paradas, realizou sete especiais da NBC, ganhou quatro Grammy Awards e vários Juno Awards como intérprete e compositor. Ele é um artista com certificado de multi-platina e seu álbum mais recente, (LOVE), alcançou o primeiro lugar na Billboard Top 200.


SETLIST MICHAEL BUBLÉ (RJ):
1 – Feeling Good
2 – Haven’t Met You Yet
3 – L O V E
4 – Such a Night
5 – Sway
6 – When You’re Smiling (The Whole World Smiles With You)
7 – Home
8 – Everything
9 – Higher
10 – To Love Somebody
11 – Hold On
12 – Smile
13 – I’ll Never Not Love You
14 – Fever
15 – One Night/ All Shook Up/ Can’t Help Falling in Love
16 – You’re the First, the Last, My Everything
17 – It’s a Beautiful Day
18 – Bring It On Home to Me
BIS
19 – How Sweet It Is (To Be Loved by You)
20 – Cry Me a River
21 – Always on My Mind

*Setlist sujeito à atualizações.


GALERIA DE FOTOS (MICHAEL BUBLÉ/RJ):


2 Comentário

  1. Ele é uma pessoa bem resolvida e feliz. E essa luz que ele tem é compartilhada sem reservas.
    Excelente matéria e fotos!

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