Por: Juliane Assis
A acalorada noite paulistana de primavera recebeu, na última quarta-feira (dia 26) uma dose de animação, tanto por parte dos fãs que faziam fila em volta do Citibank Hall quanto por parte dos integrantes da banda The Kooks. Formada em 2004 na Inglaterra, em Brighton, por um grupo de estudantes, e hoje composta por Luke Pritchard (vocal e guitarra); Hugh Harris (guitarra e teclado); Peter Denton (baixo) e Alex Nuñes (bateria), a banda vem ao Brasil pela terceira vez e faz um show empolgante na capital.
Com dois shows marcados no país, o The Kooks volta, depois de uma incrível apresentação no Lollapalooza de 2015, e agora toca em São Paulo (dia 26) e no Rio de Janeiro (dia 27), para reafirmar a força do seu rock indie no cenário musical com seu último álbum “Listen”. Os britânicos que esbanjam a simpatia e o mau humor característico de sua naturalidade ao mesmo tempo, conquistaram os fãs de São Paulo, que se animavam cada vez mais a cada música que passava.
A casa estava cheia, e os fãs do lado de fora já demonstravam alegria para entrar, jovens, adultos, garotas, garotos, pessoas de todas as idades e gêneros, aguardavam ansiosamente a abertura dos portões, e quando entraram os seguranças tiveram trabalho para deixa-los relativamente organizados, principalmente as meninas que corriam e gritavam para todos os lados, e assim o Citibank Hall encheu de pessoas esperando pela banda principal.
E é com muito orgulho que a banda brasileira Folks abriu o show, escolhidos pelo The Kooks, os integrantes do conjunto carioca arrasaram nas interpretações e demonstraram claramente como a música atual brasileira tem muito a oferecer. Além de se mostrarem extremamente contentes em abrir o concerto para uma banda tão grande, o vocalista Kauan Calazans ressaltou o fato de eles serem um grupo independente e de terem um dos álbuns mais baixados no ITunes.
A banda entrou exatamente as 21h00 e tocou seus principais hits como “Até o Mundo Cair”, “Muito Som”, “A Casa Dos Lugares” e até se arriscaram a tocar o começo de um clássico do Led Zeppelin – “Whole Lotta Love”- que foi muito bem executado no contexto de influências anos 70 da banda. O grupo conquistou o público, este que no final já estava cantando em coro o refrão de “Muito Som” e batendo palmas com muita empolgação.
Com apenas seis minutos de atraso (22h06min), o The Kooks entrou, ao som dos gritos calorosos dos fãs. O show começou com um de seus maiores sucessos “Eddie´s Gun”, do álbum de estreia “Inside in/Inside out” (2006), com a animação do vocalista Luke Pritchard, que além de também tocar guitarra em quase todas as músicas ainda interage bastante com o público, e ao final da música se arrisca num português “para inglês ver” um “obrigado”, depois em inglês diz boa noite e elogia a todos com um simpático “You guys are beautiful” (Vocês são lindos).
Em seguida “Always Where I Need To Be” é tocada, e o público levanta as mãos e canta junto com Luke em coro. Já em “See the World”, foi diferente, a participação do público foi tão pequena que fez o vocalista falar “You guys are alive?” (Vocês estão vivos?). Agora “Ooh La” veio para animar a todos, Pritchard e o guitarrista Hugh Harris pegam o violão e cantam junto ao público o simples e divertido refrão. Continuando com o clima de músicas divertidas “Down” é apresentada logo em seguida, e o frontmen tira vários “yeahs” do público antes de começar a música.
O concerto toma um rumo indie rock mais melódico com o ambiente em tons de preto e vermelho, e o vocalista introduz a música agradecendo como os fãs brasileiros os fazem se sentir em casa toda vez que eles vêm para cá, e então “Backstabbe” é tocada, seguida de “Aroud Town” e “Gap”, e Luke aproveita para interagir diretamente com uma fã no refrão da música, deixando a sortuda aos prantos.
“Seaside” fez o sonoro Citibank Hall entrar num clima de outro lugar, talvez do lado do mar, todos os outros integrantes da banda saem e Pritchard fica a sós com o público, tocando e cantando a balada no violão. Assim que os outros integrantes voltaram e “Matchbox” começou o espirito de boyband despertou em Luke, ele tirou a camisa preta e deixou a mostra a camiseta debaixo com o escrito “Fight Like a Girl”, andou para todos os cantos do palco rebolando, dançando e levando as fãs a loucura. Outros hits de sucesso do primeiro álbum como “She Moves in Her Own Way”, “Sofa Song” e “Naive”, que encerrou o show, também foram apresentadas.
Entre duetos com o guitarrista Hugh Harris, e “obrigados” desajeitados, o vocalista dá um show a parte, tanto nos esforçados solos de guitarra, quanto nos rebolados que conquistam a todos, e até na má humorada sutileza britânica. Voltando ao concerto “See the Sun”, e “Tick of Time” são bem recebidas pelo público e o guitarrista até canta num dueto com Luke. Já em “Taking Pictures of You” não se pode perceber a receptividade da plateia como em “Westside” quando todos batem palma no ritmo do bumbo da bateria e dos toques de guitarra cantando sonoros “OHHHs”. Na calma “Sway” Luke toca violão, e traz ao ambiente aquela sensação nostálgica de baladas românticas.
Já em “Bad Habit” o clima foi totalmente outro, o público cantou sozinho os vários “OHHHs” por muito tempo, e dava pra ver o sorriso no rosto dos integrantes da banda de longe. Todos cantaram alvoroçadamente durante a música, até quando o grupo terminou e saiu do palco todos continuaram a cantar o simbólico “OH OH OHH” pedindo o bis com todas as forças, e foi aí que eles voltaram para encerrar um show incrivelmente memorável.
Ao entrar no palco novamente Luke se ajoelhou no chão venerando o público, que a este ponto estava á loucura com a volta da banda. O conjunto tocou “Forgive & Forget” do seu último álbum “Listen” (2014) com um solo estridente, e animado enquanto todos cantavam “Yeahh”; “Junk of the Heart (Happy)” foi muito bem recebida e os fãs já cantavam num coro emocionado, pois sabiam que o show ia acabar em breve, e finalmente a banda encerrou o show com chave de ouro tocando a música que todos queriam ouvir, “Naive” que contou com a presenta de um lindo coro unanime do público.
The Kooks tocou ao todo 21 músicas, fez todos os corações e mentes presentes ali se emocionar, e certamente se a banda tocasse mais 21 músicas todos ficariam ali em pé por quanto tempo fosse para não só escuta-los como dançar, cantar e sentir a música com eles.
Setlist:
1 – “Eddie´s Gun”
2 – “Always Where I Need To Be”
3 – “See The World”
4 – “Ooh La”
5 – “Down”
6 – “Backstabbe”
7 – “Around Town”
8 – “Gap”
9 – “Seaside”
10 – “See The Sun”
11 – “Tick of time”
12 – “Taking Pictures of You”
13 – “Westside”
14 – “She Moves in Her Own Way”
15 – “Sway”
16 – “Bad Habbits”
17 – “Matchbox”
18 – “Sofa Song”
Bis:
19 – “Forgive & Forget”
20 – “Junk of The Heart”
21 – “Naive”
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