Por: Juliane Assis
A banda canadense Simple Plan, de sucessos como “Perfect”, “Welcome to my Life” e “Astronaut”, volta a tona para reafirmar o grupo no cenário musical mundial após uma pausa de 5 anos que separa o álbum “Get Your Heart On” de 2011, do recém lançado “Taking One for The Team”(2016). A banda que fará shows no Brasil em dezembro traz um “novo” Simple Plan que demonstra a habilidade de transitar em diferentes estilos musicais, agradando a todos os tipos de público, desde os mais antigos até os que acabaram de conhecer a banda.
O quinto álbum de estúdio da banda vem de uma onda de críticas positivas e negativas, pois mostra não somente um novo Simple Plan como o amadurecimento do estilo punk-rock adolescente que os meninos canadenses de “No Pads, No Helmets… Just Balls” apresentavam á quatorze anos, estes que arriscam até baladas pop e mesclam partes de reggae em algumas músicas do último álbum.
“Taking One For The Team” começa com as faixas “Opinion Overload” e “Boom” que mostram similaridades nas construções dos arranjos, porém possuem personalidade o suficiente para ser algumas das melhores músicas que o álbum tem a oferecer. “Opinion Overload” tem a presença de uma guitarra marcante e diferenciada, como podemos ver no inicio da música que um “solo” em escalas se mistura com o riff e com a bateria forte característica do grupo. Já “Boom” mostra uma construção mais simples, porém que funciona, onde os instrumentos conversam entre si e passam ao ouvinte a sensação de que todas as expectativas foram superadas.
Já “Kiss Me Like Nobody´s Watching” mostra um lado mais divertido, pop romantizado e diferente do que os fãs estão acostumados a ouvir do conjunto musical, porém os vocais que mudam de tom de acordo com as escalas da guitarra, e os corais de fundos (bastante presentes em todo o disco) tornam a música com uma sonoridade agradável, o mesmo pode-se concluir da faixa seguinte “Farewell” com participação especial dos vocais de Jordan Pundik da banda de pop-punk New Found Glory. A música “Singing in the Rain” abusa dos corais, e de mensagens positivas em sua letra, quanto a construção musical, a banda junta um misto de reggae com pop que funciona bem nas vozes do Pierre Bouvier e de R.City.
Agora “Everything Sucks” uma música cheia de contrapontos, apresenta um ritmo divertido, misturado com elementos do pop e uma letra sobre relacionamentos instáveis. A faixa em seguida, “I Refuse”, é como um grito de liberdade, e resgata sentimentos nostálgicos do grupo.
A música “I Don’t Wanna Go To Bed” pode ser uma das poucas decepções do álbum, esta que conta com a participação do rapper Nelly que poderia ser desconsiderado. Entretanto a música “Nostalgic” realmente traz um ar nostálgico ao ambiente, com o clássico conjunto de guitarra e bateria aceleradas e a voz de Bouvier trazem a tona o punk-rock anos 2000.
A faixa “Perfectly Perfect” entra no disco sendo a balada da vez, deixando a desejar, a música possui uma letra pobre e já muito repetida pelos artistas da indústria de massa. Continuando nas baladas do álbum “Problem Child” apresenta um desempenho melhor, com um arranjo bem estruturado e uma letra com mais profundidade emocional, a guitarra e o violão acústico com um toque de emoção em seus riffs conquistam o ouvinte aos poucos. Já “I Dream About you” com participação de Juliet Simms, mostra que realmente a banda veio para testar vários estilos musicais até a balada emotiva e marcante, com participação de um vocal feminino foi colocada em jogo, sem muitas novidades, a música possui uma letra forte e com significado, porém a melodia é mal estruturada, mas mostra o crivo criativo no qual os integrantes quiseram se arriscar.
Para fechar as duas faixas “I Don´t Wanna Be Sad” e “P.S. I Hate You” são as músicas com temas clássicos a serem discutidos pelo conjunto, o coração partido, a primeira com um arranjo melódico dinâmico que conta até com instrumentos de sopro e com uma letra empoderadora, é uma música com potencial. Enfim a segunda música, que é em “homenagem” as ex-namoradas dos integrantes da banda, mostra uma melodia bem construída e punk-pop na medida certa para agradar os fãs novos e antigos, com voz e riffs fortes intercalados de forma inteligente ao longo da faixa, é perceptível a maturidade do som que foi formado.
O álbum recebe nota 7, afinal é uma obra bem construída e bem estruturada, e pode agradar tanto os fãs antigos quanto os que decidiram conhecer a banda agora. O disco é uma boa oportunidade de a banda voltar à tona e se desvincular de alguns singles que os prendem ao passado, porém está longe se ser uma obra-prima.
Tracklist:
01. Opinion Overload
02. Boom!
03. Kiss Me Like Nobody’s Watching
04. Farewell (com Jordan Pundik)
05. Singing in the Rain (com R. City)
06. Everything Sucks
07. I Refuse
08. I Don’t Wanna Go to Bed (com Nelly)
09. Nostalgic
10. Perfectly Perfect
11. I Don’t Wanna be Sad
12. P.S I Hate You
13. Problem Child
14. I Dream about You (com Juliet Simms)
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